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Tarcila De Amaral

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Por:   •  23/10/2014  •  1.427 Palavras (6 Páginas)  •  243 Visualizações

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A formação estética do professor

O desafio, ao se propor uma formação estética dirigida aos professores, é fazer com que os mesmos, enquanto sujeitos que vivenciam, extrapolem as disciplinas artísticas e as incorporem às suas próprias vidas. Parte-se da compreensão de que o sentido do estético se dá no artístico e no extra artístico quando se possibilita uma experiência criadora e sensível. Ofereceram-se os ateliês de formação estética às professoras com a intenção de possibilitar o desenvolvimento de suas capacidades de imaginação, apreciação e sensibilização pelo contato com expressões das diversas linguagens nas esferas da teoria e da prática. Teve-se, igualmente, a intenção de, por meio dessas experiências, contribuir para o desenvolvimento pessoal e, por consequência, para a capacitação o ao trabalho docente. Para tanto, parte-se do materialismo-histórico e dial ético, visto que esses conceitos permeiam o que se entende por arte e a relação com a estética nesta pesquisa. A sensibilidade estética é um processo longo de desenvolvimento dos sentidos realizado pelo homem no processo de humanização, na relação que estabelece com a natureza, com os outros homens e consigo mesmo (Vasquez, 1999, p. 19). Os sentidos se fazem humanos num processo que é histórico e dial ético, sendo que o homem os aprimora enquanto desenvolve a dimensão de sua ação e, na práxis, estrutura seu percurso humano. Esse processo é, ao mesmo tempo, individual e coletivo, pois a ação humana é social e transforma o contexto à medida que transforma o próprio homem. A partir disso, pode-se afirmar que os sentidos humanizados são completamente diferentes dos sentidos que não passam por esse processo de sensibilização.

A arte, mesmo sendo o resultado de uma individualidade, é social, é uma realidade social que se dá na práxis humana, a qual é coletiva, ou seja, mesmo sendo uma obra individual, na relação com o social e na relação com o produtor, ela se torna social, pois é resultado de um processo humano social.

Vida e obra do artista: Tarsila do Amaral

Nascida em 1º de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, em Capivari, interior de São Paulo, era filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lídia Dias de Aguiar, e neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em virtude da imensa fortuna acumulada em fazendas do interior paulista. Seu pai herdou a fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses e foi educada conforme o gosto do tempo. Sua primeira mestra, a belga Mlle. Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês.

Tarsila do Amaral estudou em São Paulo, em colégio de freiras do bairro de Santana e no Colégio Sion. E completou os estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur.

Ao chegar da Europa, em 1906, casou-se com o médico André Teixeira Pinto, seu noivo. Rapidamente o primeiro casamento da artista chegou ao fim. A diferença cultural do casal era grande. O marido se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila, já que ele era conservador e, para os homens da época, a mulher só deveria cuidar do lar. Revoltada com essa imposição, ela se separa, mas só conseguiu a anulação do casamento anos depois. Com ele teve sua única filha, a menina Dulce, nascida no mesmo ano do casamento. Tarsila se separou logo após o nascimento da filha e voltou a morar com os pais na fazenda, levando Dulce.

Início da carreira

Começou a aprender pintura em 1917, com Pedro Alexandrino Borges. Mais tarde, estudou com o alemão George Fischer Elpons. Em 1920, viaja a Paris e frequenta a Academia Julian, onde desenhava nus e modelos vivos intensamente. Também estudou na Academia de Émile Renard. Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses novos amigos passaram a frequentar seu atelier, formando o Grupo dos Cinco.

Em janeiro de 1923, na Europa, Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas: frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando a academia desse mestre do cubismo, de quem Tarsila conservou, principalmente, a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.

Em 1924, em meio a uma viagem de "redescoberta do Brasil" com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "bichos nacionais" (mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana. Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Em 1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa "homem que come carne humana", obra que originou o

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