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Neuralgia Do Trigemeo Pesquisa

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Por:   •  21/9/2014  •  2.921 Palavras (12 Páginas)  •  321 Visualizações

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NEURALGIA DO TRIGÊMEO

Cláudio Fernandes Corrêa é neurocirurgião, responsável pelo Grupo de Dor do Hospital 9 de Julho de São Paulo e presidente do Instituto Simbidor.

Neuralgia do trigêmeo, ou nevralgia do trigêmeo, provoca uma dor absolutamente inesquecível. É uma dor muito, muito forte que pega um lado da face, dura segundos e desaparece. O problema é que ela geralmente volta com grande intensidade, em intervalos de tempo variáveis. A neuralgia do trigêmeo se distribui segundo três territórios especiais: a região frontal que toma a órbita ocular e parte do nariz (em vermelho na Imagem 1), a região malar que se estende até a asa do nariz e parte do lábio superior (representada em verde) e a região temporal que passa pelo lado do ouvido e acompanha a mandíbula ou maxilar inferior (em preto na imagem). A imagem 2 deixa ver os territórios de distribuição dessa dor vistos de perfil. O nervo do trigêmeo, um par de nervos cranianos, recebe esse nome porque tem três ramos (imagem 3): o ramo oftálmico, o ramo maxilar (acompanha o maxilar superior) e o ramo mandibular (acompanha a mandíbula ou maxilar inferior). Como vários outros nervos da face, é um nervo sensitivo que controla as sensações que se espalham pelo rosto. Por isso, a dor se distribui de acordo com o ramo acometido.

CARACTERÍSTICAS DA NEURALGIA DO TRIGÊMEO

Drauzio - O que faz surgir a neuralgia do trigêmeo?

– Apesar de já ter sido descrita antes de Cristo, a neuralgia do trigêmeo ainda continua provocando polêmica. Como prevalece na população mais idosa, acredita-se que a bainha de mielina que envolve os nervos se perca com o passar do tempo. É um processo degenerativo. Assim como um fio que perdeu a capa envoltória isolante, em determinado ponto do nervo ocorre uma descarga elétrica. Portanto, a neuralgia do trigêmeo resulta provavelmente da perda da bainha de mielina que envolve o nervo trigêmeo e que, depois de perdê-la, pode sofrer descargas elétricas. É assim que a explica o paciente que se refere a um choque, a uma dor semelhante a uma fisgada, a uma pontada num dos três territórios da face por onde passa o nervo trigêmeo.

Drauzio – Todos os nervos são encapados pela bainha de mielina. Essa camada que envolve o nervo é fundamental para que ocorra a condução do estímulo de forma harmoniosa. Por que essa dor atinge especialmente o trigêmeo?

– Essa é uma questão interessante. Vários outros nervos sensitivos que também perdem a bainha envoltória não têm o mesmo padrão de comportamento, ou seja, não provocam dores paroxísticas, agudas, rápidas e sem aviso prévio. A única exceção é o nervo craniano chamado glossofaríngeo ligado à enervação na base da língua e na região do ouvido interno e que, às vezes, pode simular um pouco a neuralgia do trigêmeo, porque também está num território próximo da face.

Drauzio – Existe alguma explicação lógica para esses episódios?

– Não existe explicação. É um fato relatado sem nada que possa explicá-lo categoricamente.

Drauzio – As pessoas que tiveram neuralgia do trigêmeo nunca mais esquecem da dor que sentiram.

– As pessoas são capazes de relatar com detalhes o dia e as circunstâncias do momento, mesmo que o episódio doloroso tenha ocorrido muitos anos antes. Aliás, a neuralgia do trigêmeo é considerada uma das dores mais violentas que afligem o ser humano. Talvez, por esse motivo, as crises nunca sejam esquecidas.

Drauzio – É uma dor mais forte do que a cólica renal?

– Na literatura, são citadas como violentas as dores do infarto do miocárdio, da cólica renal, de dentes, mas a neuralgia do trigêmeo é considerada a mais violenta das dores crônicas paroxicísticas e repetitivas e, às vezes, perdura por décadas.

EVOLUÇÃO DO QUADRO

Drauzio – Como evolui o quadro da neuralgia do trigêmeo?

– Em geral, o primeiro episódio é inesquecível e pode repetir-se numa frequência extremamente variável de paciente para paciente. Às vezes, ocorre duas, três vezes por dia e em qualquer horário. Também é comum ouvir que, durante anos, as crises eram diárias, desapareceram por seis meses e depois voltaram com mais intensidade e frequência. Portanto, a dor em fisgada, repetitiva, sem razão aparente que caracteriza a neuralgia do trigêmeo pode sumir por períodos longos, mas há o risco de que volte a manifestar-se mais frequente, progressiva e intensamente.

POSSÍVEIS CAUSAS

Drauzio – Minha pequena experiência com esse tipo de dor mostra que os doentes tentam sempre encontrar uma explicação para as crises. F golpe de ar ou um trauma, por exemplo. Na sua larga experiência, quais as associações mais frequentes.

– Na maior parte das vezes, a dor é relacionada a um tratamento dentário, o que está longe de ser comprovado, embora seja possível acontecer uma lesão de ramos do trigêmeo num tratamento desse tipo, o que provocará um quadro clínico doloroso. Em 95% dos casos, porém, não existe causa orgânica definida nem trauma prévio que justifique a neuralgia do trigêmeo.(ou seja um Tratamento Dentário mal Feito pode piorar)

Drauzio – Frio e calor têm alguma influência?

– Não, embora alguns pacientes refiram que no frio as crises são mais prevalentes.

Drauzio – As causas da neuralgia do trigêmeo são mal conhecidas. O que a medicina sabe hoje a esse respeito?

– A causa da neuralgia essencial do nervo trigêmeo não é conhecida. No entanto, sabe-se que algumas situações podem provocar a dor. Por exemplo, tumores benignos(ou seja tem Cura), meningiomas, neurinomas do nervo trigêmeo são causas comuns de neuralgia trigeminal. Malformação dos vasos localizados na região posterior do encéfalo também pode provocar sintomas similares. Nos casos em que existe um fator orgânico provocador, geralmente o exame neurológico revela alterações, pois além da referencia à dor paroxicística, da dor em choque, existe uma sensação de dormência, de formigamento na face. Já nos 95% dos pacientes com neuralgia sem causa determinada, o exame neurológico é absolutamente normal.

Drauzio – Não há nenhuma alteração perceptível, como um desvio da boca, por

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