Reflexo Das Diferentes Concentrações De Tetrahidrocanabinol E Canabdiol Em Espécies De Cannabis Sativa E Cannabis Indica.

A maconha pode ser conhecida como uma série de drogas psicoativas ou medicamentos que são produzidos a base de plantas do gênero Cannabis. O consumo humano desta droga é descrito como iniciado há muitos séculos atrás em rituais religiosos, porém nos tempos modernos este gênero de angiospermas é utilizado para fins recreativos, rituais ou religiosos e até para fins medicinais.

O principal composto psicoativo desta planta é o Δ9-tetrahidrocanabinol, mais conhecido como THC. Além deste a cannabis apresenta mais de outros 400 canabinóides como o canabidiol (CBD) e o canabinol (CBN) que possuem sua porcentagem variada de acordo com o tipo de cannabis utilizada. A Cannabis sativa e Cannabis incica apresentam um maior teor de THC quando comparadas com a Cannabis ruderalis, o que explica a baixa utilização desta última.

Imagem 1: Folha de Cannabis indica e Cannabis sativa, respectivamente.

Fonte: http://cdn.theweedblog.com/wp-content/uploads//indica-sativa-leaves.jpeg

Os efeitos causados pelo uso dos produtos derivados da cannabis podem ser divididos em agudos e crônicos. Nos indivíduos que utilizam a cannabis ocasionalmente há um aumento da frequência cardíaca, diminuição da pressão sanguínea, alterações perceptuais, distorção do tempo, a intensificação de percepções sensoriais, dentre outros. Já nos indivíduos que utilizam a droga frequentemente, além de serem acometidos pelos efeitos agudos, também sofrem com os efeitos crônicos. Alguns desses efeitos são: danos às funções cognitivas e comportamentais, desenvolvimento de dependência, danos à capacidade de memória, dentre outros.

O que determina a intensidade desses efeitos ou seus agravamentos é a potência da droga, que é determinada a partir da quantidade de THC presente. Essa quantidade pode variar de acordo com as condições em que a planta é cultivada e em qual forma a droga será utilizada (maconha, haxixe ou skunk) e também do perfil do indivíduo que a utiliza. Normalmente a cannabis é utilizada em sua forma natural, onde, com ela são feitos os baseados e estes são fumados. Porém a fim de potencializar o efeito da droga houve o surgimento do skunk, que se trata da mistura das espécies Cannabis sativa e Cannabis indica; e da utilização do haxixe, que se trata da resina produzida pela planta, onde esta resina é misturada junto a tabaco e fumada. Devido ao uso da maconha principalmente para fins não medicinais, a mesma foi proibida em grande parte do mundo.

Porém, com o avanço das pesquisas cada vez mais funções medicinais vem sido atribuídas ao uso de substância provenientes da maconha. A utilização desta planta pode abolir ou diminuir muito as náuseas causadas por medicamentos antineoplásicos além de produzir efeitos benéficos em indivíduos esquizofrênicos.

DISCUSSÃO

Em nosso cérebro existe um grupo de receptores chamados de canabinoides que são responsáveis por funções como a memória de curto prazo, o aprendizado e a coordenação. E estes tão ativados por uma substância produzida pelo nosso próprio organismo chamada de anandamida. Com o uso da maconha, o THC chega ao cérebro rapidamente. E como ele é um canabinóide (assim como a anandamida), irá interagir com este grupo de receptores, ativando efeitos adversos sobre o cérebro e o restante do corpo. Esses receptores estão espalhados pelo hipocampo (memória de curto prazo), gânglios basais (movimentos involuntários dos músculos) e cerebelo (coordenação). Além de afetar essas funções, o THC é o responsável por amenizar ou acabar com as náuseas causadas por remédios utilizados no tratamento do câncer. Porém em altas doses pode causar crises psicóticas e ataques de pânico.

Imagem 2: Localização dos receptores canabinóides.

Fonte: http://saude.hsw.uol.com.br/maconha3.htm

Já o CBD é outro componente muito abundante no gênero cannabis. Porem, diferentemente do THC, ele não é um composto psicoativo e não interage bem com os receptores canabinóides do nosso cérebro, com isso a anandamida consegue ativar os neurônios específicos que realizam suas funções normalmente. Segundo estudos, além de interagir com o THC e combater algum de seus efeitos adversos, o canabidiol também funciona como um ansiolítico, inclusive provocando menos efeitos colaterais do que os medicamentos utilizados hoje em dia.

Imagem 3: Benefícios da maconha e do canabidiol no tratamento de doenças.

Fonte: http://www.trezentos.blog.br/wp-content/uploads/fobia.gif

A Cannabis

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