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Plantas Daninhas

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Por:   •  22/11/2013  •  1.300 Palavras (6 Páginas)  •  1.026 Visualizações

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Controle Biológico de Plantas Daninhas

O controle biológico de plantas daninhas tem-se baseado principalmente na utilização de insetos fitófagos e de fungos e bactérias fitopatogênicas como agentes de biocontrole. As plantas daninhas que são alvos de programas de controle biológico são, principalmente, aquelas cujo controle químico ou mecânico é ineficiente ou indesejável, como é o caso da utilização de herbicidas em ambientes aquáticos, ou mesmo impraticável, como o controle de plantas daninhas em áreas de pastagens extensivas. De modo geral, devido à alta seletividade dos agentes de biocontrole, este método tem adquirido maior utilidade quando ocorre uma grande densidade ou predominância de uma espécie de planta daninha em uma determinada área ou região. Para a implementação de programas de controle biológico, três estratégias diferentes têm sido empregadas: clássica, bioherbicida ou aumentativa. A escolha da estratégia apropriada depende das características da planta daninha-alvo, da área onde o controle é desejado e dos objetivos do programa em termos de prazo e do nível de eficiência desejada.

O objetivo do controle biológico não é a erradicação de populações inteiras de plantas que ocorrem e determinadas áreas, mas, sim, a redução da sua densidade em níveis aceitáveis ou subeconômicos.

Embora em escala global a importância prática do controle biológico para o controle de plantas daninhas ainda seja secundária, este método de controle tem sido implementado com sucesso e está bem estabelecido em vários países.

Estratégia inoculativa ou controle biológico clássico

O controle biológico clássico ou estratégia inoculativa é aplicável nos casos de plantas daninhas que foram introduzidas em áreas novas e que estejam estado separadas geograficamente dos seus inimigos naturais nativos. Neste caso, o objetivo do controle biológico não é a imediata redução ou eliminação das plantas daninhas, mas, sim, a redução e a estabilização a longo prazo da densidade de plantas em determinada área. Para que o sucesso do controle biológico clássico seja continuo, não pode ocorrer a erradicação completa das espécies invasoras em uma área ou região, mas, sim, é necessário que uma pequena quantidade de plantas permaneça para viabilizar a sobrevivência dos inimigos naturais das plantas. Esta estratégia está baseada na ideia de que o controle resulta justamente da pressão constante dos inimigos naturais sobre os seus hospedeiros, pois parte-se do principio de que tais plantas se tornaram daninhas nos novos ambientes devido, em grande parte, à ausência de pressão dos inimigos naturais nas novas áreas colonizadas.

O sucesso do controle biológico clássico depende da capacidade de autoperpetuação dos agentes nas áreas em que os mesmos foram introduzidos, assim como da sua capacidade de dispersão natural.

Os exemplos mais importantes de controles biológicos de plantas daninhas com a estratégia clássica são: O controle de Senecio jacobaea e de Carduus nutans nas pradarias dos EUA e do Canadá, assim como o controle das plantas daninhas aquáticas Eichhornia crassipes, Alternanthera philoxeroides e Pistia stratioides no sul dos EUA são os exemplos mais importantes de utilização de insetos fitófagos no controle biológico clássico (McFadyen,1998). O exemplo mais importante da utilização de fungos fitopatogênicos foi a introdução da ferrugem Puccinia chondrillina do mediterrâneo, onde é nativa, para a América do Norte e a Austrália, como o objetivo de controlar a planta daninha Chondrilla juncea.

A ferrugem Uromycladium tepperianum, nativa na Austrália e introduzida na África do Sul para o controle de uma espécie de árvore invasora, é um outro exemplo de sucesso do emprego do controle biológico clássico.

Em linhas gerais, a estratégia de controle biológico clássica e eficiente para o controle de plantas daninhas perenes e exóticas que crescem formando estandes densos que cobrem áreas extensivas.

De modo geral, o sucesso ou eficiência do método clássico de controle biológico somente pode ser avaliado após um período de 10 a 20 anos da introdução dos inimigos naturais.

