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O Que Querem Os Analistas De Sistemas? Expectativas, Identificações E Vínculos Com O Trabalho E Com As Organizações Paulo André De Souza Dias1 Jorge Augusto De Sá Brito E Freitas2

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Por:   •  12/2/2015  •  7.487 Palavras (30 Páginas)  •  584 Visualizações

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Revista ADM.MADE, ano 10, v.14, n.1, p.22-36, janeiro/abril, 2010 Revista do Mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial da Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro (MADE/UNESA). ISSN: 1518-9929 Editora responsável: Isabel de Sá Affonso da Costa

O que Querem os Analistas de Sistemas? Expectativas, Identificações e Vínculos com o Trabalho e com as Organizações

Paulo André de Souza Dias1 Jorge Augusto de Sá Brito e Freitas2

Artigo recebido em 18/11/2009. Aceito em 04/02/2010. Artigo submetido a avaliação double-blind. 1 Mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial pelo Programa de Mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial da Universidade Estácio de Sá (MADE/UNESA). Consultor na área de Tecnologia da Informação (TI). Endereço: IBM Brasil – Av. Pasteur, 138 – Botafogo – Rio de Janeiro, RJ - CEP: 22290-903. E-mail: padias@br.ibm.com. 2 Doutor em Administração pelo Instituto de Administração e Gerência da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (IAG/PUC-Rio). Professor do Programa de Mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial da Universidade Estácio de Sá (MADE/UNESA). Endereço: Av. Presidente Vargas, 642, 22º andar – Centro – Rio de Janeiro, RJ – CEP: 20071-001.E-mail: jorge.freitas@estacio.br.

Paulo André de Souza Dias e Jorge Augusto de Sá Brito e Freitas

Revista ADM.MADE, ano 10, v.14, n.2, p.22-36, janeiro/abril, 2010.

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O Que Querem os Analistas de Sistemas? Expectativas, Identificações e Vínculos com o Trabalho e com as Organizações

O presente trabalho procura discutir alguns dos efeitos provocados pelas mudanças nas relações de trabalho nos processos de identificação e de construção de identidade dos profissionais que atuam na área de tecnologia da informação. O estudo de caso realizado com 10 analistas de sistemas buscou (1) conhecer os valores, princípios, crenças e ideais que favorecem a identificação dos profissionais com a sua profissão e com as empresas onde trabalham ou trabalharam; e (2) descrever os efeitos das mudanças nas relações de trabalho sobre esses mesmos valores, princípios, crenças e ideais. A abordagem teórica partiu dos pressupostos da Teoria da Identidade Social, de Tajfel (1974), onde se propõe que as identidades sociais construídas pelo sujeito buscam preservar sua autoestima e reduzir suas incertezas. As evidências, de natureza qualitativa, foram coletadas por meio da triangulação de entrevistas semiestruturadas em profundidade, da observação direta e da consulta a documentos e a registros de arquivo. Os resultados sugerem que as mudanças das relações de trabalho, derivadas da evolução e o do barateamento da tecnologia, levaram a aumento na quantidade de profissionais disponíveis no mercado, o que diminuiu o status da profissão e reduziu o poder de barganha dos profissionais, frustrando as expectativas que os analistas de sistemas nutriam em relação a destaque, prestígio, diferenciação e reconhecimento. As entrevistas revelam que a organização ainda é palco onde o profissional busca reconhecimento público, sendo este fundamental para a adesão dos profissionais à organização e à construção de suas identidades; os profissionais destacam o prazer proporcionado pelo ofício e alimentado pelo reconhecimento, pela legitimação e pela cooperação entre pares.

Palavras-chave: identidade; profissionais de TI; teoria da identidade social.

Keywords: identity; IT professionals; social identity theory.

What Do IT Professionals Want? Expectations, Identification, Work and Organizational Bounds

This paper aims at discussing some effects provoked by changes in workplace relationships regarding identification processes and identity construction of IT professionals. This case-study was carried out with ten systems analysts and looked for (1) knowing values, principles, beliefs, and ideals which favor the identification of professionals with their profession and with the companies they work or worked for; and (2) describing the effects of the changes in workplace relationships upon these values, principles, beliefs, and ideals. The theoretical approach was founded on Tajfel’s (1974) Social Identity Theory, which states that social identities built by the subjects aim at preserving their self-esteem and reducing their uncertainties. The qualitative evidences were collected through triangulation of semi-structured in-depth interviews, direct observation, and use of documents and archival records. Results suggest that changes in workplace relationships, derived from the technology evolution and its reduction in price, led to an increase in the quantity of professionals in the marketplace, reducing their professional status and their bargaining power, hence frustrating systems analysts’ expectations about prestige, differentiation, and recognition. The interviews point out that the organization is the stage where the professional seeks public recognition, which is a fundamental aspect for professionals’ adhesion to the organization as well as to the construction of their identities. The respondents also stress that the pleasure their tasks give them, is fed by recognition, legitimation, and peer’s co-operation.

Paulo André de Souza Dias e Jorge Augusto de Sá Brito e Freitas

Revista ADM.MADE, ano 10, v.14, n.2, p.22-36, janeiro/abril, 2010.

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1. Introdução

A área de tecnologia da informação (TI) passou por mudanças importantes, provocadas não só pela evolução da própria tecnologia, mas também pela onda de terceirizações que atingiu o setor nos últimos anos (MIOZZO; GRIMSHAW, 2008). Curiosamente, ao mesmo tempo em que aumentava a importância estratégica de TI para as organizações, as funções de análise de sistemas e de programação de computadores deixavam de fazer parte de suas core competences, e eram, por isso, repassadas para fornecedores de serviço. Em alguns casos, a força de trabalho técnica foi transferida – à sua revelia - para agências especializadas em “alocação de mão-de-obra”. Tornou-se comum encontrar profissionais que recebiam seus salários da empresa “A”, que os alocava como mão-de-obra para a empresa “B”, a qual, por sua vez, vendia serviços de consultoria e de

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