INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS

INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS

As definições variam, e algumas vezes, o conceito central torna-se di-luído, mas “em sua essência” “qualquer coisa” baseada em evidências refe-re-se ao uso de informações válidas e relevantes na tomada de decisão.

As formas de raciocínio baseadas em evidências emergiram da disci-plina de epidemiologia clínica, que enfoca a aplicação da ciência epidemio-lógica a problemas e decisões clínicas (a ciência epidemiológica é o estudo da saúde e da doença nas populações).

A enfermagem baseada em evidências pode ser definida como a apli-cação de informações válidas, relevantes, com base em pesquisas, na toma-da de decisão do enfermeiro. A informação baseada em pesquisa, no entan-to, não é usada isoladamente, e os achados de pesquisa, sozinhos, não di-tam o comportamento clínico. Ao contrário, as evidências da pesquisa são usadas junto com o conhecimento que se tem dos pacientes (seus sintomas, diagnósticos e preferências manifestadas).

O grande desafio é, portanto, mostrar como isso pode ser atingido e como a qualidade do cuidado pode ser aperfeiçioada. Suponha que o enfer-meiro comunitário, você é responsável por prestar cuidados à um homem de 74 anos, saudável, exceto por uma úlcera venosa crônica na perna. Sua diretriz, relevante para a situação, baseada em evidências sobre úlcera na perna demonstra que a bandagem de alta compressão, de quatro camadas, deve ser a primeira linha de tratamento, sendo fornecida predominantemen-te no ambiente comunitário e com custo efetivo. Você foi treinado e é com-petente na aplicação dessa bandagem e, por isso, a prescreve ao paciente.

Compare essa decisão com um cenário alternativo, em que as variá-veis sejam as mesmas, exceto por sua inexperiência na aplicação da banda- gem, pode ter consequências desastrosas para o paciente.

Em qualquer ocasião, a evidência da pesquisa informando a decisão é uma constante; no entanto, você deve usar de seu discernimento profissio-nal para determinar como aplica-la ao paciente à sua frente.

No nível mais simples, você pode identificar uma área da prática pela qual é responsável, descobrir se existem quaisquer diretrizes para a prática clínica baseada em evidências, avalia-las de modo crítico para determinar sua validade e considerar como podem ser aplicadas à situação.

Nas áreas em que não existem diretrizes, devemos buscar colaboração em equipe. Ex.: Nos paciente submetidos à punção lombar ou cervical, re-pouso prolongado no leito é mais eficaz que a imobilização imediata ou cur

to repouso no leito na prevenção da cefaleia? No exemplo em questão refe-re-se a uma intervenção ou terapia, a melhor resposta é fornecida por ensai-os controlados randonizados (ECRs) ou (melhor, pela revisão sistemática de todos os ECRs).

Não podemos aceitar os resultados da pesquisa sem questionamento, pois, independentemente de onde a pesquisa foi publicada e por quem, a maioria não se ajusta à aplicação imediata. Isso é evidenciado pelo fato de que apenas 5,4% dos aproximadamente 50.000 artigos publicados em 120 periódicos e escrutinados por três periódicos baseados em evidências,