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O papel do preconceito na vida cotidiana

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Por:   •  5/5/2014  •  Artigo  •  438 Palavras (2 Páginas)  •  416 Visualizações

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A categoria do pensamento e do comportamento cotidianos é o preconceito. Os preconceitos sempre desempenharam uma função importante também em esferas que, por sua universalidade, encontram-se acima da cotidianidade; mas não procedem essencialmente dessas esferas, nem aumentam sua eficácia; ao contrário, não só a diminuem como obstaculizam o aproveitamento das possibilidades que elas comportam.

A possibilidade, ou mesmo probabilidade, de comporta¬mento conformístíco emprestam à unidade do verdadeiro e do correto nas relações sociais um conteúdo bastante diverso daquele que apresenta na atividade do trabalho.

Temos sempre uma fixação afetiva no preconceito. Por isso, era ilusória a esperança dos luministas de que o pre¬conceito pudesse ser eliminado à luz da esfera da razão. Dois diferentes afetos podem nos ligar a uma opinião, visão ou con¬vicção: a fé e a confiança.

A fé e a confiança distinguem-se entre si nos planos an¬tropológico, epistemológico e ético. As diferenças epistemoló¬gicas e éticas baseiam-se nas antropológicas.

• A fé nasce da particularidade individual, cujas necessidades satisfaz. Todo homem é, ao mesmo tempo, ente particular-individual e ente humano-¬genérico, ou seja, uma "singularidade" e, simultaneamente, uma parte orgânica da humanidade, da história humana.

• A confiança enraíza-se no indivíduo. O indivíduo está numa relação menos consciente com sua essência humano-genérica e com sua particularidade indi¬vidual.

O modo de "provar" se um preconceito social tem função de preconceito também no indivíduo ou carece dela consiste sempre na confrontação com os fatos.

Partimos do fato de que a vida cotidiana produz, em sua dimensão social, os preconceitos, bem como de que a base antropológica dessa produção é a particularidade individual ao passo que o "tecido conjuntivo" emocional é a fé.

A maioria dos preconceitos, embora nem todos, são pro¬dutos das classes dominantes, mesmo quando essas pretendem, na esfera do para-si, contar com uma imagem do mundo re¬lativamente isenta de preconceitos e desenvolver as ações cor¬respondentes. O fundamento dessa situação é evidente: as classes dominantes desejam manter a coesão de uma estrutura so¬cial que lhes beneficia e mobilizar em seu favor inclusive os homens que representam interesses diversos (e até mesmo em alguns casos, as classes e camadas antagônicas).

Não podemos, dizer que todo homem predis¬posto ao preconceito é "imoral". Mas podemos afirmar que, sob todos os aspectos nos quais tem preconceitos, ocorre uma diminuição para o homem de suas possibilidades de uma esco¬lha adequada e boa, historicamente positiva, e, com elas, a pos¬sibilidade de uma explicação da própria personalidade.

A "receita" liberal, portanto, oferece um re¬médio que, ao mesmo tempo em que a enfermidade, acaba também com o enfermo. Se quisermos nos libertar de nossos preconceitos mediante o ato de colocar em questão todos os nossos juízos, perderemos, juntamente com os preconceitos, também as nos¬sas convicções.

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