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Por:   •  14/3/2015  •  2.601 Palavras (11 Páginas)  •  229 Visualizações

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LITERATURA IN FANTIL COMO MEIO DE ENRIQUECER A CONSTRUÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

BELO HORIZONTE-MG

2013

MARIA DE FÁTIMA

LITERATURA IN FANTIL COMO MEIO DE ENRIQUECER A CONSTRUÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

BELO HORIZONTE-MG

2013

Souza, Maria de Fátima. Literatura Infantil como meio de enriquecer a construção da leitura e a escrita. Belo Horizonte: IPEMIG/ FACEL, 2013. Especialização em Gestão Escolar.

Resumo

Esta pesquisa propõe uma reflexão sobre a importância da literatura infantil e como esta pode ajudar no processo de ensino-aprendizagem e na alfabetização de crianças na fase de alfabetização. Defende (ABRAMOVICH, 2003), (BOMTEMPO, 2003), (BRASIL,1997), (CAGLIARI,1997), (FREIRE, 1988 ), (TERZI, 1995), (TRAVAGLIA, 1997) a aprendizagem através das histórias infantis, partindo do pressuposto de que a literatura infantil está inserida na vida da criança e é a maneira natural pela qual ela compreende o seu mundo imaginário. Analisa como a literatura infantil possibilita o desenvolvimento da criatividade do indivíduo, que através dela se envolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente. Reflete sobre os projetos pedagógicos como forma de interagir com a criança trabalhando com os temas transversais, o que ajuda a criança a interagir de maneira integral na aprendizagem, principalmente na alfabetização.

Palavras - chave: Leitura. Literatura infantil. Criança.

Sumário

1 Introdução 04

2 Literatura Infantil como meio de enriquecer a construção da leitura e da escrita 05

3 Conclusão 10

4 Referências 10

1 Introdução

A escola percebe a necessidade de se aprimorar na tarefa de alfabetizar. Cada vez mais, as redes investem na capacidade docente e muitas adotam os ciclos - que aumentam o tempo para os pequenos aprenderem a ler e escrever. Nesse mesmo sentido vai à aprovação do ensino fundamental de nove anos, ocorrida em fevereiro último. A medida favorecerá a uma parcela da população que, por não ter acesso à Educação Infantil, estaria fora da escola e longe de um ambiente alfabetizador.

Baseando as análises nos estudos de (ABRAMOVICH, 2003), (BOMTEMPO, 2003), (BRASIL,1997), (CAGLIARI,1997), (FREIRE, 1988 ), (TERZI, 1995), (TRAVAGLIA, 1997) entende-se que a escola, sendo um espaço propício ao incentivo à leitura, é capaz de fazer com que o aluno ponha em questão o universo em que está inserido, dando-lhe margens para interagir como sujeito que pensa.

É preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a ler usando os procedimentos que os bons leitores utilizam (BRASIL,1997,p.55).

O sucesso ocorre nas escolas em que à leitura e a escrita são tratadas como conteúdo central e um meio de inserir o estudante na sociedade.

Um fator determinante para a alfabetização é a crença do professor de que o aluno pode aprender independentemente de sua condição social. Esse olhar do professor abre as portas do mundo da escrita para os que vêm de ambientes com pouco material escrito.

Cabe à escola reconhecer sua capacidade de atuar como estimuladora do processo de leitura e propiciar o máximo em experiências, não a penas com base no código lingüístico escrito.

Pode-se então perceber que ao ouvir histórias a criança fica em contato com a língua escrita e é estimulado o gosto pela leitura, além de criar momentos que instigam ao prazer de ler.

2 Literatura Infantil como meio de enriquecer a construção da leitura e da escrita

Ao ouvir histórias, a criança está se relacionando, de alguma forma, com o mundo em que vive e com aqueles que a cercam. Tem oportunidade de demonstrar a sua capacidade de invenção, de criação, além de, nas histórias, desenvolver a noção do mágico, do irreal para o real. O indivíduo criativo é um elemento importante para o funcionamento efetivo da sociedade, pois poderá ser ele quem fará as descobertas, inventará e promoverá mudanças.

