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O Que é Enfermagem?

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Por:   •  8/5/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.135 Palavras (17 Páginas)  •  239 Visualizações

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Seminário 1

O QUE É ENFERMAGEM?

Introdução

O presente trabalho visa apresentar uma visão do que ser enfermeiro, mais concretamente citando o seu papel na sociedade, sua origem, suas ações, onde atua seus símbolos, comemorações e os avanços sociais.

História da Enfermagem – Evolução ao longo dos tempos

As mulheres enfermeiras sempre existiram, desde tempos imemoriais, circulando de casa em casa, de cidade em cidade, cuidando de outras mulheres, crianças, idosos, enfermos, deficientes e pobres. Esses cuidados de enfermagem incluíam partos, assistência aos recém-nascidos, ensino de higiene, realização de curativos e oferecimento de apoio, entre outras atividades.

Os saberes relacionados ao ato de cuidar eram passados de mãe para filha, de geração para geração, de comunidade para comunidade. Essas mulheres eram identificadas como sábias pelo povo, e como feiticeiras ou charlatãs pelas autoridades. Ao tratar das pessoas, desenvolveram grandes conhecimentos ligados aos ossos e músculos, a ervas e drogas.

No meio urbano, as mulheres que cuidavam da saúde da população eram alfabetizadas e tinham confiança na sua capacidade de enfrentar as doenças, a gravidez, o nascimento e a morte. Suas atitudes não eram religiosas nem passivas. Eram investigadoras ativas, e sua magia constituía a ciência da época.

Aos olhos da igreja, o poder das mulheres que curavam decorria de sua sexualidade. Como tudo o que poderia parecer sexual, esses poderes eram condenados como algo que provinha do diabo. Assim, foram acusadas, nos processos de feitiçaria, e cometer crimes sexuais contra os homens, de serem organizadas e, por fim, de possuírem poderes mágicos que afetavam a saúde, podendo tanto prejudicar quanto curar. Eram acusadas especificamente de possuir talento médico e obstétrico.

No século XIII, Os Estados, junto com as Igrejas Católica e Protestante, e contando com o apoio das classes dominantes, decidiram retirar da vida pública de várias cidades europeias as pessoas que se ocupavam da saúde da população.

Esses movimentos de extermínio de mulheres - e de alguns homens -, que durou quatro séculos está associado a grandes mudanças sociais ocorridas na Europa, que abalaram o feudalismo em seus fundamentos: conspirações e movimentos de massa no meio rural, o inicio do capitalismo e o fortalecimento do protestantismo.

Foi um período que marcou a desapropriação do poder e do conhecimento que as mulheres detinham em relação à saúde e a seus corpos. Os processos de assistência à saúde e à doença foram progressivamente tecnicizados e medicalizados , e o reconhecimento e o poder passaram das mãos das mulheres para os técnicos e especialistas.

Apesar disso,vale a pena lançar um olhar sobre as parteiras da época. Elas haviam conquistado um espaço garantido na sociedade. O desprestigio das parteiras teve inicio no fim do século XI, com o fortalecimento da Igreja Católica, que na época se tornou proprietária de um terço das terras da Europa Ocidental. Ocorreu a revolução gregoriana do direito canônico, eu impôs o celibato aos clérigos a fim de garantir que as posses dos religiosos permanecessem no âmbito da Igreja e não fossem disputadas por suas famílias, e retirar das mulheres as funções eclesiásticas, por abominar o contato carnal. A educação dada as mulheres nos conventos foi suprimida: estes deixaram de ser centros culturais e se transformaram em casas de oração e confinamento. A educação foi repassada às universidades recém-criadas, geridas pela igreja e de frequência quase que exclusivamente masculina.

As parteiras autônomas resistiram até 1935. O novo poder médico, guiado pela livre competição e apoiado pelo governo, conseguiu coibir a pratica autônoma a partir de 1902, com uma lei promulgada pelo Parlamento Britânico. Essa lei pôs fim ao exercício profissional autônomo das parteiras – que passaram a ser submetidas a seleção e cadastramento, só podendo realizar partos sob supervisão médica – e teve reflexos no Brasil, onde também foram afastadas do seu trabalho pelo poder médico da época.

Nossas ancestrais perderam a vida na forca ou na fogueira, deixando uma lacuna entre os séculos XVII e XIX. Nos documentos da época, existem poucos registros sobre elas, e é enfatizada a existência de mulheres carentes que viviam nos hospitais cuidando de doentes, sem nenhuma qualificação. É preciso lembrar que as condições de vida nessas instituições eram quase intoleráveis.

Paralelamente, as congregações cristãs foram assumindo a tarefa de cuidar dos enfermos. Os primórdios da enfermagem que conhecemos hoje se devem principalmente à Confraria das Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo na França e ao Instituto das Diaconisas de Kaiserswerth, na Alemanha, que treinavam mulheres para cuidarem de enfermos e se tornarem eficientes nas artes da enfermagem.

Até o inicio do século XX, a enfermagem praticada no Brasil era exercida por religiosas, enfermeiras estrangeiras de famílias de diplomatas, pastores protestantes, pessoas formadas pela escola de enfermeiros (as) do Hospital Nacional de Alienados e pela Escola Cruz Vermelha Brasileira, visitadoras treinadas por sanitaristas e atendentes que adquiriam conhecimentos dos hospitais da época.

O paradigma da enfermagem dessa época enfatizava valores relacionados ao amor, abnegação e desprendimento, desprezando a luta por remuneração digna, condições ambientais de trabalho adequadas, inserção na vida social e política, e desenvolvimento intelectual.

A despolitização das enfermeiras pode ser compreendida na atualidade pela analise do contexto em que a profissão se estruturou. Dados a esse respeito podem ser encontrados no relatório de conclusão da missão apresentado ao governo brasileiro.

Em 1926, em reconhecimento aos trabalhos prestados por Ana Neri, durante cinco anos como voluntaria da Guerra do Paraguai, o governo designou essa nova escola de Escola de Enfermeira Dona Ana Neri.

Durante o período de dez anos de permanência das enfermeiras norte-americanas no Brasil, nenhuma outra escola foi criada. Só em 1933 veio a ser instalada a segunda escola em Belo Horizonte, que hoje pertence à Universidade Federal de Minas Gerais.

Com

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