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O Manejo de Búfalos

Por:   •  19/3/2018  •  Resenha  •  3.119 Palavras (13 Páginas)  •  264 Visualizações

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Colheita de sêmen

Uma colheita de sêmen realizada adequadamente e respeitando as características fisiológicas da espécie, é o primeiro passo para se obter o sucesso esperado no seu processamento tecnológico. Em bubalinos, a colheita de sêmen deve ser realizada preferencialmente através do método da vagina artificial. Entretanto, outros métodos também têm sido empregados, tais como, a eletro-ejaculação (onde obtém-se sucesso somente em animais jovens) e a massagem das ampolas dos ductos deferentes. Com referência a esses dois últimos métodos têm sido relatados resultados poucos satisfatórios, onde a qualidade do sêmen é invariavelmente inferior quando comparado ao obtido pela vagina artificial. O bubalino adulto reage violentamente durante a tentativa da colheita de sêmen pelo método da eletro-ejaculação, uma vez que essa espécie se mostra bastante sensível ao estímulo elétrico.

Eletro ejaculação

O sêmen colhido através da eletro-ejaculação apresenta maior grau de contaminação por bactérias e de células de descamação do epitélio prepucial, em função da maioria dos animais ejacularem dentro da bainha prepucial. O sêmen colhido através desse método também apresenta menor concentração espermática em função do maior estímulo sobre as glândulas sexuais acessórias, levando-as a secretar maior quantidade de plasma seminal, cujo estímulo pode atingir também a bexiga, podendo haver a liberação de urina, a qual será misturada ao sêmen, comprometendo a sua qualidade. Finalmente, esse método não permite avaliar uma das mais importantes características de um reprodutor que é a libido sexual.

Eletro ejaculação

Método consiste em induzir a passagem de uma corrente alternada pela medula ao nível da 4ª. vértebra lombar, este estímulo produz a ejaculação.

O eletro ejaculador é inserido no reto, com eletrodos em forma de anéis ou longitudinais que irão promover a estimulação elétrica.

A eletro ejaculação é particularmente indicada para colheita de machos de diferentes espécies nos quais a colheita por vagina artificial não é possível.

Desvantagens: estresse no animal e maior diluição seminal quando comparado à colheita com vagina artificial (eletro ejaculador aumenta a secreção das glândulas sexuais acessórias).

Massagem das ampolas

A massagem das ampolas dos ductos deferentes é um dos métodos mais simples de colheita de sêmen em bovinos, entretanto, a obtenção de sêmen através deste método em búfalos é mais difícil e requer prática, sendo que muitos animais não respondem a esse método de colheita. O sêmen colhido através da massagem das ampolas dos ductos deferentes é geralmente de baixa qualidade, de baixa concentração espermática e de alta
contaminação em decorrência do animal ejacular dentro da bainha prepucial, não devendo, portanto, ser aproveitado para o processo da congelação para uso em programas de IA.

Vagina artificial

A vagina artificial é o método de excelência para a colheita de sêmen de bubalinos,
por ser o mais próximo do processo da monta natural e segundo Sansone et aI. (2000) por ser este animal um dos mais fáceis a ser treinado para a colheita de sêmen por este método. A estrutura da vagina artificial, à semelhança da usada em bovino, é constituída basicamente por um tubo rígido com válvula de dupla entrada (ar e água), cilindro flexível
de látex ("camisa"), cone coletor de látex e tubo coletor graduado. Para bubalinos, a vagina artificial deve ser mais curta, com cerca de 25-30 cm para animais jovens e de 30-
35 cm para animais adultos acima de quatro anos, em função do menor tamanho do pênis
bubalino em relação ao bovino. Não é necessária a lubrificação da vagina artificial, uma
vez que a lubrificação natural do pênis é suficiente para permitir a penetração do mesmo.
Porém, um dos aspectos importantes a ser observado é a temperatura, que deve estar
entre 42-44°C, uma vez que, muitos animais montam, porém não ejaculam quando a temperatura da vagina artificial está abaixo, ou sofrem irritações do pênis quando a mesma está acima desse parâmetro. Este fato acarreta a recusa dos animais nas próximas colheitas de sêmen, onde muitas vezes o reprodutor masturba-se quando apresentado ao manequim, sem realizar a monta, havendo muitas vezes a necessidade de recondicionamento dos mesmos.

Vagina artificial

Corresponde à melhor técnica de colheita, pois simula a cópula natural.

Método utilizado para a maioria das espécies (bovinos, equinos, caprinos, ovinos, caninos, entre outros).

A vagina artificial é composta por um tubo rígido com válvula, mucosa de borracha, cone flexível e tubo de colheita, recoberto por capa de térmica.

Através da válvula do tubo coloca-se a água a temperatura de 39-45°C e regula-se a pressão.

A temperatura interna deve estar entre 39 e 42°C.

Vantagens: obtêm sêmen de melhor qualidade e com menor risco de contaminação no ambiente.

Desvantagem: necessidade de treino para os machos doadores

Avaliação do sêmen

Este é um dos importantes aspectos a ser observado no processamento tecnológico do sêmen, uma vez que através de uma criteriosa avaliação do sêmen obtém-se dados quanto a qualidade do ejaculado, bem como, sobre a saúde reprodutiva do doador. Na avaliação do sêmen bubalino observam -se vários parâmetros como o volume, a cor (exames macroscópicos), o turbilhonamento, a motilidade, o vigor, a concentração e a patologia espermática (exames microscópicos), sendo que, nenhum teste isoladamente pode predizer com segurança sobre a qualidade e a capacidade de fecundação do sêmen. É bom lembrar que tais exames devem ser realizados com o ejaculado mantido em temperatura constante de 38°C, tendo em vista que o espermatozoide do búfalo é bastante sensível à variação da temperatura. A não observação deste detalhe faz com que muitas vezes o sêmen que aparenta ter baixa motilidade antes da diluição, melhore após a sua diluição com o meio de congelação.

Qualidade

Para preservar a qualidade do sêmen para a congelação, é importante que logo após a colheita da amostra para a avaliação e determinação da concentração espermática dilua-se o ejaculado em 1:1 com o diluidor, enquanto se processam as análises do ejaculado e a determinação da concentração, visando a determinação da taxa de diluição, ou seja, o volume do diluidor a ser acrescentado ao ejaculado.

Volume

O volume do ejaculado varia com a idade, com a frequência e o número de colheitas realizadas em um determinado período. Em búfalo jovem (2-4 anos), o volume e a concentração do ejaculado são menores que dos animais adultos em função do menor tamanho dos testículos e das glândulas sexuais acessórias. O volume do sêmen obtido nas colheitas com vagina artificial, utilizando previamente a falsa monta, está em torno de 2- 3 ml para a primeira amostra e de 0,5-1 ml para a segunda, com uma concentração espermática de cerca de 800.000/mm3 e 400.000/mm3, respectivamente. Chacur (1999) observou em búfalos com três anos de idade que o volume e a concentração do sêmen foram de 2,5+0,2 ml e 467.000+32.000 espermatozoides/mm3, respectivamente. Em animais acima de quatro anos, o volume do 1° ejaculado gira em torno de 4-6 ml e do 2° de 3-4 ml, com concentração ao redor de 1.000.000/mm3 e de 750.000/mm3, respectivamente.

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