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MULHERES DO TRAFICO

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Por:   •  2/6/2014  •  5.133 Palavras (21 Páginas)  •  372 Visualizações

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4.4 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS

As entrevistas foram realizadas, conforme se informou anteriormente, com três delegados de Polícia, identificado por HJJA, que é Diretor da Divisão Estadual de Narcóticos (DENARC-PA), JBRJ, Diretor de Polícia Especializada (DPE) e GJA, Delegado de Policia Federal Aposentado, Ex Superintendente Regional da Polícia Federal no Pará (duas vezes) e de São Paulo, Ex Adido da PF junto à Embaixada Brasileira na Colômbia e Ex Secretário de Segurança Pública do Pará durante 04 anos.

Procurou-se saber junto aos entrevistados o que “O que o poder estatal tem feito nos últimos cinco anos para evitar que grandes quantidades de drogas adentrem em solo brasileiro em especial no Estado Pará?”

Muito pouco. O Brasil tem 16.800 km de fronteira com os países sul americanos. Ai incluindo os três produtores de cocaína e derivados (Colômbia, Peru e Bolívia) além do Paraguai que se trata de grande produtor de maconha. A presença do órgão responsável pelo combate às drogas (Polícia Federal) é tímida, precária e insuficiente. Hoje o Brasil é considerado o segundo maior consumidor de drogas do mundo, perdendo apenas para os EUA e elas tomaram contas de nossas ruas de todas as cidades, sendo uma das principais causas fomentadoras de violência que assola o país .

Praticamente nada perto do desperdício de dinheiro que vai pelo ralo da corrupção, o plano de combate as drogas dos governos em geral se resume ao combate interno quando a droga já se encontra pulverizada dentro de seus Estados. O tempo passou os problemas com as drogas aumentaram em larga escala e até presente momento não se tem um plano de combate real as drogas, tudo que é pensado fica apenas no papel.

O grande responsável pelo combate ao tráfico de drogas no Brasil é a Polícia Federal, porém sua atuação é tímida e insuficiente, tanto que o consumo de drogas no Brasil tem crescido muito nas últimas décadas que tornaram o país o segundo maior consumidor de drogas do mundo, perdendo somente para os Estados Unidos.

Desse modo, o que se percebe é que as ações do Estado são incipientes e nada eficazes, o que faz com que o delegado de polícia HJJA considere que o Estado não tem feito nada, efetivamente, para combater o tráfico de drogas, uma vez que não há resultados positivos nesse sentido.

Portanto, pouco tem sido feito pelo Estado para combater o tráfico de drogas no brasil. Suas ações não surtem os efeitos esperados porque na verdade não são bem planejadas, o que dificulta uma execução acertada e de acordo com a realidade brasileira.

Dessa maneira, as políticas de segurança públicas adotadas hoje tanto pelo Governo Federal como pelo Governo Estadual acabam não sendo eficazes no combate ao tráfico de drogas, porque não há uma política bem elaborada e que integre as diferentes polícias para essa finalidade, acabando ficando limitada à esfera da Polícia Federal, que apesar de ser a principal responsável pelo combate ao tráfico de drogas, não mostra que sozinha é capaz de combate e amenizar o problema do tráfico de entorpecentes no Brasil. Nesse sentido, GJA, diz que a maioria das ações de segurança pública para combater o tráfico não são eficaz por que:

[...] não saem do papel como o Plano de Enfrentamento ao Crack. Que agora que se encontra em sua segunda versão sem que primeira fosse implementada. Em 1996 o Governo Federal lançou o Plano Nacional de Combate às Drogas e muito pouco se fez de lá para cá nesse sentido .

Seguindo a mesma linha de raciocínio, HJJA , diz o seguinte:

Não temos políticas de segurança pública alguma, e o tema fica mais complicado quando se fala em drogas, em rápido olhar temos várias policias brigando entre si para ver quem fornece mais matérias para a mídia bombardear diariamente o público sem cultura. Por essa percepção da atual situação e de como se produz a economia em que vivem milhões de brasileiros, no nível da miséria absoluta, pode-se visualizar que o Estado mostra-se falido e inoperante para resolver questões básicas como saúde e educação no que tange ao combate ao tráfico nada se têm feito.

Acredita-se que para se ter uma efetiva política de combate ao tráfico de drogas é fundamental obter informações sobre essa atividade, para somente assim, serem traçadas ações para modificar a realidade. Nesse ínterim, JBRJ ao falar sobre informações para combater o tráfico de drogas, refere que essa atividade mostra-se como o inimigo número um do Estado, em virtude principalmente da posição geográfica que o Estado do Pará possui, por conta de sua vasta malha hidroviária, a qual se apresenta como uma ótima rota para os traficantes, uma vez que funciona como um:

[...] corredor ou rota de passagem da cocaína escoada dos grandes centros produtores (Colômbia, Peru e Bolívia), sendo que parte dessa droga fica no Estado e serve para abastecer o mercado interno enquanto o restante (maioria) é levado para as demais regiões do país e até mesmo para a Europa. Em razão das circunstâncias favoráveis e por possuir um dos maiores centros urbanos do norte do país, o Estado do Pará vem sendo alvo das ações de traficantes, que aqui tentam manter bases locais para comandarem suas atividades criminosas. Citamos ainda como fato preponderante nessa engrenagem, a popularização da cocaína ocorrida nos últimos anos em decorrência do aparecimento de alguns subprodutos como o óxi e o crack que vieram para baratear a droga e assim expandir o comércio ilegal da droga .

O aspecto geográfico do estado do Pará facilita a passagem da droga e sua comercialização principalmente porque a fiscalização da Polícia Federal é muito fraca e não apresenta uma ação contundente e eficaz, tendo em vista que o próprio Estado se faz ausente, com pouco planejamento das políticas de segurança para a região.

Nesse sentido, acredita-se que diretrizes eficazes para combater a entrada de drogas na tríplice fronteira do tráfico devem partir do Estado, porém, essas diretrizes devem enfocar, sobretudo, a maior presença do Estado no sentido de reprimir o tráfico de drogas, uma legislação mais rigorosa, uma maior integração das polícias, a fim de consolidar a segurança pública ano somente no combate, mas principalmente na prevenção e conscientização da população para evitar a maior proliferação do consumo de drogas. Nesse sentido, segundo GJA:

Maior presença estatal com estrutura suficiente e maior parceria com esses países, seguindo o exemplo da Colômbia que tem obtido sucesso em sua política de repressão às drogas. Atualizar a legislação adequando-a as reais

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