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Resumo sobre o Golpe de 1964 e as consequências para sociedade atual.

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Por:   •  17/6/2014  •  Artigo  •  940 Palavras (4 Páginas)  •  338 Visualizações

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Resumo sobre o Golpe de 1964 e as consequências para sociedade atual.

No dia 31 de março passado, um repórter perguntou-me por telefone o que eu achava da nota do Exército a respeito da data. Não a havia lido.

Antecipei, porém, que uma ordem do dia é dirigida ao público interno e que um fato histórico deve ser relembrado. Leu-me ele um trecho da nota, que logo elogiei por vê-la serena, longe dos ditirambos à moda grega prenhes de paixão entusiástica. Ao contrário, o parágrafo que me foi lido é de um comedimento exemplar, mas pareceu-me que a pergunta do jornalista embutia desaprovação por ter sido a nota divulgada pela Internet. Paralelamente, informava-me que os partidos de esquerda haviam dado declarações frontalmente contrárias ao ocorrido em 1964. Perguntei-lhe se se lembrara de ler os editoriais do seu próprio jornal sobre a data. Não lera, o que não surpreende.

Não faz muito, vi uma charge em jornal norte-americano. Dois idosos a conversar sobre a História. Um disse que cabia aos vencedores escrevê-la. "E o que cabe aos vencidos?", indagou o outro. "Pedir desculpas", foi a resposta... Entre nós, reescrevem-na os vencidos. Claro que desculpas não pedem; ao revés, exigem que as peçamos nós. São maniqueístas por conveniência: os comunistas encarnaram o Bem ao desencadear a luta armada; e os que os venceram foram o Mal. Vencedores são agora os que ganharam a batalha da comunicação. Dominam a mídia. São as vozes preponderantes nos auditórios cativos das salas de aula, do secundário ao superior. Prevalece a inversão da verdade, mas a versão é desmentida pelos grandes jornais dos idos de março de 64.

Releiam-se os seus contundentes editoriais, ora bradando contra a desordem social e econômica, ora insurgindo-se contra a ameaça comunista, no auge da expansão das guerras revolucionárias da guerra fria. O Correio da Manhã, prestigioso jornal do Rio de Janeiro, no dia 31 de março de 64 clamava: "O Brasil já sofreu demasiado com o governo atual. Agora Basta." E logo no dia seguinte: "Só há uma coisa a dizer ao sr. João Goulart: saia!" Não era o único. Toda a grande imprensa, exceto a Última Hora, batia na mesma tecla rebelde. Em 13 de março houvera o comício da Central do Brasil, no Rio.

Fartos cartazes vermelhos com foice e martelo exigiam a legalização do Partido Comunista; o ardor revolucionário de Brizola radicalizava o nacionalismo e pregava a reforma constitucional; e Jango estatizava as refinarias privadas. A Folha de S. Paulo, do dia seguinte, insurgia-se:

"Resta saber se as Forças Armadas ficarão com o presidente, traindo a Constituição, ou defenderão a instituições e a Pátria."

No Rio, o Jornal do Brasil não deixava por menos, em editorial do dia 31:

"Quem quisesse preparar um Brasil nitidamente comunista não agiria de maneira tão fulminante quanto a do sr. João Goulart a partir do comício de 13 de março." O Estado de Minas, já antes, em 18 de março, em editorial alertava: "A sorte está lançada. Ninguém tem mais o direito de iludir-se.

Abrem-se agora apenas dois caminhos ao Brasil: a democracia ou o comunismo."

O Globo, em dois editoriais nos dias 2 e 5 de abril, também viu no comunismo ameaça real. No primeiro, disse que as Forças Armadas haviam livrado a Nação "do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos, que haviam envolvido o Executivo federal". Reiterou o julgamento no segundo: "A Revolução

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