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O Nó E O Ninho

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Por:   •  30/3/2014  •  634 Palavras (3 Páginas)  •  1.940 Visualizações

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O Nó e o Ninho – Michelle Perrot

A história da família é longa e cheia de rupturas. A sociedade busca aconchegar as formas de famílias de acordo com as necessidades ali decorrentes, trazendo uma visão de “decadência” sobre as mudanças que discordamos.

É de se notar cada vez menos casamentos e esses cada vez mais tarde, que chegam a serem menos duráveis, trazendo com consequência filhos de divorciados e nascimentos extraconjugais, onde há um grande aumento de famílias em que têm a mãe e o pai são um só, sendo esta pessoa que assume a guarda e o encargo do filho. Isso nos dá a visão do princípio da pluralidade, trazendo a construção da família reconstruída/mosaico, que passa a ser composta por membros de famílias rompidas que se reconstituem.

Ter filho deixa de ser finalidade básica do casal, sendo que esse aparece como núcleo das representações sociais. Não há um tipo de família a se romper, já que existe várias formas de família, acontecimentos e intervenções do Estado podem ter causado modificação nos comportamentos familiares.

A família herdada do séc. XIX tinha grande número de missões/função social da família, que, por sua vez, assegurava a gestação da sociedade civil e dos interesses pessoais, que gerava estabilidade do Estado e progresso na humanidade. Era ela quem assegurava o funcionamento econômico, gerando mão-de-obra e transmitindo patrimônio, formando bons cidadãos e patriotas conscientes dos valores das tradições ancestrais.

As famílias populares eram controladas pelo Estado quando suspeitas de não cumprir bem com o seu papel.

A família santificada era a patriarcal, com a figura do pai como o chefe/gerente que representava o grupo familiar. Mulher e filhos eram tidos como subordinados. As moças tinham que casar e ter uma vida caseira, ou só poderiam trabalhar em razão de sustento dos filhos e necessidade econômica. O que se tinha era uma visão de impulso em que o bem de família era tido como legitimação da família monoparental.

Podemos dizer que a família “era” ninho e nó, onde havia refúgio caloroso, vida afetiva e sexual, uma casa em que há segurança sem ninguém poder violar, e, em contrapartida, uma vida secreta, normativa, onde havia intrigas, confrontos e conflitos.

As rupturas que foram feitas eram em favor de um bem maior. O imenso desejo de ser feliz. Para que não tivessem que viver como seus pais, que aparentavam estar bem para a sociedade, mas que na verdade viviam na infelicidade.

Com a maioridade, os rapazes não mais entregavam a totalidade de seu salário para os pais, e as moças queriam liberdade para administrar seus próprios bens, trabalhar e sonhar com o amor.

No séc. XX propagandas de fertilidade não faziam efeito algum aos casais, especialmente das mulheres, que pretendiam ter filhos quando e como quiserem, e não como queriam que tivessem.

A família tradicional sofre rupturas. Não há mais transmissão de valor econômica, social, cultural ou simbólico. Na atualidade os pais estão perdendo o papel de iniciadores do saber de que realmente os filhos precisam, alterando o relacionamento familiar.

Muitas forças tendem a deslocar a família tradicional. A bioética, por exemplo, vem trazendo formas de técnica de reprodução onde para se ter um filho você

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