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Trabalho acadêmico

Por:   •  26/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.848 Palavras (8 Páginas)  •  277 Visualizações

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Universidade Federal do Maranhão – UFMA

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS

Departamento de Oceanografia e Limnologia – DEOLI

Graduação em Oceanografia

Disciplina: Planejamento Físico Ambiental

Docente: Profª. Paula Cilene e Samara Aranha

Discente: Elane Paulo da Silva – 2013054568

RESENHA SOBRE ORGANISMOS BENTÔNICOS

São Luís - MA

Outubro de 2016

ORGANISMOS BENTÔNICOS – TIPOS E MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

O domínio bentônico compreende a totalidade do substrato oceânico. São considerados organismos bentônicos aqueles que vivem em relação direta com o fundo. Possuem um importante papel ecológico, pois há um grande numero de espécies, aves e invertebrados que durante pelo menos um período de suas vidas tem o zoobentos como alimento, sendo assim um importante elo na teia trófica. Seu papel de aeração e remobilização dos fundos marinhos é importante para acelerar os processos de remineralização de nutrientes, assim como os processos de produção primária e secundária. Tem sua importância econômica através de atividade pesqueira da aquacultura, de espécies ornamentais, produção de produtos farmacêuticos e outros, e ainda podem ser utilizadas no monitoramento da poluição marinha. A amplitude de flutuações da temperatura, salinidade e hidrodinâmica (ondas, marés e correntes), influenciam na diversidade e abundância das espécies bentônicas. O substrato marinho determina as condições ambientais e características biológicas dos organismos bentônicos pela sua variedade de habitats. Os tipos de fundo variam de consolidados (rochosos), até fundos moles compostos por argila, areia e silte em diferentes proporções (Walter et al., 1996) proporcionando uma grande variedade de nichos aos organismos bentônicos. As espécies bentônicas podem ser caracterizadas pelo tipo de alimentação, como: comedoras de depósito, suspensívoras, carnívoras, herbívoras e necrófagas.

  1. TIPOS DE ORGANISMOS BENTÔNICOS
  • Podem ser classificados quanto ao tamanho e tipo de relação com o substrato

 Quanto ao tamanho, os organismos podem ser classificados de acordo com a abertura da malha que os retém: MICROFAUNA (Ciliados, Rotíferos e Sarcodíneos) a abertura de malha é ˂ 63 µm; MEIOFAUNA (Nematodos, Oligoquetas e Ostracodos) a abertura da malha é de 63 – 500 µm; MACROFAUNA (Poliquetas, Moluscos e Crustáceos Peracáridos) a abertura da malha é de 500 µm – 5 cm e a MEGAFAUNA (Equinodermos, e Crustáceos Decápodos) com a abertura de malha ˃ 5 cm. Adaptado de SOMERFIELD et al. (2005), e GRAY e ELLIOT (2009).

  • Conforme o habitat preferencial que ocupa, as espécies macrofaunais podem ser:

EPIFAUNAIS – Vivem sobre o substrato e possuem hábitos sésseis, sedentários ou de grande mobilidade;

INFAUNAIS – Vivem enterrados no interior do substrato e possuem comportamento cavador, perfurante ou construtor de tubos;

EPIFAUNAIS SÉSSEIS – Durante a fase de transição entre os períodos planctônico e bentônico, é fundamental encontrar e garantir um local em substratos duros próprio para o assentamento, e a maioria adota uma condição passiva obter alimento através de hábitos suspensívoros. Ficam agregados a bancos, pois favorece a reprodução e proteção contra os predadores. O assentamento em bancos também aumenta a resistência ao batimento das ondas até um ponto em que a formação de estratos torna os organismos mais suscetíveis ao arranchamento pelo efeito da hidrodinâmica. Exemplos desses organismos: ostras, cerripédios, esponjas, ascídias, briozoários, poliquetas Serpullidae, anêmonas e mexilhões.

EPIFAUNAIS SEDENTÁRIOS – Realizam pequenos deslocamentos, tanto em fundos consolidados como em inconsolidados. Com a possibilidade de locomoção e a capacidade de buscar ativamente o alimento, o espectro alimentar se torna maior, dessa forma, evitam predadores e também proporcionam uma variedade no tipo de fecundação, possibilitando o encontro de macho e fêmea. Entre os sedentários, é comum o movimento de reptação. Os equinodermos reptam utilizando os pés ambulacrais, estrelas e ofiúros usam a flexão dos braços, os gastópodos reptam através de ondas de contração muscular que percorrem o pé, as poliquetas reptam através de ondulatórios do corpo movimentando os parapódios, e os plantelmintos e nemertinos ondulam o corpo sobre secreções mucosas. Alguns utilizam movimentos semelhantes a natação através de parapódios e cerdas.

EPIFAUNAIS DE GRANDE MOBILIDADE – Distribuição em ampla escala além de efetuadas pelas larvas, passa a ser feita pelos adultos. Esses podem realizar migrações tróficas e produtivas. Caranguejos com os Majidae, com patas longas e fortes são espécies marchadoras capazes de se deslocar a longas distancias, já os caranguejos Portunidae realizam movimentos natatórios próximos ao fundo com o auxílio do par de apêndices torácicos e a hidrodinâmica do corpo. Camarões também nadam com grande eficiência nessa região.

INFAUNAIS CAVADORES – Após o assentamento, passam a vida no interior do sedimento construindo tocas ou galerias. No interior do substrato a vida é favorecida pelo tamponamento do estresse físico-químico do meio ambiente e também pela proteção contra os predadores. Bivalves, poliquetas e crustáceos tem adaptações corpóreas para esse tipo de ambiente.

INFAUNAIS CONSTRUTORES DE TUBOS - Reúnem organismos cujos tubos se sobressaem na superfície do sedimento. Seus tubos alteram a circulação da água, modificam a sedimentação aumentando a disposição de finos e também criam microhabitats em volta dos tubos o que atrai bactérias, que são habitantes da Meiofauna, além de comedores de depósitos e predadores da Macrofauna. Isso os diferencia dos cavadores. Ex. Poliquetas Diapatra sp. Eunice e Clymenella.

INFAUNAIS PERFURANTES – Classificados como perfurantes de material inorgânico e perfurantes de madeira. Os perfurantes de material inorgânico habitam rochas calcárias, lama endurecida e arenito. Ex. Pholadidae. Esses organismos ficam enterrados de modo permanente, e caso sejam retirados, não conseguem cavar outra toca. As esponjas do gênero Clyona, emitem pseudópodos que, introduzidos em uma concha de molusco, por exemplo, liberam enzimas de elevada acidez causando a morte do organismo. Os organismos perfurantes de madeiras a utilizam como alimento e habitat, por meio da escavação superficial, sem danos severos ou prejuízos econômicos, como os isópodos do gênero Limnoria. Os bivalves da família Teredinidae (gêneros Teredo, Lyrodus, entre outros), tem um efeito devastador sobre madeiras submersas.

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