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Fichamento: Raízes do Indiciário Carlos GINZBURG

Por:   •  8/12/2018  •  Resenha  •  691 Palavras (3 Páginas)  •  697 Visualizações

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 GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos, Emblemas, Sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. (p.143-180)

 FICHAMENTO.

  1. Construção de um modelo que pode sugerir novas possibilidades teóricas e metodológicas no âmbito das ciências humanas.
  2. O estudo de Ginzburg parte das propostas metodológicas do crítico italiano Morelli para análise das pinturas. Morelli estabelece critérios para distinguir uma obra original de uma cópia falsificada dos quadros dos mestres da pintura italiana.
  3. Pressuposto de Morelli que deve se atentar para indícios, detalhes pormenores e não para características mais vistosas. (p. 144-1) – método muito criticado.
  4.  A partir das considerações de Wind, Ginzburg faz uma interligação entre  o método indiciário de Morelli, à postura detetivesca do personagem Sherlock Holmes e Freud. “ o conhecedor de arte é comparável ao detetive que descobre o autor do crime (do quadro) baseado em indícios imperceptíveis para a maioria” (p.145-2) Segundo Ginzburg, Freud se apropria do método moreliano numa fase anterior a descoberta da psicanálise. Foi influenciado pelos textos do italiano para desenvolver o gosto pela analise interpretativa de aspectos reveladores da personalidade (p.148-3)
  5. As possibilidades de esclarecer uma problemática são ampliadas na medida em que o investigador (tanto na arte, como na criminologia ou na psique) esteja atento para sinais ou pistas que são deixadas pelo seu objeto.
  6. Ginzburg atenta para o fato de que os três (Morelli, O criador de Holmes e Freud) têm em comum a formação em medicina e afirma que “o paradigma indiciário nada é mais que uma extensão do modelo da semiótica médica: a disciplina que permite diagnosticar as doenças inacessíveis à observação direta na base de sintomas superficiais, às vezes irrelevantes aos olhos do leigo” (p.151-4)
  7. Embora, nas ciências humanas, o método indiciário tenha surgido por meio da semiótica médica (que prever certa precisão sobre a saúde dos doentes), Guinzburg alerta que o método indiciário existe desde os tempos mais remotos na história do homem. (p.151-5) quando “aprendeu a reconstruir as formas, e movimentos das presas.........).
  8. Contextualizando historicamente, Ginzburg discute:
  1. A invenção da escrita na Mesopotâmia, pela necessidade de transmitir saberes. (p.154)
  2. Arte indiciária no contexto da Grécia antiga “ o corpo,....... intervenção divina” (p.155)
  3. O lugar ocupado pelo historiador no âmbito da ciência moderna a partir de Galileu (p.157)

A capacidade de conhecimento do historiador é individualizante, diferente do método generalizante das ciências naturais, apresentando semelhança com a postura do médico diante do paciente (utilizando quadros nosográficos para analisar o mal específico de cada doente. È, como o do médico, o conhecimento histórico é indireto, indiciário, conjetural” (p.157-6).

  1. A partir do século XVIII ocorre a apropriação dos saberes populares pela burguesia, desembocando em um processo de aculturação, cujo maior símbolo é a Enciclopédia de Diderot e D’Alembert.

  1. Ginzburg compara a forma que o paradigma indiciário se apresenta na modernidade com a forma de um tapete cujos fios formam figuras interligando o antigo ao moderno, construindo uma aparência de um modelo epistemológico comum, articulado em disciplinas diferentes, muitas vezes ligadas entre si pelo empréstimo de métodos ou termos chaves. Com essa comparação Ginzburg começa a desarticular o tapete afirmando que “uma coisa é analisar pegadas.....outra é analisar escritas, pinturas ou discursos” (p.171-7)

  1. Ginzburg recorre a diversos conceitos estabelecidos por Marx para pensar os modos que o saber individualizante foram usados pela ordem dominante, durante a consolidação do capitalismo industrial para controlar sutilmente a sociedade (p.173) Nesse contexto surgem os métodos policiais dedutivos como a elaboração do retrato falado, e os de identificação individualizante, como a análise das impressões digitais. 8
  1. Partindo desses exemplos históricos, Ginzburg evidencia o caráter etnocêntrico com que o saber indiciário foi institucionalizado e exercido pela ordem burguesa.
  1. Ginzburg considera o saber indiciário volúvel, tendo que adaptar-se a cada circunstância em que é aplicado, seja na analise morelliana da arte, nas elucidações detetivescas de Holmes, na interpretação analítica da psique de Freud, durante a consolidação das ordens burguesa ou no gesto do caçador que quer encontrar sua presa seguindo suas pegadas em uma floresta.
  1. “A intuição indiciária “une estreitamente o animal homem as outras espécies animais” (p.179)

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