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Modernismo

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Por:   •  25/5/2014  •  Tese  •  1.914 Palavras (8 Páginas)  •  214 Visualizações

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Graça Aranha

José Pereira da Graça Aranha nasceu em São Luís do Maranhão, no dia 21 de julho de 1868. Filho de Temístocles da Silva Maciel Aranha e Maria da Glória da Graça, na qual era uma família próspera e culturalmente rica, o que lhe proporcionou um intenso crescimento intelectual. Graça Aranha formou-se em Direito na Faculdade de Recife em 1986, onde teve como professor Tobias Barreto, o que lhe influenciou profundamente.

Ao se formar, Graça Aranha começou a atuar na área jurídica e foi nomeado em 1890 como juiz municipal na cidade de Cachoeiro de Santa Leopoldina no Espírito Santo, onde pode entrar em contato com a terra nova e a formação nacional que se processava.

Em um dos momentos mais marcantes da Revista Brasileira, no ano de 1897, Graça Aranha publicou um trecho de sua obra Canaã, a qual escrevia em silêncio e então para saber da opinião de seus companheiros, enviou o trecho exposto de sua obra para à redação “Névoas do Passado”.

Em 1899, seguiu para Londres com Nabuco, escrevendo assim Canaã que seria lançado pela Garnier. Foi recebido com grande emoção e o saudaram como uma revelação, pois ele havia dado uma nova dimensão à literatura brasileira, fixando o drama da imigração. Porém, houve vários ataques referentes a sua obra, no qual apontaram que o romance era como um atentado ao patriotismo.

Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tornando-se assim um titular da cadeira de número 38 antes mesmo de ter publicado alguma obra. Essa conquista foi mérito de Graça Aranha devido ao fato dele ser um grande detentor de prestígio nos meios intelectuais e por possuir influências de origens distintas tanto no campo filosófico quanto na esfera cultural.

Entre 1900 a 1920, trabalhando como diplomático ele desempenhou várias missões para a Europa, no qual se atualizou artisticamente e entrou em contato com correntes pós-simbolistas. Assim, quando retornou para o Brasil em 1920 trouxe consigo novos ideais para serem inseridos na literatura brasileira.

O modernismo foi também um momento muito importante na vida de Graça Aranha, pois a partir deste momento ele fala sobre seu plano vindo de uma ideia de Di Cavalcante sobre realizar em São Paulo uma semana de arte moderna para apresentar ao Brasil os novos e afirmar a necessidade de reformar o pensamento e a sensibilidade nacional e assim executar a projeção do movimento.

Aconteceu então em 1922 a Semana de Arte Moderna, na qual marcou a literatura e a arte brasileira. Foi uma semana onde não ocorreu nenhum tipo de rebeldia e assim na poesia, pintura, música, escultura, arquitetura, ficção e na crítica houve uma enorme revalidação de valores.

Do modernismo, cresceu em Graça Aranha a vontade de conhecer e redescobrir o Brasil e para isso ele jogou forma seu nome já consagrado, afastou-se de velhas amizades e companheiros para juntar-se a jovens estreantes.

No ano de 1924, no dia 19 de junho Graça Aranha declarou na Academia sua conferência sobre “O Espírito Moderno” onde clamou para deixar de ser uma reunião de espectros para se tornar instrumento enérgico da formação nacional, sendo esse momento também marcado na literatura brasileira.

Tristão de Athayde definiu o gesto de Graça Aranha como da seguinte maneira: “Graça Aranha teve esse gesto belíssimo, que deixou gravado para sempre, em nossa memória, aquela sessão memorável da Academia. Foi um momento único, em que sentíamos nascer qualquer coisa de novo”. Porém, a opinião que o romancista Coelho Netto teve sobre esse acontecido foi contrária e dizia: "O brasileirismo de Graça Aranha, sem uma única manifestação em qualquer das grandes campanhas libertadoras da nossa nacionalidade, é um brasileirismo europeu, copiado do que o conferente viu em sua carreira diplomática, apregoado como uma contradição à sua própria obra."

Em 18 de outubro de 1924, o autor comunicou o seguinte sobre o seu desligamento da Academia por ter sido recusado o projeto de renovação que elaborava: “A Academia Brasileira morreu para mim, como também não existe para o pensamento e para a vida atual do Brasil. Se fui incoerente aí entrando e permanecendo, separo-me da Academia pela coerência.”

No dia 19 de dezembro o Acadêmico Afonso Celso tentou promover o retorno de Graça Aranha às lides acadêmicas, porém, três dias depois Graça agradeceu o convite e acrescentou: “A minha separação da Academia era definitiva” e mais, “De todos os nossos colegas me afastei sem o menor ressentimento pessoal e a todos sou muito grato pelas generosas manifestações em que exprimiram o pesar da nossa separação”.

José Pereira da Graça Aranha faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 26 de janeiro de 1931, aos 62 anos vítima de um edema pulmonar.

As principais obras de Graça Aranha foram: Canaã, romance lançado em 1902, Malazarte, teatro lançado em 1911, A Estética de Vida, ensaio lançado em 1921, O Espírito Moderno, manifesto lançado em 1927, Futurismo, manifesto lançado 1927, A Viagem Maravilhosa, romance lançado em 1931 e o Manifesto dos Mundos Sociais, lançado em 1935.

A obra que mais obteve sucesso foi Canaã, a qual pertence à fase pré-modernista brasileira, uma nova fase do romance brasileiro com a fusão entre o realismo e o simbolismo que apresenta a nacionalização, o regionalismo e a preocupação com a realidade brasileira. Reflete a situação histórica nova ou até então não considerada, a imigração alemã no Espírito Santo, o que lhe confere a inovação apresentada pelo pré-modernismo.

Canãa é resultado das observações de uma colônia de imigrantes alemães no Espírito Santo e retrata um romance que gira em torno de um debate entre dois alemães sobre o futuro do país. Enquanto Milkau confia nos destinos do Brasil, Lentz que é prussiano defende a superioridade germânica a partir da substituição de mestiços por europeus, uma vez que considera os primeiros como sendo fracos e indolentes.

O personagem Milkau representa o otimismo, a confiança no futuro do Brasil e na força regeneradora do amor universal. A maneira de Tolstói, pensador social e moral e um dois mais eminentes autores da narrativa realista de todos os tempos, Milkau prega a integração harmônica de todos os povos na natureza-mãe, revelando um evolucionismo humanitário.

Ele não se limita à defesa abstrata, sonha com a “ligação do homem ao homem” e com a realização da liberdade. Seu humanismo empenha-se a proteger Maria, uma jovem colona que foi expulsa pelos patrões quando estes souberam de sua gravidez, vindo a dar à luz em situação trágica.

Após salvar Maria, libertando-a de

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