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Roda de água

Seminário: Roda de água. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  8/12/2014  •  Seminário  •  1.398 Palavras (6 Páginas)  •  148 Visualizações

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Rodízio de água — A possibilidade de um rodízio do abastecimento de água tem sido descartada pelas autoridades. Na visão dos especialistas, porém, caso a torneira seque antes que a água do volume morto entre no cano ou a água extraída dele não seja suficiente para abastecer a região até que as chuvas encham o reservatório novamente, a medida pode ser inevitável. Para Ivanildo Hespanhol, o rodízio deve ser realmente a última alternativa, porque prejudica a qualidade da água. Quando o abastecimento de uma tubulação é interrompido, a água continua sendo utilizada pela população até que o tubo se esvazie completamente. Esse mecanismo gera uma pressão negativa, que cria sucção dentro do tubo. "Como a rede apresenta trincas e vazamentos, acaba aspirando a carga poluidora do solo. Quando a água volta a percorrer esse túnel, leva as impurezas junto com ela", explica.

Redução da perda de água tratada — A perda de água tratada em São Paulo está em torno de 25%. Apesar de ser melhor do que a média brasileira — cerca de 40% — o índice ainda é considerado bem longe do ideal. Parte dessa perda se deve a vazamentos de tubulação, que muitas vezes acumulam décadas de uso, prejudicando o sistema. Um levantamento feito pela Sabesp mostrou que metade do sistema de abastecimento que atende bairros como Perdizes (Zona Oeste), Moema (Zona Sul), Tatuapé (Zona Leste) e Sé (Centro) tem mais de trinta anos de uso. Segundo especialistas, a tubulação de algumas regiões chega a sessenta anos. "O índice de perda tem que baixar para aproximadamente 10%, um desperdício dentro dos parâmetros internacionais", afirma João Luiz Brandão, professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos da USP (EESC-USP).

O custo de localizar e reparar a rede é alto — é necessário quebrar o asfalto, interromper a circulação de veículos, trocar a tubulação e tapar o asfalto de novo —, de modo que sempre foi mais barato e fácil buscar água em outra fonte e continuar com os vazamentos. "Mas chegamos a um ponto em que não tem de onde trazer água. A alternativa mais barata não está mais disponível”, afirma Antônio Carlos Zuffo, professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Mudança de hábitos culturais — Pensar que São Paulo é uma região com grande disponibilidade de recursos hídricos é um erro comum entre seus habitantes. Apesar de o Brasil deter 12% das reservas de água doce do planeta, a maior parte desses recursos encontra-se na região Norte do país. "A primeira coisa que a gente tem que fazer para reduzir o consumo de água é mudar a nossa cultura de abundância", afirma Hespanhol. E também é um equívoco acreditar que os grandes "ladrões" de água são a indústria ou a agricultura. “A parte de água de nossos reservatórios destinada à agricultura é irrelevante, apenas 3%. Para a indústria, vão outros 17% e os 80% restantes são de uso urbano”, diz José Carlos Mierzwa, professor do departamento de engenharia hidráulica e sanitária da Escola Politécnica da USP.

Por isso, o primeiro passo para a economia de água é a educação ambiental. Devem ser incentivados comportamentos simples, como tomar banhos mais rápidos e não lavar carros e calçadas com mangueiras. Outra iniciativa é trocar equipamentos hidráulicos nas residências por aqueles que consomem menos água — vasos sanitários são grandes vilões no consumo de água doméstico. As privadas mais antigas foram projetadas para eliminar 20 litros de água cada vez que a descarga é acionada. "Desde 1982, uma norma brasileira recomenda que os vasos usem apenas 6 litros. Hoje, praticamente só são comercializados vasos com o volume reduzido, mas existem prédios anteriores com o equipamento velho", diz o professor.

Despoluição dos rios Tietê e Pinheiros — Despoluir e utilizar as águas desses dois rios da região metropolitana não é, até o momento, uma opção considerada viável pelos especialistas. "Hoje não vejo como utilizar o Tietê e o Pinheiros. Além da qualidade da água ser ruim, os rios recebem muita poluição difusa, aquela que é carregada pela chuva que 'lava' a cidade, contendo às vezes poluentes altamente tóxicos", afirma João Luiz Brandão. Já existe, porém, o Sistema Alto Tietê, que capta água perto da cabeceira do rio, com melhor qualidade, que abastece a zona Leste de São Paulo e municípios como Mogi das Cruzes, Poá e Suzano

Aquífero Guarani — O geólogo uruguaio Danilo Anton propôs o nome Aquífero Guarani para a grande quantidade de água subterrânea que identificou na década de 1990, abrangendo partes dos territórios do Uruguai, Argentina, Paraguai e principalmente Brasil, com uma extensão total de 1.182.000 quilômetros quadrados. Algumas cidades do interior de São Paulo, como Ribeirão Preto e São Carlos, se beneficiam dessa fonte, mas ela é inviável para os moradores da metrópole, que está a mais de 200 quilômetros do ponto onde é possível captar água. Sob o solo da capital, o aquífero fica a mais de 1.000 metros de profundidade. "A região metropolitana está sobre uma formação rochosa

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