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Por:   •  21/2/2014  •  3.410 Palavras (14 Páginas)  •  366 Visualizações

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COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição (Cascavel)

POLEZE, Regina Cilene Zilio (Nova Aurora)

SILVA, Eliane Vieira dos Santos (Nova Aurora)

1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO E SELEÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL

Professor(a):

Não há nada mais atraente para os alunos do que trabalhar conteúdos que envolvem a ludicidade como, por exemplo, pedir que reflitam sobre o significado das rimas simples dos provérbios populares e que brinquem com o jogo de palavras e ideias aí escondido.

Trazer o conhecimento popular para a sala de aula contribui para transformá-la num espaço dinâmico e social, onde o saber do aluno, de sua família e da comunidade é valorizado. E trabalhar com os provérbios é, ainda, uma oportunidade de aproximar o aluno do material escrito produzido a partir da tradição oral do povo.

O trabalho com “provérbios”, conforme propõe o Currículo Básico para a Escola Publica Municipal da Região Oeste do Paraná (AMOP, 2007) deverá ser introduzido no 2º ano, trabalhado e consolidado no 3º ano e retomado no 4º ano. Como se trata de um gênero de produção oral, o importante é resgatá-lo, possibilitando o entendimento de sua função social, ou seja, de que são textos usados em situações quando se quer aconselhar alguém de maneira informal.

A sabedoria popular armazenada nos provérbios representa, portanto, a memória de um povo, de um determinado momento histórico. A esse respeito, Sylvio Horta teceu as seguintes considerações:

Como foi guardada, transmitida essa experiência da vida? Rituais, livros sapienciais, provérbios, fábulas, anedotas etc. A partir da vida de cada um, teremos que encontrar de novo, dar um novo posto a essa sabedoria – bastante problemática – que é fundamental para nossas vidas, principalmente em nossa época, em que teimamos em reduzir tudo à realidade de coisas: o homem é reduzido ora à biologia, ora à economia, ora à psicologia, ora à sociologia (apud LAUAND, 1997, p. 101).

A relação entre provérbios e educação é evidente: “o provérbio oferece um conselho de sabedoria prática” (PAES, 1985, p. 51), por isso a importância de resgatar essa cultura popular, refletindo-a à luz da contemporaneidade, questionando-se: até que ponto é possível transferir para hoje aquilo que serviu há séculos atrás?

Não se trata de ensinar o aluno a produzir provérbios. Ao contrário, esse é um gênero para leitura e reflexão. Portanto, se você atingir o objetivo de propiciar situações de reconhecimento do gênero, do contexto de produção, de leitura e de reflexão de textos desse gênero, já garantirá a sistematização do mesmo.

Mesmo assim, propomos que esse estudo seja socializado com a comunidade escolar, por meio da transposição de provérbios em cartolinas para serem distribuídas pela escola.

1.1 Iniciando o trabalho com o gênero

Ao iniciar a sequência didática (SD), sugerimos que você, professor(a), organize a sala (antes dos alunos entrarem) com vários cartazes contendo provérbios. Assim que iniciar a aula, peça que os alunos leiam esses cartazes e pergunte-lhes o que entenderam com essa leitura.

Depois desse diálogo, pergunte se eles reconhecem o gênero ali exposto. Provavelmente, surgirão respostas variadas (frases de efeito, ditados populares e provérbios), uma vez que são gêneros que se aproximam, devido à sua estrutura organizacional. Explique o que são provérbios e faça um levantamento sobre quem conhece os mesmos. O objetivo desse trabalho é o de mostrar que todo provérbio traz uma mensagem ou um valor moral, um ensinamento, um aconselhamento, revelando uma compreensão de mundo de determinado momento histórico.

Aproveite a oportunidade para explorar, oralmente, a estrutura (o formato) do gênero: frases curtas, objetivas, linguagem conotativa (figurada) e sem autoria. O quadro abaixo traz mais informações sobre o gênero.

2 RECONHECIMENTO DO GÊNERO TEXTUAL

Aprofundando Conhecimentos

Professor(a):

Os provérbios ocorrem conforme as necessidades de sua época e uso, portanto podem ser inovados ou caírem em desuso. Há provérbios muito frequentes na língua como: ‘‘Tempo é dinheiro’’; outros, porém, possuem formas arcaicas que dificultam o entendimento de seu significado hoje: ‘‘O bom vinho escusa pregão’’. Mas para um provérbio ser inserido em um dicionário, ele tem que necessariamente ser frequente, assim como ocorre com qualquer fraseologismo.

A origem da palavra provérbio vem do latim proverbium. De acordo com Xatara, ‘‘o provérbio aparece pela primeira vez em textos do século XII, e o mais antigo estudo, assinado por Henri Estienne, data de 1579 – embora a mais antiga coleção de provérbios seja a do inglês John Heywood, de 1562’’ (XATARA e SUCCI, 2002, p. 13). Entretanto, a sua existência tem origem muito mais remota, e só não é atestada antes porque não puderam ser arquivados, ou porque pertenciam a uma tradição oral, ou porque se perderam tais documentações através do tempo. Sabe-se que faziam parte da filosofia dos gregos, romanos, egípcios, presentes tanto no ocidente, como no oriente, perpetuando-se na Idade Média e chegando até nós.

Provavelmente, a origem da palavra seja até religiosa e não seria de se estranhar: ao se decompor ‘‘provérbio’’, alguns autores acreditam que ele tenha derivado de pro (no lugar de) + verbo (palavra de Deus), ou seja, no lugar da palavra de Deus, já que nele sempre se encerra um conselho, uma admoestação.

Steinberg (1985) argumenta que o anonimato dificulta o reconhecimento exato da origem do provérbio, sendo essa dificuldade ainda maior em países de imigração como o nosso. Alguns provérbios podem ter tido origem em outros países e, com a miscigenação de raças, ter-se enraizado e naturalizado na outra língua, tornando o reconhecimento de sua origem quase impossível.

Pode-se presumir, com essa lógica, que os provérbios, inicialmente religiosos, foram criados por autores conhecidos, mas que, no decorrer dos séculos, foram perdendo autoria e caindo no domínio público. Como diz o próprio provérbio: ‘‘A voz do povo é a voz de Deus’’, que parece corroborar com a crença de que o pensamento é

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