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Metodologia Das Relações Internacionais

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Por:   •  7/10/2014  •  1.170 Palavras (5 Páginas)  •  2.871 Visualizações

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1. Metodologia das Relações Internacionais como ciência autônoma

• O método corresponde, no que concerne às pesquisas científicas em Relações Internacionais, à determinação de rota factível (dentre as várias trilhas disponíveis ao sujeito cognoscente e seus interlocutores) para o processo de investigação;

• Seu propósito é duplo: atender ao próprio pesquisador na análise dos conceitos, na construção formal da pesquisa e no processamento das variáveis no bojo da mecânica da produção acadêmica e revelar, ao público interessado (leitores em geral), os meios utilizados no desenho dos resultados encontrados;

• Não existe processo nem tampouco cientificidade sem o devido método;

• O método e sua sistematização formal, denominada de metodologia, vislumbram maneiras que possibilitam o avanço da produção científica e a elevação dos padrões de pensamento crítico e reflexivo

• Todo método segue uma lógica formal posta e aceita como ponto estruturado de partida e de chegada;

• A construção racional é produto de longo processo histórico no campo da filosofia da ciência, do cognitivismo e da epistemologia;

• O processo de organização e feitura do método passa, necessariamente, pela construção e reconstrução do discurso, tendo sido Descartes seu principal articulador;

• Para Descartes a lógica formal do método dedutivo se estrutura na busca por evidência, na análise, na síntese e, por fim, na enumeração;

• O método dedutivo, portanto, assevera que, se todas as premissas são verdadeiras, então, por conseguinte, a conclusão deve ser também verdadeira;

• No dedutivismo, para que uma determinada conclusão seja falsa, pelo menos uma de suas premissas teriam de ser falsas;

• Francis Bacon foi considerado como inventor do “método experimental”;

• Enquanto que Descartes propunha a dedução como método para alcançar a cientificidade por meio das refutações e questionamentos constantes, Galileu e Bacon consideram que o meio para atingi-lo era pelo indutivismo;

• Bacon advogava a tese de que o método científico experimental deveria ter cinco elementos cardeais: a experimentação, a formulação de hipóteses, a repetição, o teste das hipóteses e, finalmente, a formulação de generalizações e leis aplicáveis ao mundo real;

• O método dedutivo e indutivo são formas de estruturar as trilhas percorridas pela produção científica na busca de respostas e nas explicações das muitas questões das ciências e, em particular, das Relações Internacionais;

• Método, metódica, metodologia e ciência são construções formais e partes integrantes de processo intrínseco, ao saber investigativo, que merecem observações e detalhamentos bem específicos para diferenciar suas esferas de abrangência e fronteiras;

• Bacon assevera a importância hierárquica do experimentalismo como base da intuição e da cientificidade dos objetos sociais;

• Bacon é referência para o indutivismo no processo de experimentalismo científico;

• Portanto, no indutivismo, se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é, provavelmente, verdadeira, porém, podendo ser ou não totalmente verdadeiras suas premissas estruturantes;

• O experimentalismo dedutivo deve ser orientado pela formulação de um problema que, de maneira objetiva, gerará conjecturas e refutações, acarretando, assim, rejeição ou corroboração (aceitação), por via de testes e verificação;

• O método hipotético-dedutivo oferece meios de construir, metodologicamente, pesquisa em RI de maneira a traçar o levantamento das variáveis (dependente e independente) por meio da formulação inicial de um problema;

• A criação de hipóteses, neste ponto, é fundamental para responder à problematização gerada pelo pesquisador;

• A hipótese deve ser verificada por meio de ferramentas estatísticas a depender dos objetivos delineados no desenho da pesquisa ou também a depender da amostragem;

2. Pesquisas em Relações Internacionais: manuseio das variáveis e propósitos

• Pesquisas no âmbito das Relações Internacionais devem trazer a correlação entre variável dependente (o objeto central da análise; aquilo que se deseja explicar) e independente (a soma das causas e das explicações provadas para o objeto de estudo);

