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Métodos semiológicos

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Por:   •  11/5/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.866 Palavras (8 Páginas)  •  467 Visualizações

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Introdução

A atividade do clínico depende essencialmente da habilidade e do raciocínio. Assim, distinguem-se duas importantes etapas que lhe permitem o estabelecimento do diagnóstico e conseqüente escolha da melhor terapia. A primeira etapa consiste em colher o maior número de informações, ou sinais, do animal examinado e a segunda consiste em, através do raciocínio, determinar-se a possível causa do processo em questão. Academicamente essas duas etapas são abordadas, respectivamente, por dois segmentos distintos: a semiotécnica (semio = sinais) e a propedêutica. O conjunto destes dois segmentos compõe a semiologia.

O exame do animal, ou exame clínico, é feito em várias etapas definidas no plano geral do exame clínico. Basicamente, distinguem-se as etapas de identificação ou resenha, anamnese ou histórico, exame físico e exames complementares (exames laboratoriais, Raio X, etc.). Iremos abordar neste momento as principais ferramentas que o clínico pode empregar para a realização da terceira etapa do exame clínico, qual seja, o exame físico.

Métodos Semiológicos

Como o próprio nome diz, o exame físico é aquele que o clínico se vale de suas sensibilidades físicas para detectar alterações no animal examinado. É importante salientar que este exame é essencialmente um exercício de comparação do animal examinado com um determinado "padrão de referência normal". Assim, o clínico jamais conseguirá examinar um animal doente se não conhecer um animal sadio. As "sensibilidades físicas" citadas são aquelas que o ser humano dispõe, quais sejam, tato, visão, audição e olfato. A gustação, apesar de ser um dos "cinco sentidos", raramente é usada na clínica veterinária por razões óbvias. Através da visão, tem-se um método que é chamado de inspeção. O tato define o método da palpação. Da audição decorrem os métodos da percussão e da auscultação. Finalmente a olfação possui o mesmo nome na semiologia.

Os métodos semiológicos podem ser realizados de duas formas. A forma direta é aquela que se realiza sem o uso de equipamentos (forma imediata). Já a forma indireta (mediata) é aquela em que se vale de equipamentos. Quando forem abordados individualmente os diferentes métodos, serão exemplificadas essas duas formas.

INSPEÇÃO

A visualização do animal, ou de partes de seu corpo, representa um importante recurso ao clínico. Todavia, alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo, na avaliação do estado cárneo de um ovino, já que a existência de uma capa de lã, pode dar margem a falsas interpretações. Durante a inspeção, o examinador deve se limitar a descrever o que está vendo, não se preocupando, neste momento, com sua interpretação.

Na inspeção do animal como um todo, deve-se observar o seu comportamento em relação ao rebanho. Quando avaliado isoladamente, a atenção deve estar voltada a sua movimentação e a sua postura em estação e em decúbito.

Na realidade, talvez a inspeção seja o método semiológico mais fácil de ser realizado, mas o mais difícil de ser descrito.

Uma importante preocupação que se deve ter durante a inspeção do animal refere-se à iluminação. Deve-se dar preferência à luz natural, já que luzes artificiais, além de poderem ser insuficientes, comumente alteram as cores originais.

A inspeção indireta pode ser realizada através intrumentos como espéculos, lupas, punções, curetagens, etc. Mesmo o exame radiológico pode ser considerado como uma inspeção indireta do animal. Pode-se considerar, inclusive, os exames laboratoriais de forma geral como uma inspeção indireta. Naturalmente, discussões acadêmicas devem ser conduzidas de maneira cautelosa para não se tornarem, no mínimo, desnecessárias, tal como: "O clínico míope que usa óculos faz uma inspeção direta ou indireta?".

PALPAÇÃO

A palpação do animal deve ser voltada para a avaliação das seguintes características: consistência, conteúdo, sensibilidade e temperatura. Classificar essas características é uma tarefa muito subjetiva, por isso deve se dar preferência a poucos critérios, para se obter uma classificação homogênea.

Quando se avalia a consistência, deve-se pressionar a estrutura em exame com a ponta dos dedos, verificando-se a sua resistência a esta pressão. Se for muito grande esta resistência, a consistência será "dura" (ossos), se for muito pequena, será "mole" (gordura) e, numa condição intermediária, será "firme" (musculatura).

Quanto ao conteúdo, existem três possibilidades. O edema representa um derrame de líquido de forma difusa e é diferente do acúmulo de líquido em cavidades ou cistos. No primeiro caso, após a pressão com o dedo, percebe-se a marca do mesmo, pois a estrutura não recupera seu aspecto original. Essa consistência é chamada de "pastosa". Já no segundo caso, há o retorno do aspecto original e, se posicionarmos outro dedo em outra parte da mesma estrutura, notaremos que ele é rechaçado, quando se faz a pressão. Trata-se de uma consistência "flutuante". Finalmente, a presença de gás pode ser notada, quando se pressiona a estrutura e sente-se bolhas movimentando-se. Essa consistência é chamada de "crepitante".

Consistências obtidas à palpação:

dura: ossos

mole: gordura

firme: músculos

pastosa: edema

flutuante: cistos

crepitante: gases subcutâneos

Na pesquisa de sensibilidade, verifica-se se o animal manifesta no momento da pressão da estrutura em exame algum sinal de dor, como balir, mugir ou gemer, ou alguma reação de defesa, como retirada do membro, coices e cabeçadas. A temperatura desta estrutura também pode ser avaliada neste momento, comparando-a com outras estruturas do animal (deve-se utilizar o dorso da mão para a pesquisa da temperatura).

A palpação pode revelar também um "ruído palpável" denominado frêmito, produzido pelo atrito entre duas superfícies do animal. É algo semelhante ao "ronronar" do gato e costuma estar presente, por exemplo, nas pleurisias (inflamação da pleura).

Nos grandes animais, a palpação retal é um

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