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Responta De Rema 2

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Por:   •  27/8/2014  •  5.723 Palavras (23 Páginas)  •  263 Visualizações

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Título: Decisão Na Universidade Pública: Um Estudo De Caso

* Valdecir Antonio Simão, Administrador, Mestre em Administração de Empresas, pela PUC-RIO, Professor Assistente da UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Pesquisador e Líder do GEOS – Grupo de Estudos em Organizações Sociais-UNIOESTE.

Resumo

Este é o resultado do estudo de caso que descreve o processo decisório de uma universidade pública e realizado para a conclusão do curso de mestrado em Administração de empresas na PUC-RIO, em 2001. Tem como referência os cinco modelos da decisão acadêmica - racional, burocrático, político, colegial e anárquico - conforme Chaffee (1983), associados à dimensão didático-pedagógica. O estudo testa ainda o conceito de decisão desenvolvido por Leitão (1991). Os resultados e as análises mostram a presença de todos os fatores analisados (racional, burocrático, político, colegial e anárquico) bem como o fator didático-pedagógico, com diferentes intensidades e, no ponto de vista dos entrevistados, uma nova definição para decisão. Os estudos dos processos de Gestão nas empresas já demandam muita análise e a Gestão Universitária, por ser complexa, carecem de investigações particulares, que fogem aos enfoque empresarias comuns, pela sua característica multidimensinal.

Introdução

Os estudos sobre organizações, ao longo da história, levantaram diversas teorias. A sobrevivência das organizações depende da ação das pessoas, tanto interna como externamente, acompanhada de suas crenças, valores e sentimentos.

Numa visão do cotidiano, pode-se encontrar diversas situações como: o pai dizendo a seus filhos “você será médico”, “você precisa tomar um rumo em sua vida (decidir sobre)”, “você deve escolher qual o curso a fazer”. A todo o momento uma decisão é proposta. Vive-se em torno de decisões. Uma lista de situações poderia ser elencada exemplificando como as pessoas decidem, pois isto é inerente à vida nas sociedades humanas.

Segundo Drucker (1974), as decisões e ações são o produto final de um executivo ou gerente. Todas as ações são precedidas de decisões, e a tomada de decisão pode ser considerada o componente mais importante do executivo, devido à característica de sua função.

Já Kast & Rosenzweig (1980) definem o verbo decidir como proceder a um julgamento ou resolver alguma coisa. Decidir implica considerar duas ou mais alternativas, com a pessoa que decide procedendo a uma escolha para chegar ao fim de sua deliberação.

De acordo com Shull (Carvalhal 1981:03), a decisão é “um processo, envolvendo fenômenos tanto individuais como sociais baseados em premissas fatuais e de valores, que inclui a escolha de um comportamento, dentre uma ou mais alternativas, com a intenção de aproximar-se de algum estado de coisas desejado”.

Já Pereira & Fonseca (1997) definem a palavra decisão como a formação do prefixo de (prefixo latino com o significado de parar, extrair, interromper) que se antepõe à palavra caedere (que significa cindir, cortar). Tomada no seu significado etimológico, a palavra decisão significa “parar de cortar” ou deixar fluir. Uma decisão precisa ser tomada sempre que estamos diante de um problema que possui mais que uma alternativa para escolher.

A função dos administradores nas organizações é extremamente decisória (Pereira & Fonseca, op.cit.). Os processos administrativos são basicamente processos decisórios. As decisões gerenciais afetam diretamente a sobrevivência da organização e a vida das pessoas que giram em torno dela, sejam elas empregados, acionistas, fornecedores ou clientes. Por isso, o decisor é exposto a inúmeros fatores que o influenciam. Todas as pessoas afetadas cobram dele um resultado satisfatório. Muitas vezes, clientes, acionistas e empregados solicitam soluções diferentes e até antagônicas para resolver um mesmo problema. O cliente solicita o quarteto qualidade, preço, entrega e atendimento. Os acionistas exigem garantia de lucro e o retorno sobre o investimento, combinados com o alcance das metas e com a imagem positiva da organização e de seus produtos. E os empregados, melhores condições no trabalho, incluindo melhores salários, garantia de emprego, assistência médica, odontológica e outras reivindicações mais específicas.

A universidade

Instituições que hoje se dedicam ao ensino superior descendem da universidade do período medieval. As universidades medievais tiveram um princípio religioso e estavam ligadas às escolas das catedrais e dos mosteiros (Rashdall, 1936).

Nas colônias norte-americanas, o ensino superior começou em Harvard, no ano de 1636, havendo às vésperas da Revolução nove escolas superiores: “nove variações domésticas de um tema conhecido na velha pátria com os nomes de Oxford e Cambridge” (Rudolph, 1962).

Desde então ocorreu um expressivo aumento no número e no tamanho das instituições dedicadas ao ensino superior. O principal produto das escolas superiores é o saber, envolvido com os sistemas tecnológicos, estruturais, psicossociais, políticos e administrativos das universidades, que são expressivamente diversos dos de outras organizações e estão sofrendo suas próprias transformações, diante do crescimento acelerado, fruto da concorrência e da qualidade, que a globalização exige.

A universidade tem características estruturais e operacionais que tornam seu processo decisório mais complexo que as demais organizações, exceto os hospitais, que também é um tipo de organização de especialistas. Dadas suas condições específicas, alguns autores como Baldridge (1974), Epstein (1974) e Pfeffer (1981) consideram a organização universitária como sendo essencialmente política.

Objetivos

O estudo teve por objetivo primário identificar a natureza do comportamento decisório em uma universidade pública, testando a presença das dimensões política, burocrática, racional objetiva, consensual, anárquica e didático-pedagógica na suas decisões.

Com objetivo secundário, testar um novo conceito de decisão estratégica que interrelacione todas aquelas dimensões.

Nesse sentido, dá continuidade ao estudo de Leitão (1993 a e b) mas acrescentando a dimensão didático-pedagógica, não identificada naquele estudo, e testar um novo conceito de decisão estratégica desenvolvido a partir daquela pesquisa (leitão, 1997).

Questões a Investigar

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