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OBSERVAÇÕES SOBRE O TRIÂNGULO AMOROSO LEOPOLDINA, PEDRO I E DOMITILA DE CASTRO E SUA REPRESENTAÇÃO EM DE TRES MUSEUS DE HISTÓRIA

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Por:   •  17/8/2013  •  4.049 Palavras (17 Páginas)  •  1.065 Visualizações

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OBSERVAÇÕES SOBRE O TRIÂNGULO AMOROSO LEOPOLDINA, PEDRO I E DOMITILA DE CASTRO E SUA REPRESENTAÇÃO EM DE TRES MUSEUS DE HISTÓRIA

Maria Helena Padula*

RESUMO

O caso amoroso entre o Imperador Pedro I e sua concubina, a Marquesa de Santos, funcionou como um ápice de desespero a ser costurado no já fragilizado tecido emocional da Imperatriz Leopoldina. Busca-se observar, como três museus históricos, em sua missão de narradores da História, mostram, ou evitam mostrar, a figura de Domitila de Castro em suas exposições e divulgações. Escolheu-se o Museu Histórico Nacional por sua abrangência da História do Brasil como um todo e por ser o detentor do famoso quadro da Marquesa de Santos, o Museu Imperial de Petrópolis pela abordagem específica do Império e o Museu do Primeiro Reinado pela pontualidade do tema.

PALAVRAS-CHAVE: Pedro I, Imperatriz Leopoldina, Marquesa de Santos, Exposições de museus

ABSTRACT

Observations about the love triangle Leopoldina, Pedro I and Domitila de Castro and its representation in 3 historical museums.

The love affair between emperor Pedro I and his concubine Marchioness of Santos, worked as a desperation apex do be sewn on the frail emotional fabric of empress Leopoldina. It can be observed how three historic museums, in their mission as history narrators, demonstrate or avoid to do so the presence of Domitila de Castro in their expositions and divulgations. The Museu Histórico Nacional was chosen because of its ample notion of the history of Brazil as a whole and by being the keeper of the famous Marquesa de Santos painting, as the Museu Imperial by its specific approach towards the Empire and Museu do Primeiro Reinado by its reliability with the theme.

KEYWORDS: Pedro I, Empress Leopoldina, Marchioness of Santos, Museums’ Exhibitions

Leopoldina, Pedro e Domitila

O caso amoroso entre o Imperador Pedro I e sua concubina, a Marquesa de Santos, funcionou como uma situação conjuntural que se inseriu na vida da Imperatriz Leopoldina funcionando como a exacerbação de uma situação estrutural de profunda melancolia da soberana. Esse estado de alma foi fartamente narrado por Leopoldina em suas cartas “único conforto na distância tão grande e dolorosa.”1

É conhecida a infelicidade da primeira esposa de Pedro I que viajou para o Brasil, na época um país atrasado e inóspito, para casar-se com o Príncipe d. Pedro, herdeiro do trono português, na crença de: “[...] que se trata de uma predestinação, já que senti sempre uma inclinação singular pela América e, até mesmo quando era criança eu dizia frequentemente que gostaria de ir até lá”2, para logo depois mudar o tom para “[...]deixar a minha bela Europa para embrenhar-me nas tristes e úmidas florestas do Brasil.”3

A saudade torturante da família - em especial da querida irmã Maria Luísa à medida que cada vez que ficava mais claro que nunca mais tornaria a vê-la -,o afastamento da terra natal com a perda de esperança de um dia retornar à sua pátria, tudo isso fora acrescido pela inadequação aos modos da Corte portuguesa e a forma como se conduziam em “um país onde tudo é dirigido por vilania e ciúme.”4 Pode-se somar a essas vicissitudes os modos rudes do marido, a privação de distrações sociais, de amigos em quem confiar e o isolamento e falta de apoio após a partida de d João VI que demostrou, até sua partida de retorno para Portugal, ser um aliado.

No contexto das situações acima elencadas se inseriu o romance estonteante de seu marido com Domitila de Castro Canto e Melo que viria a ser agraciada com o título de Marquesa de Santos. A infidelidade do marido não era surpresa para a Leopoldina que teve de lidar com isso desde sua chegada ao Brasil. Nessa época, entretanto, ainda

*Museóloga graduada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) trabalhou como prestadora de serviço no Museu Histórico Nacional

contava com o auxílio do soberano d João VI - que já partira de volta para Portugal quando do surgimento da Marquesa na vida do casal - que sempre interveio em favor da princesa encontrando uma maneira de afastar as concubinas da Corte.5

No caso específico do romance de Pedro com a Marquesa, a maneira como os fatos se desenrolaram - de forma escandalosa debaixo dos olhos da Imperatriz e de todos uma vez que a Marquesa desfrutava da intimidade do Palácio sendo promovida ao cargo de primeira dama do Paço e que Pedro partia acintosamente em defesa de Domitila toda vez que percebia que sua amante era desagradada – extrapolou, em muito, os costumeiros romances do Imperador. Pedro mandou construir e decorar com luxo um palacete praticamente no quintal do Palácio de São Cristóvão. Neste local Pedro viria a passar dias tendo na casa da amante um gabinete de despachos e um aposento de descanso.

Pelo que foi visto acima, o que na verdade se discute não é o fato de Pedro possuir uma concubina - ele não era o único soberano e nem o único homem a agir dessa forma e na vida de Pedro, Domitila não seria a primeira nem a última amante. O que causa surpresa é a forma como o Imperador conduziu a questão levando a amante para dentro do Palácio e mantendo um caso extra conjugal diante dos olhos de todos. Essa atitude de Pedro extrapolava não tão somente os padrões morais mais atrasados do Brasil como era também um escândalo na Europa. A repercussão da maneira como Pedro conduziu o romance, como é sabido, viria a atrapalhar a negociação para as segundas núpcias do Imperador, que não encontrava nobre alguma, tampouco suas famílias, disposta a contrair matrimônio com tão desrespeitoso pretendente.

A já abalada estrutura de Leopoldina se viu então, na conjuntura que se criou com o romance do marido com Domitila, desprestigiada em diversos aspectos de sua vida que se podem detalhar: como mulher em sua feminilidade, como mãe e como autoridade política.

Agraciada pelo Imperador com todo tipo de mimo, a Marquesa apresentava-se sempre bem vestida e bem cuidada, ao contrário da Imperatriz, já que Pedro “gastava os seus meios, a mãos cheias, para criar um ambiente de luxo em torno da amante, enquanto que a esposa chegava a viver em estado de verdadeira penúria”6. Sobre a comparação física entre as duas mulheres irá se falar mais adiante.

A maternidade deixara de ser

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