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Limites Do Esquema Tradicional Da Comunicação

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Por:   •  18/3/2014  •  1.134 Palavras (5 Páginas)  •  958 Visualizações

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A teoria da informação surgiu em fins da década de 1940 como resposta à necessidade de entender a informação que se apresentava como matéria-prima para a tomada de decisões gerenciais. Baseada na teoria matemática da informação, desenvolvida por Shannon e Weaver (1949), constitui até os dias atuais uma abordagem relevante. É uma teoria sobre a transmissão das mensagens. O modelo comunicativo proposto por eles é o seguinte: existe uma fonte de informação, a partir da qual é emitido um sinal, por meio de um aparelho transmissor; esse sinal viaja por um canal, ao longo do qual pode ser perturbado por um ruído; quando sai do canal, o sinal é captado por um receptor que o converte em mensagem que, como tal, é compreendida pelo receptor.

Quando os autores formularam a teoria matemática da comunicação, Claude Shannon trabalhava para a Bell Telephone e era professor de ciências no Massachusetts Institute of Technology e Warren Weaver era o vice-presidente da Fundação Alfred P. Sloan. Essa teoria estabeleceu que a informação pode incluir mensagens transmitidas por qualquer mídia. O seu objetivo era encontrar o meio mais rápido e o modo mais eficiente para obter uma mensagem de um ponto a outro.

A teoria da informação compreende os problemas de transmissão de informação e sua preocupação reside no interesse por código, canal, capacidade, ruído, redundância e outras propriedades estatísticas da linguagem. Esses problemas são primariamente sintáticos e a teoria da informação não está interessada no significado dos símbolos da mensagem, pois sua base são os sinais. O sinal, para ser transmitido, precisa de um meio físico que é denominado canal. Para transformar o sinal em mensagens, usamos um código (sistema que estabelece correspondência entre um sinal e uma mensagem). O ruído é o que perturba o processo de transmissão e, para evitá-lo, precisamos tornar o código redundante, ou seja, introduzir elementos de controle para se conseguir maior eficácia comunicacional. Todavia, mesmo que seja possível transmitir uma série de símbolos com exatidão sintática, eles permaneceriam desprovidos de significação se o emissor e o receptor não tivessem antecipadamente concordado sobre a sua significação. Nesse sentido, toda a informação compartilhada pressupõe uma convenção semântica.

Apesar dos seus limites, a teoria da informação surge num contexto onde já havia ficado claro que os processos de comunicação ocupavam um lugar mais estratégico na sociedade, uma vez que a informação havia se tornado matéria-prima no campo da produção e não somente no da circulação. No entanto, o estudo do campo da produção se mantinha preso a uma dispersão disciplinar e metodológica que impossibilitava conhecer objetivamente o que ali ocorria. Nesse contexto, surge a teoria da informação como capaz de ordenar o campo da pesquisa e delimitar os objetos. A comunicação encontrou nessa teoria um marco de conceitos precisos, de delimitação metodológica e inclusive de propostas operativas capazes de fornecer um modelo científico abalizado pela seriedade da matemática e pelo prestígio da cibernética.

Muito embora tal teoria tenha se revelado como um marco de conceitos precisos e operacionais, Genelot (2001) questiona o esquema de Shannon e Weaver (1949), mostrando que, apesar desse modelo ter impregnado a cultura coletiva de nosso tempo e ter se tornado obrigatório para todos os que estudam e realizam a comunicação com seu modelo de transmissão codificado de informação, ele apresenta limites e não garante a eficácia do processo comunicativo. Contudo, não deixa de destacar os seguintes elementos nesse processo informacional:

noção de emissor e receptor;

distinção entre sinal e mensagem;

existência de uma codificação para transformar a mensagem em sinal de emissão e de uma codificação para transformar o sinal em mensagem de recepção;

noção de canal de transmissão;

ruídos na transmissão e correção de enganos pelo sistema de controle por retroalimentação.

Em resumo, Shannon e Weaver (1949) afirmam que, se houver univocidade entre codificação e decodificação e eliminação dos ruídos na transmissão por um sistema de retroalimentação, teremos uma "boa" comunicação. Todavia, isso não ocorre de maneira tranqüila. Mesmo os sinais sendo transmitidos com correção, não há nenhuma segurança quanto à boa transmissão de um significado. Para se trabalhar o significado,

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