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MALASARTE E SEU AMIGO ZECA

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Por:   •  6/8/2013  •  413 Palavras (2 Páginas)  •  281 Visualizações

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Histórias de Pedro Malasarte

Havia, na vila onde Malasarte arranchou-se por uns tempos, uma casa de reputação duvidosa, muito popular, comandada por certa senhora muito jeitosa conhecida por Dona Iolanda. Malasarte, como todo homem daquela cidade, aproveitava as noites para visitá-la e tomar alguns tragos de cachaça, enquanto esperava uma das "meninas folgarem"; pois a fila era sempre longa.

Estava na época da quaresma e a visita a Dona Iolanda virava grande pecado. De modo que os frequentadores da casa iam aos montes se confessar. Meses antes, o velho padre Loureiro havia entregado a alma a Deus, e mandaram um vigário jovem, moralista e determinado a penitenciar severamente os pecadores da vila. Diante disso, alguns dos homens mais prevenidos, deram um jeito de adoecer. Malasarte não se importou muito com isso e se foi para a igreja confessar, pois quem deve a Deus paga ao diabo.

Na entrada encontrou o amigo Zeca Abreu, de companhia com a noiva Adelaide.

— Uai, sô! Vai se confessar Pedro?

— Vou sim, respondeu Malasarte muito cheio de si, e você?

— Ixe! Num tenho pecado não – respondeu Zeca Abreu, olhado para o céu, como esperando que de lá caísse um raio, e como, por fim, ele não veio, completou - para mim basta minha linda Adelaide.

Não me diga! – disse Malasarte, vendo que o amigo caçava um jeito de não ter de se acertar com a Adelaide.

Dito isso, entrou na igreja. Mas minutos depois saiu com duas velas penitência na mão, uma de um metro meio e outra de meio metro.

— Ora essa, Pedro! Não é possível que sua confissão tenha durado tão pouco – disse o amigo.

— Pois não é, Zeca Abreu? Eu trouxe aqui essas duas velas por ordem do Padre...

— E o que é que têm as duas velas? – perguntou Adelaide, cheia de inocência.

Malasarte apontou para seu Italívio, que saia da igreja segurando uma vela fina com quatro palmos de altura, murmurando uma mistura de Pai Nosso com Credo e Cruz.

— Vê seu Italívio? Falou para o padre que foi ontem na casa da Senhorita Iolanda e conversou com ela.

— E daí? – perguntou o amigo.

— Eu também contei que fui lá ontem e dei um beijo na Iolanda.

— E daí? – questiona Adelaide.

— E daí que esta vela é para mim; como sou muito amigo de seu noivo, peguei com o padre a dele – disse acendendo a vela de meio metro e passando a de um metro e meio para o amigo Zeca Abreu.

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