Estratégia inundativa

A estratégia inundativa tem sido aplicada somente quando fungos ou bactérias fitopatogênicas são utilizados como agentes de biocontrole, e consiste na aplicação massiva de doses de inóculo do patógeno sobre uma grande população de plantas daninhas, com o objetivo de criar uma rápida epidemia da doença e levar as plantas rapidamente à morte. Neste caso, ocorre a manipulação humana direta das fases de produção e de distribuição do inóculo do patógeno (esporos, fragmentos de hifas ou clamidósporos de fungos, assim como células bacterianas), e de modo geral, esta estratégia é melhor empregada no controle de plantas daninhas anuais em áreas cultivadas ou em áreas nas quais é desejado o controle imediato das plantas daninhas. O inóculo do patógeno é aplicado sobre a população de plantas-daninhas alvo através de métodos convencionais de aplicação de produtos fitossanitários e pode ser integrado com outros programas de aplicações de pesticidas.

Os primeiros herbicidas microbiológicos foram registrados nos EUA, no inicio da década de 80. O primeiro fungo utilizado comercialmente como bioherbicida foi o Phytophthora palmivora, sob o nome comercial de De Vine, em 1981. Este herbicida foi desenvolvido para o controle de Morreira odorata, uma planta daninha que ocorre em pomares de citrus no Estado da Flórida, EUA.

O fungo Alternaria cassiae tem sido estudado extensivamente para o controle de Cassia obtusifolia, uma importante planta invasora em lavouras de soja e algodão nos EUA, assim como no cerrado brasileiro.

Apesar de todo esforço de pesquisa realizado nas últimas décadas, poucos herbicidas têm chegado ao mercado. Vários fatores concorrem para isso, o principal é o fato de que os bioherbicidas são específicos para o controle de determinadas plantas daninhas e atingem nichos e mercado que são considerados pequenos pelas grandes empresas de pesticidas agrícolas.

Estratégia aumentativa

A estratégia aumentativa tem sido implementada com insetos fitófagos e fungos fitopatogênicos de difícil produção em larga escala, e que são aplicados periodicamente somente em partes das áreas em que se pretende obter o controle. Essa estratégia tem sido apropriada para o controle de tiririca (Cyperus rotundus e C. esculentus) com a ferrugem Puccinia caniculata em regiões onde a mesma é endêmica. Neste caso, a ferrugem se desenvolve naturalmente no campo e liberações anuais de esporos do fungo, na primavera, causam a inibição do florescimento e da formação dos tubérculos da planta. O fungo é capaz de se dispersar rapidamente sobre a região, provocando uma epidemia durante a estação de cultivo.

Essa estratégia é diferente do controle clássico, em que após uma única introdução espera-se que o agente se disperse sobre uma grande área; e também é diferente da estratégia bioherbicida, na qual se espera uma morte rápida das plantas imediatamente após a aplicação do agente.

Existem poucos exemplos da utilização da estratégia aumentativa com insetos. O mais ilustrativo é o controle da planta aquática Salvinia molesta na Austrália, através da liberação periódica do curculionídeo Cyrtobagous salviniae.

Perspectivas do controle biológico de plantas daninhas

Dentre as razões que fundamentam a necessidade de ampliar os métodos tradicionais de controle de plantas daninhas, destaca-se a sua inaplicabilidade em certos ecossistemas, aliado às pressões da opinião pública sobre os seus efeitos nocivos ao homem e ao ambiente. Neste sentido, apesar do progresso alcançado nas últimas décadas, ainda existe a necessidade de muita pesquisa em termos de busca e identificação de novos agentes de biocontrole, conhecimentos sobre a biologia desses agentes, de sua eficiência e segurança, assim como de tecnologia para sua produção e distribuição eficiente em grande escala.

Os programas de pesquisam sejam de controle biológico clássico bem como aqueles que utilizam as estratégias inundativa e aumentativa, tem sido direcionados para atender, principalmente, problemas que não tem sido eficientemente resolvidos pelos outros métodos de controle. É o caso de áreas de difícil acesso, ecossistemas aquáticos, pastagens naturais extensivas, áreas florestais e áreas sob linhas de transmissão de eletricidade.

A literatura em controle biológico é relativamente compacta, e um catálogo contendo uma lista completa e atualizada de todos os agentes estudados e utilizados mundialmente foi publicada por Julien & Griffiths (1999).

Referências Bibliográficas

FIGUEIREDO, G. Herbicidas microbiológicos empregados no controle de plantas daninhas. Ver. Anu. Patol. Plantas, v.3, p.111-132, 1995.

RUBEM SILVÉRIO DE O. JR. Plantas daninhas e seu manejo. Liv. Ed. Agropecuária, 2001.

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