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Ortese E Protese

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Por:   •  12/10/2014  •  1.511 Palavras (7 Páginas)  •  643 Visualizações

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Introdução

O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é o termo designado para “infarto” cerebral, devido uma hemorragia ou isquemia, ou seja, perda de função cerebral na região acometida. O AVE isquêmico é o tipo mais comum, cerca de 80%, que resulta em um bloqueio cerebral, levando a isquemia na região, sendo divido em lacunares, ateroscleróticos e embólicos, porém, apresenta um bom prognóstico. Já o hemorrágico é o resultado da ruptura de um vaso sanguíneo cerebral, corresponde a 20% dos acidentes, dividindo em intraparenquimatosos e subaracnóide, tendo as suas sequelas mais graves e muitas vezes levando ao óbito (CHAVES, 2000; COHEN, 2001).

Segundo dados da World Health Organization (2012) e Lopez et al. (2006), o AVE é a segunda principal causa de morte no mundo, principalmente em adultos de meia idade e idosos. Sendo que o Brasil, atualmente, constitui a principal causa de morte, sendo responsável por mais de 90mil óbitos/ano, considerada a maior taxa da América Latina.

Além da elevada mortalidade, o AVE, é uma doença altamente incapacitante, devido a alterações motoras que ocorre, como a espasticidade (GARROS et al., 2010). A espasticidade, aumento do tônus muscular, acarreta diversos inconvenientes para o paciente, como dificuldade de movimentos finos, espasmos de flexão, posturas viciosas, dificuldade de higienização, dor e desenvolvimento de contraturas e retração dos segmentos afetados (LEVY et al., 2003). Sendo que a espasticidade de membros superiores (MMSS) uma das maiores sequelas que atrapalham as atividades de vida diária (AVD's), devido ao padrão flexor empregado ao membro (BLECK, 1975; CRAWFORD et al., 1990; GARROS et al., 2010).

Dentre muitos tratamentos descritos na literatura, para espasticidade em MMSS decorrente do AVE, a órtese estática (OE) é utilizada como tratamento auxiliar, devido ao padrão postural em flexão de punho e dedos com o polegar em adução ou espalmado, no qual a OE vai estabilizar o membro (CORREIA et al., 2010; O'DWYER et al., 1996). Porém, pouco estudos elucidam a eficácia da OE para tratamento da espasticidade.

Visto que: 1) existe um grande número de pessoas com espasticidade em MMSS decorrentes do AVE; 2) a espasticidade de MMSS interfere diretamente na AVD’s; 3) a OE é um recurso que pode ser utilizado como tratamento complementar na espasticidade em MMSS e; 4) poucos estudos elucidam a eficácia do uso da OE em MMSS, como tratamento complementar da espasticidade. O presente estudo teve como objetivo avaliar, através de uma revisão literária, a eficácia da OE para posicionamento de MMSS com espasticidade decorrentes do AVE.

Metodologia

A pesquisa foi feita na biblioteca do Centro Universitário Claretiano de Batatais e nas bases eletrônicas Medline, Lilacs, Pubmed e Bireme, seguindo como estratégia de busca de descritores na língua portuguesa e inglesa, utilizando os seguintes termos (individuais e combinados): acidente vascular encefálico (AVE), órtese, órtese estática, órtese de mão, espasticidade, espasticidade de membros superiores, stroke, orthosis, static orthosis, hand orthosis, spasticity, upper limb spasticity. Devido a escassez de artigos com o referido tema, todos os artigos relacionados ao tema foram incluídos no presente estudo, sendo analisados criticamente.

Resultados e discussão

Na revisão da literatura realizada foi identificado um total de 25 artigos, dos quais 18 foram pré-selecionados pelo conteúdo do título, e desses, 6 foram descartados após a leitura do resumo por não preencherem os critérios de inclusão anteriormente definidos na metodologia.

Smith (1997) define a recuperação funcional de MMSS após lesão neurológica, como o AVE, em 7 fases: 1) flacidez (arreflexia): não existe atividade reflexa ou voluntária nas extremidades acometidas; 2) espasticidade em desenvolvimento: com presença de alguns componentes de sinergia básica, normalmente a flexão do cotovelo e extensão do joelho são os primeiros a reaparecer. A mão pode apresentar pouca ou nenhuma flexão de dedos; 3) grau máximo a espasticidade: onde o movimento voluntário começa aparecer e em relação a função manual é observada a preensão em massa ou gancho; 4) declínio da espasticidade: onde observa-se preensão lateral e movimentação da mão, permitindo movimento do polegar, e movimento ativo assistido de pequena amplitude de extensão dos dedos; 5) esboço de espasticidade: ocorrência de pelo menos dois movimentos combinados, fora dos padrões sinérgicos. O individuo é capaz de realizar preensão palmar, esférica e cilíndrica desajeitada. Aparece o movimento em amplitudes variadas de extensão dos dedos em massa; 6) espasticidade praticamente ausente: onde há presença de movimentos isolados com coordenação mais próxima do normal. A mão está apta a realizar todas as preensões, com extensão completa dos dedos e; 7) restauração completa da função.

Tendo por base as fases da recuperação funcional de MMSS, e que pacientes com espasticidade em MMSS apresentam padrão postural em flexão de punho, dedos e polegar aduzido ou espalmado, o estudo de Pardini (2006) apud Assumpção citou que a órtese é considerada um recurso essencial na reabilitação da mão, na qual tem atua impedindo ou corrigindo deformidades já existentes. No mais, o autor define as OE como dispositivos que mantêm os tecidos em uma única posição para o correto alinhamento articular, evitando deformidades e impedindo o desenvolvimento de contraturas pelo posicionamento.

Segundo Casalis (1990), as OE são utilizadas em lesões derivadas do sistema nervoso central (SNC), tento como intuito melhorar o posicionamento, mantendo as articulações na posição funcional sem permitir a função do segmento.

Os estudos citados acima mostram que as OE são extremamente importantes no prognóstico de lesões do SNC, que levam a espasticidade, pois as mesmas vão agir evitando deformidades e complicando o quadro de lesão.

Casalis (1990) trás que existem dois tipos de OE para padrão flexor, com objetivo da manutenção da posição funcional e na prevenção de deformidades. A OE de posicionamento ventral (Figura 1) e a de posicionamento dorsal (Figura 2) (CASALIS, 1990).

Figura 1. Órtese estática com apoio ventral (Hospital das Clinicas

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