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Monografia Da Laranja

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Por:   •  28/4/2014  •  9.312 Palavras (38 Páginas)  •  600 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA - UNIARA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

A LOGÍSTICA NA INDÚSTRIA DE SUCO DE LARANJA CONCENTRADO

ADILSON LUIS FERRARA

ARARAQUARA – 2003

1. Introdução

Alguns historiadores afirmam que os cítricos teriam surgido no leste asiático, nas regiões que incluem hoje a Índia, a China, a Birmânia e a Malásia.

A trajetória da laranja pelo mundo é conhecida apenas de uma forma aproximada. Segundo pesquisadores, ela foi levada da Ásia para o norte da África e de lá para o sul da Europa, onde teria chegado na Idade Média. Da Europa foi trazida para as Américas na época do descobrimento, por volta de 1500.

A laranja espalhou-se pelo mundo sofrendo mutações e dando origem a novas variedades. A partir de 1530 o governo colonial português decidiu efetivamente colonizar as terras brasileiras, repartindo o território da colônia entre uma dezena de seus homens de confiança, que tinham que povoar e produzir açúcar em áreas chamadas de capitanias.

Com a chegada de novos habitantes, apareceram as primeiras árvores frutíferas e é a partir daí, 1530/40, que os estudiosos costumam situar o princípio da citricultura no Brasil. Os documentos e livros que retratam o Brasil do início da colonização citam a excelente adaptação climática das árvores cítricas na costa brasileira.

Na primeira metade do século XIX o Brasil foi alvo de grande interesse dos pesquisadores europeus, surgindo na época muitos estudos e livros sobre a flora brasileira. Não foram poucos os viajantes que mencionaram a existência de laranjeiras selvagens no interior do Brasil, levando muitos a acreditar que a laranja era uma fruta nativa.

Na realidade, a boa adaptação da laranja ao clima e ao solo brasileiros produziu uma variedade particular reconhecida internacionalmente, a laranja Bahia, baiana ou "de umbigo", que teria surgido por volta de 1800. ABECITRUS (2003).

Em Araraquara, os antigos engenhos de açúcar foram se transformando em usinas modernas, e a indústria açucareira, que havia tomado impulso com a política de incentivo fiscal a partir de 1919, passou a ser a mais importante da cidade até os anos 50.

Paralelamente, foram se desenvolvendo outras atividades agroindustriais significativas, como o processamento e refino de óleos vegetais e de frutas cítricas. Este último setor teve sua expansão no início dos anos 60, com a venda da fábrica de processamento de cítricos Suconasa para a Sucocítrico Cutrale Ltda.

Ainda no início dos anos 60, quando se debatia no país a importância da expansão urbana e a elaboração de Planos Diretores que pudessem direcionar a interiorização da indústria, Araraquara formulou seu Plano Diretor, criando áreas específicas para a indústria.

O grande impulso para o desenvolvimento da indústria cítrica brasileira foi a geada que atingiu os pomares da Flórida em 1962, chegando a destruir 13 milhões de árvores adultas. Essa geada acabou se tornando um marco para a indústria brasileira. Os americanos não tinham matéria-prima para abastecer o seu mercado interno e os mercados europeus.

O Brasil correu para preencher essa lacuna, acelerando o desenvolvimento da indústria de processamento de laranja. No início da década de 60, fez as primeiras exportações experimentais de suco concentrado de laranja, mas a indústria de suco voltada para a exportação nasceu mesmo em 1963, quando foram exportados mais de 5 mil toneladas de suco, arrecadando pouco mais de 2 milhões de dólares.

A partir de 1966, as vendas se firmaram e a indústria cítrica brasileira entrou numa fase de franca expansão. Até 1970/71, pode-se dizer que a indústria cresceu ocupando brechas no mercado internacional e aproveitando a legislação brasileira que beneficiava as exportações. Para o setor cítrico, esse período foi de aprendizado, amadurecimento e estruturação. Com o passar do tempo, a indústria cítrica brasileira superou em nível tecnológico os países mais avançados do setor.

Na década de 80, com mais de 1 milhão de hectares de plantas cítricas em seu território, o Brasil tornou-se o maior produtor mundial de laranja. A maior parte da produção brasileira de laranjas destina-se à indústria de suco concentrado para exportação. ABECITRUS (2003).

As exportações brasileiras de suco de laranja somaram 1,038 milhão de toneladas nos onze primeiros meses da safra 2002/03 (de julho de 2002 a maio 2003), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela ABEcitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos). Em relação ao mesmo período de 2001/02, houve alta de 5,3%. SECEX (2003).

Tabela 1: Evolução da Área Cultivada e das Exportações de Suco de Laranja Concentrado

(médias trienais 1962/1963 – 2000/2002)

Triênio Área

1000 há Exportações

Quant. 1000 ton.

1962/1963 50,2 5

1964/66 63,5 7,8

1967/69 76,9 23,9

1970/72 105,1 66,0

1973/75 271,4 136,8

1976/78 298,4 252,9

1979/81 397,2 444,3

1982/84 471,5 659,7

1985/87 536,3 682,5

1988/90 636,5 782,5

1991/93 606,5 1008,4

1994/96 616,9 1103,7

1997/99 734,6 1180,3

2000/2002 879,3 1257,7

FONTE: PLANAS (2000), ampliado pelo autor

O mercado interno absorve apenas 2% da produção brasileira de suco de laranja concentrado, utilizado, principalmente, como matéria prima de refrigerante, pois o paladar do brasileiro não aceita o suco pasteurizado e homogeneizado pela indústria. BNDES (2003).

Para se ter uma idéia

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