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O Uso Medicinal Da Cannabis Sativa No Brasil

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Por:   •  22/3/2015  •  2.347 Palavras (10 Páginas)  •  626 Visualizações

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ASSOCIAÇÃO CULTURAL EDUCACIONAL DE ITAPEVA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA

O USO MEDICINAL OU CIÊNTIFIO

DA CANNABIS NO BRASIL

Daniel de Lima Santos

Itapeva – São Paulo – Brasil

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL DE ITAPEVA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA

O USO MEDICINAL OU CIÊNTIFICO

DA CANNABIS NO BRASIL

Daniel Lima Santos

Silvia Corrêa Marques

Trabalho apresentado ao Núcleo de Pesquisa da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva como parte das atividades a serem realizadas no Programa de Iniciação Científica.

Maio/ 2014

Itapeva – SP

1- APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

“O Uso Medicinal da Cannabis no Brasil”:

O uso da maconha é proibido no Brasil. De acordo com a Lei de Drogas de 2006, quem porta uma substância entorpecente ou faz o cultivo dela para uso próprio recebe sanções de cunho sócio-educativo. Para traficantes, a pena pode variar de cinco a 15 anos de prisão. Mas como afirma o especialista em psicofarmacologia Elisaldo Carlini, já está mais do que na hora de reconhecer as qualidades médicas da droga no Brasil. Os efeitos medicinais da maconha beneficiam pacientes de câncer, Aids, glaucoma e esclerose múltipla. Mas os médicos do mundo inteiro se vêem num dilema crucial. Como receitar um remédio que é proibido?

A comunidade científica começou a estudar a maconha a sério em 1964. Nesse ano, o pesquisador Raphael Mechoulan, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, extraiu da erva natural uma substância chamada delta-9-tetraidrocanabinol. Era o THC, o principal responsável pelos efeitos da Cannabis sativa (nome científico da planta de maconha). Como também aprendeu a sintetizar o THC, Mechoulan viabilizou, pela primeira vez, o estudo sistemático de suas ações no corpo humano. Há muito tempo se ouvia falar nas virtudes terapêuticas da erva. Na verdade, a sua história é quase tão antiga quanto a civilização: há seis mil anos, aparecem no mais antigo texto medicinal conhecido, o Pen Ts’oo Ching, chinês, sugestões de uso da planta. Ela era indicada para problemas como asma, cólicas menstruais e inflama-ções da pele. E assim foi até recentemente, afirma o bioquímico John Morgan, da Universidade da Cidade de Nova York. “Nos Estados Unidos, a asma, a dor e o estresse foram combatidos com chás e outros preparados de maconha (mas não cigarros) comercializados por grandes empresas, como Parke Davis, Eli Lilly e Squibb.” O negócio acabou em 1937, quando a erva foi proibida nos EUA por lei federal.

Após a descoberta de Mechoulen, a indústria voltou a se empenhar e, logo no início dos anos 70, surgiram os primeiros remédios à base de THC sintético, cujo uso é autorizado, em casos especiais, na Europa e nos Estados Unidos. Dois deles são fabricados atualmente: o canadense Nabilone e o americano Marinol. Em forma decápsulas, eles ocuparam um mercado em crescimento: o dos pacientes de câncer e de Aids. É verdade que o THC também é benéfico em outros casos. Mas foi a gravidade dessas duas doenças que justificou a atenção dada à maconha como recurso terapêutico.

A cannabis não cura o câncer ou a Aids. O que ela faz com eficiência é aliviar o sofrimento decorrente dessas doenças. A partir de 1975, os médicos perceberam que o THC ajudava a superar crises de náusea e vômitos provocadas pela quimioterapia, tratamento que busca controlar os tumores cancerígenos. O mal-estar que decorre da quimioterapia pode se tornar intolerável se não for controlado e há pacientes que não conseguem dar continuidade ao tratamento. Por isso, o uso da maconha pode ser decisivo. Em 1991 a Organização Mundial de Saúde reconheceu a maconha natural como medicamento.

No caso da Aids, o efeito mais importante é o de estimular o apetite. Pacientes de Aids perdem em média 4 quilos por mês e podem morrer de desnutrição. O desejo de comer vem com a ajuda do THC. Alguns recorrem às cápsulas e outros aos cigarros, que continuam proibidos na maioria dos países. E a ilegalidade da maconha natural - para fumar - é um problema, porque grande número de médicos acha que ela é bem mais eficiente que a sua irmã artificial. Além disso a ação da maconha no sistema que comanda a reação a doenças também se aplica ao câncer. "Estudos científicos internacionais mostram que os componentes da maconha são talvez uma das únicas substâncias capazes de impedir metástases. Existem casos de regressão de câncer de pele, mama e próstata com o uso da maconha", diz o especialista Renato Malcher neurobiólogo da Universidade de Brasília (UnB). Ratos que receberam doses de tetrahidrocanabinol (THC), a principal substância psicoativa da maconha, durante dois anos, apresentaram uma diminuição da incidência de câncer colorretal e de fígado, de acordo com testes feitos pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos.

Malcher também destaca que a maconha tem efeitos psicológicos importantes, porque potencializa a apreciação lúdica e reduz problemas fisiológicos causados pela depressão e pelo estresse. "Faz parte da propriedade terapêutica da planta. É raro tratar sintomas fisiológicos e ainda gerar paz psicológica. Os efeitos sobre o estado de humor são o que há de mais valioso" (Malcher). No mundo, componentes da maconha medicinal podem estar presentes em comprimidos e sprays, como o Sativex, utilizado no tratamento da esclerose múltipla. A maneira mais eficiente de tratamento com a maconha é por meio da inalação. "O efeito é rápido com a dose

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