A literatura infantil constitui uma forma natural e até mesmo vital de se expressar. É ouvindo histórias é que as pessoas exercitam infinitas formas de imaginar um mundo que pode ser idealizado.

‘”Era uma vez uma criança que adorava ouvir histórias... ela nada mais esperava que viver cada momento, mas, a cada passo dado neste seu mundo de sonhos e fantasias, pouco a pouco, sem o perceber, ia encontrando um sentido para a vida...”.

Nesse particular, a literatura infantil cumpre relevante papel.

Durante a alfabetização, as crianças aprendem os conceitos básicos sobre os quais todo o seu futuro conhecimento será construído. Ela está iniciando seu aprendizado. Portanto, é preciso cuidado especial, pois muito da personalidade e das habilidades da criança estão sendo moldado.

A literatura infantil tem um lugar especial, auxiliando em diversos aspectos já abordados neste trabalho e em outros mais. Através da literatura infantil, a criança se desenvolve em diversas áreas, e é isso que será analisado.

Assim (CAGLIARI, 1997, p.52), relata que as noções de tempo, espaço, linearidade, causalidade são ingredientes tão profundamente enraizados na linguagem que sem eles o falante não é capaz se quer de abrir a boca para falar e conversar.

O contato com textos recheados de encantamento faz-nos perceber quão importante e cheia de responsabilidade é toda forma de literatura.

Através do prazer ou das emoções que as estórias lhes proporcionam, o simbolismo que está implícito nas ramas e personagens vai agir em seu inconsciente, atuando pouco a pouco para ajudar a resolver os conflitos interiores normais nessa fase da vida.

Segundo (TERZI, 1995, p.43), a exposição constante da criança à leitura de livros infantis expande seu conhecimento sobre a escrita.

A Psicanálise afirma que os significados simbólicos dos contos maravilhosos estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional. É durante essa fase é que surge a necessidade da criança de defender sua vontade e sua independência em relação ao poder dos pais ou à rivalidade com os irmãos ou amigos.

É, é nesse sentido que a Literatura Infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser decisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta. A valorização da Literatura Infantil, como formadora de consciência dentro da vida cultural das sociedades, é bem recente.

A presença da Literatura na escola é fundamental para o desenvolvimento dos alunos na formação de bons leitores e escritores.

Com este projeto queremos desmistificar os materiais necessários para alfabetizar. Que não são os únicos necessários, mas que podem ser freqüentes.

Para alfabetizar é preciso ter acesso à língua escrita (tanto como para aprender a fala é necessário ter acesso à língua oral) e isso está ausentes nas “cartilhas ou manuais” para aprender a ler. Assim estaremos usando a literatura infantil com suporte para a alfabetização.

A alfabetização, considerada em seu sentido restrito de aquisição da escrita alfabética, ocorre dentro de um processo mais amplo de aprendizagem da Língua Portuguesa. Esse enfoque coloca um novo papel para o professor das séries iniciais: o professor de Língua Portuguesa. (BRASIL, 1997, p.35).

A experiência adquirida em sala de aula, reforçada por inúmeros questionamentos de outros professores, tem tornado evidente, que apesar das tentativas no incentivo correto da leitura, vários alunos são péssimos leitores. Então, pensando assim: “vamos começar a criar leitores desde os primeiros contatos com os livros infantis”.

• Mostrar que é possível alfabetizar de maneira eficaz crianças das séries iniciais usando a literatura infantil;

• Desenvolver a fase lúdica e predomínio do pensamento mágico;

• Aumentar o vocabulário da criança;

• Criar imagens diversificadas, completando ou sugerir textos;

• Consolidar a linguagem, onde as palavras devem corresponder ás figuras;

• Despertar o interesse por ler e escrever.

• Levar à compreensão da importância da leitura.

A designação infantil faz com que esta modalidade literária seja considerada "menor" por alguns, infelizmente.

