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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS

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Por:   •  9/4/2014  •  Artigo  •  2.868 Palavras (12 Páginas)  •  268 Visualizações

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A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS

A Revolução Industrial foi um fenômeno internacional, tendo acontecido de maneira gradativa, a partir de meados do séc. XVIII, tendo se destacado por ter sido um fenômeno que provocou, em curto período de tempo, mudanças profundas e radicais nos meios de produção humanos então conhecidos, afetando diretamente nos modelos econômicos e sociais de sobrevivência humana.

O modelo feudal - essencialmente agrário e que caracterizou o período medieval - começa a entrar em franca decadência, cedendo lugar, paulatinamente, ao modelo industrial: primeiramente, em nível local, regional, para, logo em seguida, dar início à Revolução Industrial que, como já mencionado, aconteceu, em larga escala, e em nível internacional.

A grande Revolução Industrial começou a acontecer a partir de 1760, na Inglaterra, no setor da indústria têxtil, a princípio, por uma razão relativamente fácil de entender: o rápido crescimento da população e a constante migração do homem do campo para as grandes cidades acabaram por provocar um excesso de mão-de-obra nas mesmas. Isto gerou um excesso de mão-de-obra disponível e barata - que permitiria a exploração e a expansão dos negócios que proporcionarão a acumulação de capital (Capitalismo) pela então burguesia emergente. Isto tudo, aliado ao avanço do desenvolvimento científico - principalmente com a invenção da máquina à vapor e de inúmeras outras inovações tecnológicas - proporcionou o início do fenômeno da industrialização mundial – ocorrido, como já foi comentado, primeiramente, na Inglaterra.

No século XVII, no ano de 1600, a população da Inglaterra passou de quatro milhões de habitantes para cerca de seis milhões; no século seguinte, no ano de 1700, a população já beirava os nove milhões de habitantes! Na Europa Continental, esse crescimento foi ainda mais rápido: na França, por exemplo, a população passou de 17 milhões, em 1700, para 26 milhões em 1800. O crescimento demográfico em tal escala gerou a demanda de uma forte expansão dos mercados consumidores para bens manufaturados, especialmente vestuários.

Na Inglaterra, outro fator importante no acontecimento do revolucionário industrial, foi que o consumo de tecidos de lã era muito maior que os de algodão. Os tecidos de algodão eram importados da índia, de modo que para proteger a indústria local de lã, o Parlamento inglês criou tarifas pesadas sobre as importações dos tecidos de algodão estrangeiros e, dessa forma, acabou por incentivar a industrialização dos tecidos de algodão na própria Inglaterra – que, com a medida, ficavam sem concorrentes.

Até meados do século XVIII (1760), a fiação tanto de lã como de algodão era feita manualmente em equipamentos toscos chamados rocas, rocadoras, de baixíssimo rendimento.

A partir de 1764, James Hargreaves inventou e introduziu no mercado a sua famosa máquina “Spinning Jenny”, que consistia numa máquina de fiar que multiplicou a produção em 24 vezes em relação ao rendimento das antigas rocas.

Logo em seguida, o mesmo inventor colocava à disposição do mercado tinha uma nova invenção: a lançadeira volante “Fly-Schepel”. A combinação desse processo de tecelagem com a fiação das “Spinning Jenny” produziu uma verdadeira revolução, que seria completada com a invenção do Bastidor Hidráulico, por Richard Arkwright, que tornou possível a produção intensiva das tramas longitudinais e latitudinais – invento otimizado pela invenção da chamada Mula Fiadora (Spinning Mule), inventada, em 1789, por Samuel Cropton: uma combinação da Spinning Jenny de James Hargreaves com o Bastidor Hidráulico de Richard Arkwright.

Com esses novos processadores mecânicos, a produção aumentou de 200 a 300 vezes em comparação com o que era produzido antes, considerando-se um mesmo período de tempo. Ademais, também foram observadas a melhorar substancial na qualidade do fio. E ainda no século XVIII, em 1792, outro invento de Eli Whitney conseguiu separar mecanicamente as sementes da fibra do algodão, de modo a reduzir substancialmente o seu preço.

As primeiras máquinas eram suficientemente baratas para que os fiandeiros pudessem continuar a trabalhar em suas casas (pequenas manufaturas de artesãos). No entanto, na medida em que aumentavam de tamanho, deixaram de ser instaladas nas habitações para serem instaladas em oficinas ou fábricas perto dos cursos d'água que, por sua vez, podiam ser utilizados como fontes de força motriz das maquinarias. É importante lembrar, que, até então, toda força motriz utilizada na indústria incipiente era de origem hidráulica. Enfim, a transição da indústria doméstica para o sistema fabril não se fez do dia para a noite, de modo que, durante muito tempo, a fiação de algodão continuou sendo feita em casa, assim como nas primeiras fábricas.

Entretanto, em 1851, já três quartos das pessoas ocupadas na manufatura trabalhavam em fábricas de médio e grande porte. Porém, a tecelagem continuou sendo uma indústria doméstica, até que surgiu a invenção de um tear mecânico, que era barato e prático. Com essas invenções, os tecelões manuais foram deslocados para as fábricas e, praticamente, com o passar do tempo, acabaram por desaparecer.

As inovações introduzidas na indústria têxtil deram à Inglaterra uma extraordinária vantagem no comércio mundial dos tecidos de algodão, a partir de 1780. O tecido era barato e podia ser comprado por milhões de pessoas que jamais haviam desfrutado o conforto de usar roupas leves e de qualidade. Em 1760, a Inglaterra exportava 250 mil libras esterlinas de tecidos de algodão e, em 1860, já estava exportando mais de 5 milhões. Em 1760, a Inglaterra importava 2,5 milhões de libras-peso de algodão cru, e já em 1787 importava 366 milhões.

Ao lado das grandes invenções e inovações no campo da indústria têxtil, outra grande invenção também havia surgido, no ano de 1763: a máquina a vapor, de James Watts. Segundo alguns historiadores, foram essas combinações de invenções no campo da indústria têxtil e a máquina a vapor, principalmente na indústria de mineração, dos transportes ferroviários e marítimos, que, num período de 100 anos (1770 a 1870), caracterizaram e promoveram a grande Revolução Industrial.

Ademais, o rápido crescimento da população no continente europeu e nas colônias, principalmente entre 1800 e 1850, fizeram com que, também, em outros países da Europa, se construísse um clima favorável à proliferação mundial das atividades industriais.

Um elemento importante no contexto da Revolução Industrial foi a melhoria generalizada dos

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