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Por:   •  14/4/2014  •  2.858 Palavras (12 Páginas)  •  377 Visualizações

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Estrangeirismos na Língua Portuguesa: certo ou errado?

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VEJA na Sala de Aula

Tomando como exemplo o batismo da bola da Copa 2014 - brazuca -, discuta como palavras de outros idiomas são incorporadas ao nosso vocabulário

Grafia do nome brazuca. Imagem: André Menezes

Objetivos

- Discutir a dimensão social da língua

- Perceber na dimensão interna (morfologia) da língua as influências dos fenômenos externos (fatos sociais)

- Identificar o estrangeirismo como um movimento de todas as línguas

- Entender a formação dos neologismos

Conteúdos

- Dimensão social da língua

- Estrangeirismos

- Neologismos

Anos

Ensino Médio

Tempo estimado

Duas aulas

Material necessário

- Cópias do artigo "Brazuca é um nome triste, mas não por ser com 'z'" disponível no site de Veja

- Gramática de referência (a critério do professor)

Leia mais - Qual a diferença entre neologismo e estrangeirismo?

Leia mais - A língua é viva

Leia mais - De onde vêm as palavras?

Desenvolvimento

1ª etapa

Inicie a aula questionando a turma sobre a polêmica escolha do nome da bola da Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil. Entre as três concorrentes - bossa nova, carnavalesca e brazuca -, a vencedora foi a última, com 77,8% dos votos dos internautas. Escreva no quadro o nome da campeã, brazuca. Pergunte aos alunos: do ponto de vista ortográfico, está correta a grafia? Brazuca se escreve com Z?

Proponha o debate, ouça as respostas e esclareça a questão com a apresentação do texto de Veja, "Brazuca é um nome triste, mas não por ser com Z". Como informa o artigo, "todos os dicionários e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da Academia Brasileira de Letras, registram apenas brasuca, com s". A palavra, afinal, é derivada de Brasil. Ou seja, se pensarmos em termos somente ortográficos e morfológicos, de fato há um erro, ou melhor, uma transgressão à regra.

Aproveite e utilize a gramática de referência para relembrar um processo básico de formação das palavras, a derivação. No link, chame a atenção para a derivação sufixal, processo que originou a palavra brazuca, quando um sufixo - uca - se acrescenta a um radical para formar uma nova palavra (no caso um adjetivo).

2ª etapa

Introduza a discussão sobre a dimensão social da língua provocando a turma: por que, afinal, a bola foi batizada como brazuca com "z"? Novamente, acolha as respostas e sugira a retomada do texto de Veja. Mostre que, entre as razões apontadas, figuram coisas como marketing, capacidade de internacionalização do termo (via relação com o inglês, língua em que nosso país é chamado de Brazil) e a própria preferência popular - uma busca no Google revela que a palavra brazuca ultrapassa em muito o uso de brasuca.

Indague: o que há em comum entre esses fatores? Eles são próprios da língua ou, num certo sentido, externos a ela? Exponha que a língua (fala e escrita) é fruto das mudanças sociais, ou seja, conforme a sociedade muda seus padrões, os comportamentos linguísticos também se transformam para dar contar de "dizer" os novos objetos, as novas formas de vida, os novos anseios sociais. O batismo da bola da Copa do Mundo é um ato de branding, ramo do marketing que tem regras próprias, entre elas a de privilegiar formas gráficas fortes - e nesse mundo a letra z goza de grande prestígio. Naturalmente, a correspondência com a grafia "Brazil" numa marca destinada a ter circulação internacional também deve ter sido considerada um trunfo por seus criadores.

3ª etapa

Hora de aprofundar a identificação das marcas de estrangeirismo em nossa língua. Peça à turma que cite palavras que lhes pareçam derivadas de outras línguas. Certamente vão aparecer muitas palavras derivadas do inglês, como deletar, fast food e notebook. Pergunte: por que o inglês predomina? Retome a ideia de que as demandas sociais nos trazem novas práticas sociais e linguísticas. A partir da metade do século 20, com a elevação dos Estados Unidos à potência mundial, os olhos do mundo passaram a ver esse país como padrão social, econômico, cultural e, consequentemente linguístico.

Mostre aos estudantes que nem sempre foi assim. No quadro, elenque uma lista de palavras deriviadas do francês: batom, sutiã, abajur, mousse, scarpin, ateliê, baguete etc. Questione: há contradição com o predomínio do inglês? É a deixa para esclarecer que até meados do século 20, houve na Língua Portuguesa uma avalanche de estrangeirismos advindos do francês. Isso porque a França até então era um país de destaque mundial por sua produção científica e cultural, sobretudo na área das artes e das ciências humanas. Ou seja, a França exportava conhecimento, beleza, padrões de comportamento, estética, culinária e, em consequência desses atributos, exportava palavras - importadas não apenas para determinados usos, mas que se incorporaram à nossa língua de corpo e alma.

Nessa perspectiva, podemos comparar a língua à vestimenta. Também se tratando de um fenômeno social, os comportamentos linguísticos seguem os ditames da moda. Por exemplo, nos dias de hoje, dizer que uma menina é cocotinha, mesmo para os mais velhos, parece algo fora de moda. Isso significa que o movimento - a mudança linguística - é um fato social que se revela a partir das novas propostas de vida e de interações. O que se pode concluir desses dois exemplos é que as interações sociais, econômicas, culturais e políticas refletem nos comportamentos linguísticos.

4ª etapa

Para finalizar,

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