Há poetas que brincam com as palavras dum modo gostosíssimo de a criança ouvir e ler. Lidam com toda uma ludicidade verbal, sonora, às vezes musical, às vezes engraçada, no jeito como vão juntando palavras, fazendo com que se movam pela página quase como uma cantiga, e ao mesmo tempo jogando com os significados diferentes que uma mesma palavra possui. (ABRAMOVICH, 1991, p.67).

Principalmente os educadores vivenciam de perto a evolução de o maravilhoso ser que é a criança. O contato com textos recheados de encantamento faz-nos perceber quão importante e cheia de responsabilidade é toda forma de literatura.

A palavra literatura é intransitiva e, independente do adjetivo que receba, é arte e deleite. Sendo assim, o termo infantil associado à literatura não significa que ela tenha sido feita necessariamente para crianças. Na verdade, a literatura infantil acaba sendo aquela que corresponde de alguma forma, aos anseios do leitor e que se identifique com ele.

A autêntica literatura infantil não deve ser feita essencialmente com intenção pedagógica, didática ou para incentivar hábito de leitura. Este tipo de texto deve ser produzido pela criança que há em cada um de nós. Assim, o poder de cativar esse público tão exigente e importante aparece.

‘’Era uma vez... ’’ Tem sido a senha para se entrar no maravilhoso mundo dos contos, mitos, lendas e fábulas. Basta que alguém diga essas três palavrinhas mágicas que o encanto acontece, e nós, adultos e crianças, como que hipnotizados, esperamos que o contador prossiga com sua narrativa.

Por que isso acontece? Porque ao ouvirmos uma história temos a possibilidade de refletir sobre a vida, sobre a morte, sobre nossas atitudes e escolhas, pois elas nos falam de dor, luta, compreensão, compaixão, solidariedade, esperança e vitória! Porque elas proporcionam um grande prazer e são uma necessidade do ser humano, seja ele adulto ou criança.

O professor deve estar consciente do papel da literatura no desenvolvimento da auto-estima, da criatividade e da construção de valores éticos e morais em seus alunos, como o respeito e a cooperação social de despertar grande interesse pela obra literária apresentada. (BOMTEMPO, 2003, p.23).

Como educadores, podemos utilizar as histórias para introduzir conteúdos como matemática, geografia, história, ciências, português, etc.; estimulando o desejo de ler, favorecendo a compreensão das formas de expressão oral, escrita e a seqüência narrativa dos fatos. Há um verdadeiro tesouro de histórias que abre as portas do imaginário, fazendo com que o aprendizado seja um momento rico e prazeroso. Enfim, quando aprendemos por intermédio das histórias, nunca nos esquecemos, pois esse é um aprendizado que dura para sempre.

“A biblioteca popular como centro cultural e não como um depósito silencioso de livros, é vista como um fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de uma forma correta de ler o texto em relação com o contexto” (FREIRE, 1988, p.38).

E não há exagero nenhum em dizer que toda alma, para ser saudável precisa ser alimentada com boas e inesquecíveis histórias!

Ninguém sabe qual foi à primeira história nem quem a contou, pois as histórias são tão antigas quanto às comunidades humanas.

Sua fonte natural é o povo, que, sentindo a necessidade de explicar os fatos e os fenômenos da natureza que lhe causavam tanto medo e admiração, sem poder compreendê-los racionalmente, e também pela necessidade de transmitir suas impressões, experiências, valores, crenças, costumes, normas, a saga de seus guerreiros e heróis, os acontecimentos sentimentais ou místicos, acabaram criando e recriando situações, pessoas, lugares, sonhos e transformando em histórias, mitos e lendas, que eram repassados de geração a geração, de povo a povo, pela oralidade.

Portanto, (TERZI, 1995, p.87), revela que o apoio nos aspectos gráficos pode levar à criança a formulação tanto de hipóteses corretas quanto incorretas sobre o significado de construídas a partir do jogo associativo das palavras do texto com palavras que reforçam sua posição interpretativa.

