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Resumo Mercantilismo Atual

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Por:   •  23/9/2014  •  912 Palavras (4 Páginas)  •  979 Visualizações

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O desafio mercantilista atual

Por Dani Rodrik, para o Jornal Valor em 10/01/2013

A história da economia é uma briga entre duas escolas opostas de pensamento, o "liberalismo" e o "mercantilismo". O liberalismo econômico, com sua ênfase na iniciativa privada e no livre mercado, é hoje a doutrina dominante. Mas a sua vitória intelectual nos cegou para o grande apelo de práticas mercantilistas. Na verdade, o mercantilismo continua vivo, e seu conflito com o liberalismo provavelmente será a força que influenciará o futuro da economia mundial.

Em seu auge, os mercantilistas defendiam algumas noções muito estranhas - a principal delas: a visão segundo a qual a política nacional deveria ser norteada pelo acúmulo de metais preciosos - ouro e prata.

O novo ambiente econômico produzirá mais tensão do que acomodação entre países que trilham os caminhos liberal e mercantilista. Mas é mais preciso pensar o mercantilismo como uma forma diferente de organizar a relação entre o Estado e a economia.

O modelo liberal vê o Estado como necessariamente predatório e o setor privado como focado apenas em maximização de lucros, sem quaisquer preocupações de caráter social. Por isso, o modelo liberal defende uma separação rigorosa entre o Estado e o setor privado. O mercantilismo, por outro lado, oferece uma visão corporativista segundo a qual o Estado e as empresas privadas são aliadas e cooperam na busca de objetivos comuns. Economias menos desenvolvidas não deixaram de notar que o mercantilismo pode ser seu amigo.

Uma segunda diferença entre os dois modelos reside em quais interesses são privilegiados: Para os liberais, os consumidores devem reinar; os mercantilistas, em contraste, enfatizam o lado produtivo da economia. Esses modelos distintos têm implicações previsíveis para as políticas econômicas internacionais.

A China é hoje o principal porta-bandeira do mercantilismo, embora os líderes chineses nunca o admitam. Embora a China tenha eliminado gradualmente muitos de seus subsídios explícitos à exportação, o sistema de apoio ao mercantilismo persiste. Em especial, o governo administrou a taxa de câmbio para manter a lucratividade dos fabricantes, o que produziu um superávit comercial de considerável dimensão.

Da perspectiva liberal, esses subsídios à exportação empobrecem os consumidores chineses, beneficiando os consumidores no resto do mundo. Os liberais deveriam ficar felizes por terem seu consumo subsidiado pelo mercantilistas.

Essa é a história das últimas seis décadas: uma sucessão de países asiáticos conseguiram crescer a passos largos mediante a aplicação de diferentes variantes de mercantilismo. Chegamos agora ao fim dessa feliz coexistência. O modelo liberal é hoje duramente questionado devido ao crescimento da desigualdade e à situação da classe média no Ocidente, juntamente com a crise financeira produzida pela desregulamentação. O desemprego continuará a ser uma grande dor de cabeça e motivo de preocupação para as autoridades econômicas. Assim, as pressões mercantilistas provavelmente se intensificarão nos países avançados.

Em consequência, o novo ambiente econômico produzirá mais tensão do que acomodação entre países que trilham

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