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Por:   •  26/5/2014  •  8.442 Palavras (34 Páginas)  •  177 Visualizações

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TRABALHO PEDAGÓGICO: CONCEITO CENTRAL NO TRATO DO CONHECIMENTO DA

PESQUISA EM EDUCAÇÃO

Giovanni Frizzo

gfrizzo2@ig.com.br

Resumo:

O objetivo deste artigo é aprofundar o conceito de trabalho pedagógico enquanto

referência para a pesquisa em educação, bem como sob quais bases científicas

(epistemológicas) e filosóficas (gnoseológicas e ontológicas) estabelecem este como

um conceito central no trato com o conhecimento da escola na atual realidade da

educação brasileira inserida no modo de produção capitalista. Esta concepção de

trabalho pedagógico parte de uma perspectiva de ciência entendida como um

produto social histórico, um fenômeno em contínua evolução, incluída no movimento

das formações sociais e determinadas pelos interesses e conflitos sociais na qual se

produz.

INTRODUÇÃO

A literatura sobre a temática do trabalho pedagógico não tem oferecido

aportes seguros para a análise dos processos mais recentes de mudanças sociais, o

que justifica a necessidade de investigações que procurem contemplar a difícil

articulação entre a macro-realidade dos sistemas educacionais e o cotidiano escolar.

Acredito que para problematizar a formação de professores e o trabalho pedagógico

é necessário compreender os modos de produção da existência e o funcionamento

da sociedade, analisando criticamente a educação considerando a crise mais geral

do modo de produção capitalista. Nesta crise, cada vez mais se define um projeto de

mundialização da educação impregnada do viés privatista da empregabilidade.

O objetivo deste artigo é aprofundar o conceito de trabalho pedagógico

enquanto referência para a pesquisa em educação física, bem como sob quais

bases científicas (epistemológicas) e filosóficas (gnoseológicas e ontológicas)

estabelecem este como um conceito central no trato com o conhecimento da escola

na atual realidade da educação brasileira inserida no modo de produção capitalista.

Para apontarmos os questionamentos sobre a realidade do trabalho

pedagógico no modo de produção capitalista, se faz necessário discutirmos os

fundamentos filosóficos que regem os modelos teóricos do trabalho na tentativa de

apreensão de seu caráter ontológico.

A noção de trabalho que conhecemos hoje é relativamente recente e nasce

com a revolução industrial. O trabalho artesanal nas sociedades pré-capitalistas não

era separado da vida familiar, da religião e do lazer. Com o nascimento da fábrica e

a exploração da classe operária pelos proprietários dos meios de produção, o ritmo e

a intensidade do trabalhoi só conheciam o limite da exaustão do trabalhador. A

atividade econômica tornou-se uma busca incansável pelo lucro. O processo de

trabalho é uma condição da existência humana, comum a todas as formas de

sociedade: onde, o trabalho (atividade produtiva), é responsável pela mediação do

homem com a natureza. Mas para ver como os diferentes homens se relacionam

entre si no processo de trabalho, precisamos analisar as relações sociais dentro das

quais esse processo ocorre. No processo capitalista de trabalho, os meios de

produção são comprados no mercado pelo capitalista. O mesmo acontecendo com a

força de trabalho, onde o capitalista consome esta força de trabalho fazendo com

que os trabalhadores consumam os meios de produção através do seu trabalho.

Sendo que, os produtos resultantes são propriedade do dono dos meios de

produção e não dos produtores imediatos.

Pode-se dizer que para os economistas clássicos – David Ricardo, Adam

Smith - a relação do trabalhador com o objeto de trabalho era uma relação de

transformação do objeto pelo sujeito, sendo que este não se modificava pelo

trabalho. Marx, contudo, mostrou que o processo de trabalho transforma

dialeticamente não apenas o objeto, mas também o trabalhador, assim como suas

condições de trabalho. Trabalho, portanto, não é simplesmente transformar um

objeto em alguma outra coisa – outro objeto – é envolver-se numa práxis em que o

trabalhador também se transforma por seu trabalho.

“(...) o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza,

processo em que o ser humano com sua própria ação impulsiona, regula e

controla seu intercâmbio material com a natureza como uma de suas forças.

(...) atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo

tempo modifica sua própria natureza. (MARX, 2006, p. 134)”.

Mas o uso da força de trabalho é a própria atividade vital do trabalhador, a

manifestação de sua própria vida, e ele vende essa atividade a outra pessoa para

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