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Tecnologia Social

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Por:   •  1/10/2014  •  2.229 Palavras (9 Páginas)  •  348 Visualizações

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Introduçao

•Conceito e histórico da tecnologia social

Conjunto de técnicas, metodologias transformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que representem soluções para a inclusão e melhoria das condições de vida (ITS, 2013).

Evolução conceitual

Tecnologia apropriada e/ou alternativa- 1960 Gandhi na Índia.

Buscava o melhoramento das técnicas locais, a adaptação da tecnologia moderna ao meio ambiente e às condições da Índia, e o fomento à pesquisa científica e tecnológica, para identificar e resolver os problemas importantes e imediatos. O objetivo era a transformação da sociedade hindu, por meio de um processo de crescimento orgânico, feito a partir de dentro, e não através de uma imposição externa.

As ideias de Gandhi foram aplicadas também na República Popular da China e, mais tarde, influenciaram o economista alemão – Schumacher – que utilizou a expressão “tecnologia intermediária” para designar uma tecnologia que presumia baixo custo de capital, pequena escala simplicidade e respeito às questões ambientais e por isso, mais adequada para os países pobres.

Essa evolução tecnologia apropriada para intermediária originou-se da preocupação com as relações entre tecnologia e sociedade e da constatação de que a tecnologia convencional que a empresa privada desenvolve e utiliza, não é adequada à realidade dos países periféricos.

Essa preocupação surge com os economistas neoclássicos a partir de investigações relacionadas à “questão da escolha de técnicas” e com o “preço relativo dos fatores de produção”, tão importantes para a abordagem do tema do desenvolvimento econômico em países periféricos nos anos 1960.

Nas décadas de 60 e 70 surgiram, no Brasil, vários grupos de pesquisa sobre TA e significativas produções de tecnologia, voltadas à questões socioeconômicas dos países de terceiro mundo, como as questões ambientais e fontes de energia alternativa.

Estas iniciativas consideravam a tecnologia convencional (TC) insuficiente para resolver os problemas socioambientais e indicavam a necessidade de minimizar a inadequação da TC para solucionar problemas conjunturais e localizados, até que as regiões ou populações envolvidas tivessem um nível de desenvolvimento desejável e diferenciavam-se da tecnologia convencional, por considerá-la de uso intensivo de capital e poupadora de mão de obra e opunham-se ao processo de transferência massiva de tecnologia de grande escala, característico dos países desenvolvidos, para os países em desenvolvimento, que podem criar mais problemas do que resolvê-los.

A tecnologia deve incorporar características como a participação comunitária no processo decisório; o baixo custo dos produtos, serviços e investimento necessário para produzi-los em pequena ou média escala e simplicidade. Isso traria inúmeros efeitos positivos para geração de renda, saúde, emprego, produção de alimentos, nutrição, habitação, relações sociais, meio ambiente, entre outros.

A TS pode ser compreendida como uma vertente de estudos que concebe a tecnologia para a inclusão social (IS). Seu enfoque, interdisciplinar, está orientado para os problemas sociais, para a elaboração de políticas e para a elaboração de Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia (ESCT). Esta vertente parte do pressuposto que a Tecnologia Convencional (TC) é inadequada para inclusão social (IS), pois apresenta propósitos voltados a maximização do lucro, que limitam sua eficácia para a IS.

A Política Nacional de Tecnologia Social, prevista pelo projeto de lei n. 111 de 2011, concebe TS como:

• Conjunto de atividades desenvolvidas mediante processo coletivo de organização, desenvolvimento e aplicação, que podem aliar saber popular, organização social e conhecimento técnico-científico, voltadas para a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida e geradoras de efetiva transformação social, relacionadas ao planejamento, pesquisa, desenvolvimento, criação, aplicação, adaptação, difusão e avaliação de:

• a) técnicas, procedimentos e metodologias;

• b) produtos, dispositivos, equipamentos e processos;

• c) serviços;

• d) inovações sociais organizacionais e de gestão

• A TS se desenvolve sob duas frentes teórico- práticas:

• A primeira pretende abordar a questão das demandas ou necessidades sociais, dos problemas sociais, das necessidades básicas, das necessidades dos socialmente excluídos ou, simplesmente, das demandas da inclusão social.

Contudo, uma interpretação a partir dessas necessidades, sem o devido contato ou consulta com a população a ser atendida, tem levado a inferências autocentradas e precárias, realizadas a partir do ambiente acadêmico os problemas sociais e suas consequências são definidos e atacados a partir do modelo cognitivo de outros atores e não a partir da visão de mundo dos excluídos, que levam a percepção das necessidades sociais, que podem não ser as necessidades sentidas pelos excluídos (DAGNINO, 2010).

Esse viés paternalista, assistencialista e, autoritário, tem se mostrado ineficaz, pois as demandas só podem ser expressas pelos excluídos e equacionadas se eles possuírem habilidades políticas e cognitivas e estiverem em condições de se relacionar adequadamente com atores como, a comunidade de pesquisa.

Tecnologia Social considera que a identificação dos problemas sociais depende do “[...] que se pode inferir, a partir do contato com atores, como os movimentos sociais, as comunidades locais organizadas e os promotores de ‘políticas sociais’, acerca do que seria a demanda cognitiva dos processos de inclusão social que se julga necessário atender”

O grande desafio dessa frente é a substituição da ideia ingênua e ineficaz da ‘oferta’ ou ‘transferência’ de conhecimento (e de tecnologia) produzido pela comunidade de pesquisa, [...] por uma construção coletiva de conhecimento e com a incorporação dos valores, interesses e saberes dos excluídos segunda frente considera que além da construção coletiva de conhecimentos, é necessário afastar-se dos valores e interesses empresariais e capitalistas e atentar-se para o fato de que as tecnologias desenvolvidas incorporem de fato, “[...] os parâmetros, variáveis, relações e modelos necessários para o desenvolvimento de Tecnologia Social.

Teoria

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