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Ginzburg

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Por:   •  6/11/2014  •  Tese  •  778 Palavras (4 Páginas)  •  282 Visualizações

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Afirma ter surgido, silenciosamente, no âmbito das ciências humanas, por volta do sec. XIX, um modelo de estudo científico (o que ele chama de paradigma = modelo, padrão) que ainda não foi corretamente estudado. Esse paradigma talvez possa ajudar a diminuir as lacunas entre o “racional” e o “irracional”

I.1 Entre 1874 e 1876 Giovanni Morelli fez uma série de artigos sobre pinturas antigas, nos quais propunham um novo método de estudo, chamado de “método morelliano”. Ele pretendia através desse método diferenciar os quadros originais das cópias. Para isso era preciso analisar os pequenos detalhes das obras, os mais negligenciados pelos copiadores. Esse método dava muitos resultados, porém foi muito criticado e caiu em descrédito posteriormente.

I.2 Wind escreve: “Os livros de Morelli (...) estão salpicados de ilustrações de dedos e orelhas (...) que traem a presença de um determinado artista, como um criminoso é traído pelas suas impressões digitais”. Relaciona-se o método indiciário de Morelli com Sherlock Holmes.

I.3 Freud declarou em seu ensaio sobre o “Moises de Michelangelo” que sofreu influências do método de Morelli antes de estudar a psicanálise.

I.5 “Vimos, portanto, delinear-se uma analogia entre os métodos de Morelli, Holmes e Freud”. “Pistas: mais precisamente, sintomas (no caso de Freud), indícios (no caso de Holmes), signos pictóricos (no caso de Morelli)”. Essas relações se explicam pelo fato de Freud, Morelli e Conan Doyle serem médicos, percebe-se nos três casos o modelo da semiótica médica.

II.1 Relato de uma fábula oriental, na qual três irmão descrevem um camelo sem nunca o terem visto. Nesse conto os irmãos tem um saber próprio de caçadores, mesmo que não o sejam. Esse saber é exposto pela capacidade de remontar uma realidade, narrativa, através de fatos que são aparentemente pequenos e insignificantes. Feita uma comparação entre os paradigmas venatório (dos caçadores) e dos textos divinatórios mesopotâneos (adivinhos e videntes). “a atitude cognoscitiva era, nos dois casos, muito parecidas; as operações intelectuais envolvidas – análises, comparações, classificações -, formalmente idênticas.”.

II.2 com o passar do tempo os estudos foram sendo realizados sem preconceitos, excluindo a intervenção divina.

II.3 “E, como o do médico, o conhecimento histórico é indireto, indiciário, conjetural.”

II.4 Narrativa que conta a trajetória do médico Mancini em sua busca de diferenciação de obras de pintura, tendo já um método indiciário de diferenciação de literatura. “Quanto mais os traços individuais eram considerados pertinentes, tanto mais se esvaía a possibilidade de um conhecimento científico rigoroso.”

II.6 Tem-se então duas opções de métodos: “Sacrificar o conhecimento do elemento individual à generalização (...), ou procurar elaborar um paradigma diferente, fundado no conhecimento científico (...) do individual.” As ciências naturais, e bem depois as humanas também, seguiram excluindo o saber individual. “O conhecimento individualizante é sempre antropocêntrico, etnocêntrico e assim por diante especificando.”

II.7 A indiferença qualitativa dos usuários da nova ciência (estatística)

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