Durante muito tempo foi dessa forma que o homem primitivo guardou e conservou todos os fatos e lembranças que formam um verdadeiro tesouro que jamais perde o seu valor. A prova disso está nas histórias antigas que continuam encantando até hoje: Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, A Bela e a Fera e tantas outras.

Por ter sido oral a forma primitiva de transmissão, é evidente que não se pode fixar sua origem. Então, de onde vieram as histórias? De todas as partes do mundo. Quem as contou pela primeira vez? O povo!

As histórias de tradição oral são anônimas porque não são de ninguém, porque pertencem a todo mundo, são universais.

Não existe nesse mundo um só povo que não tenha suas histórias. Por serem um elo que une as pessoas, elas são umas necessidades do ser humano, por isso, mais importante do que saber quem contou pela primeira vez e qual foi a história, devemos agradecer por elas existirem e nos ajudarem a compreender melhor o mundo em que vivemos.

O impulso de contar histórias deve ter nascido no homem, no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar aos outros alguma experiência sua, que poderia ter significação para todos. Não há povo que não se orgulhe de suas histórias, tradições e lendas, pois é a expressão de sua cultura e devem ser preservadas. Concentra-se aqui a íntima relação entre a literatura e a oralidade.

A célula máter da Literatura Infantil, hoje conhecida como "clássica", encontra-se na Novelística Popular Medieval que tem suas origens na Índia. Descobriu-se que, desde essa época, a palavra impôs-se ao homem como algo mágico, como um poder misterioso, que tanto poderia proteger, como ameaçar, construir ou destruir. São também de caráter mágico ou fantasioso as narrativas conhecidas hoje como literatura primordial. Nela foi descoberto o fundo fabuloso das narrativas orientais, que se forjaram durante séculos a.C., e se difundiram por todo o mundo, através da tradição oral.

A Literatura Infantil constitui-se como gênero durante o século XVII, época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam repercussões no âmbito artístico.

O aparecimento da Literatura Infantil tem características próprias, pois decorre da ascensão da família burguesa, do novo "status" concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola. Sua emergência deveu-se, antes de tudo, à sua associação com a Pedagogia, já que as histórias eram elaboradas para se converterem em instrumento dela.

Segundo (TRAVAGLIA, 1997, p.53) a língua escrita e a oral apresentam cada uma um conjunto próprio de variedades de grau de formalismo.

É a partir do século XVIII que a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta.

Conclusão

Conclui-se que esta pesquisa foi idealizada com o propósito de estimular a leitura, suscitar a criatividade, a imaginação e inteligência dos nossos alunos que, no geral, constituem um público para a literatura infantil.

Nossa meta é expandir informações acerca do uso da literatura na arte de alfabetizar, criando dessa forma, não só uma interação de intimidade entre leitor e a história, como também uma contribuição para a formação intelectual. A partir deste projeto, foi possível perceber a relação teoria e prática na escola é mais freqüente do que se imagina. Ainda quando o professor não tem clareza ou consciência das concepções e cresnças que giram a sua prática, elas estão subjacentes aos vários aspectos que compõem o seu fazer pedagógico: estratégias didáticas, materiais didáticos, organização interativa nas aulas, instrumentos e critérios de avaliação, entre outros.

Referências

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil - Gostosuras e Bobices. São Paulo: Scipione, 2003.

BOMTEMPO, Luzia. Alfabetização Com Sucesso. 2ª Edição.Contagem: Oficina Editorial. 2003.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : 144p. B823p 1.Parâmetros curriculares nacionais. 2. Língua portuguesa : Ensino de primeira à quarta série. I. Título. CDU: 371.214-1997.

CAGLIARI, Luiz Carlos. O príncipe que virou sapo. In: PATTO, Maria Helena (Org.). Introdução à psicologia escolar. 2. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. 80 p.

TERZI,Sylvia Bueno.A construção da leitura:Uma experiência com crianças de meios iletrados,SP:Pontes.Editora UNICAMP.1995.

TRAVAGLIA,Luiz Carlos.Gramática e interpretação:uma proposta para o ensino de gramática no 1° e 2° graus.3ª ed.São Paulo:Cortez.1997

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