• A relação entre causa e efeito ou ainda entre input e output – considerando a conceituação da ciência das Relações Internacionais – exerce centralidade na estrutura metodológica das pesquisas em ciência política;

• A metodologia de pesquisa no contexto do posicionamento das Relações Internacionais traz em si os fundamentos dos propósitos ensejados;

3. Sobre teoria, modelo e discursos metateóricos

• Uma teoria representa a racionalização e sistematização do conhecimento humano;

• Deve recortar a complexa e densa realidade e trazê-la como utensílio científico, operacionalizando-o de maneira a descrever e explicar as propriedades observadas dessa realidade;

• Teorias são fórmulas sistematizadas de explicação, organização e análise da realidade. Ou seja, uma teoria segue parâmetros estabelecidos no que concerne à forma e ao conteúdo estipulados pela produção científica;

• No âmbito das Relações Internacionais, teorizar significa retirar elementos da complexa, densa e emaranhada realidade externa, trazendo-a ao sujeito cognoscente de maneira a operacionalizar a descrição de suas propriedades natas, analisar e explicar seus fenômenos e suas interrelações;

• A filosofia da ciência e a teoria do conhecimento vão se fundir com o racionalismo em uma única vertente, cujo objetivo será o avanço do saber intelectual;

• É fundamental diferenciar entre os discursos científicos e a realidade com o objetivo de fornecer análise mais coerente e ampla sobre as potenciais falhas da teoria como recorte da realidade;

• Muitas vezes, uma teoria é simplesmente superada por novas correntes, novos modelos mais lógico-sistêmicos e de maior relevo e aderência ao processo científico;

• É fundamental asseverar que existe, igualmente, o campo da metateoria, isto é, as teorias e refutações filosóficas e epistemológicas sobre a própria natureza da teoria;

4. As funções de descrição, explicação, previsão e prescrição

• Descrever significa, tanto para o sujeito cognoscente, quanto para o objeto, revelar as características intrínsecas e extrínsecas fundamentais;

• A função da descrição poderia ser posta em um primeiro nível metodológico, sem, contudo, gerar qualquer forma de hierarquização determinante entre as demais funções da ciência das RI;

• O ato de narrativa detalhada e de enumeração são partes integrantes da função descritiva;

• Na descrição, o interlocutor revela a conjuntura momentânea do ato ou do fato internacional, sem adentrar no mérito científico-explicativo ou em questões teóricas;

• Na função explicativa, ocorre, por parte do interlocutor, um mergulho mais amplo nas formulações teóricas e na construção de hipóteses científicas acerca do ato ou do fato internacional;

• Na explicação, perguntas são feitas acerca das razões que motivaram tais questões ou ainda como se configura ou configurou aquela conjuntura específica;

• A função explicativa não é mera opinião superficial sem nenhuma forma de sistematização ou de ordenação científica. Por meio da explicação, o estudo sistematizado interpretativo dos dados, dos fatos, dos atores presentes, do momento específico e de suas transformações explicativas ao longo do tempo elucida, ao sujeito, a natureza do objeto de estudo;

• Na função de previsão, há referências cientificamente balizadas e metodologicamente coerentes acerca de como os atuais acontecimentos podem afetar a conjuntura do ato e do fato em questão no futuro;

• Também podem ser estudos direcionados para as transformações no recorte de curto, médio ou longo prazo dos fatos e atos internacionais;

• A função de previsão talvez seja uma das mais difíceis pelo fato de estarmos adentrando em lapsos temporais ainda não concretizados e não realizados, cujas variáveis intervenientes, se parcialmente conhecidas e mensurada;

• Na última função, a prescritiva, espera-se, por parte do interlocutor, uma capacidade de fornecer respostas e de prover recomendação de postura e de ação sobre uma determinada conjuntura internacional;

• espera-se que o sujeito cognoscente possa articular e processar as funções anteriores (descrição, explicação e previsão) de maneira a fornecer respostas ótimas com vistas a tomadas de decisão do solicitante das demandas específicas para o internacionalista;

• Na prescrição, há elementos de normatividade quanto à conduta, quanto à postura e quanto à ação a ser tomada.

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