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Transporte Ferroviario

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Por:   •  7/11/2014  •  1.447 Palavras (6 Páginas)  •  522 Visualizações

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As empresas de transporte, hoje em dia, devem aliar a qualidade dos serviços por meio da produtividade de suas operações. Para isso, precisam ter uma estratégia de negócios que assegure informações detalhadas aos clientes, aliada a um contínuo aperfeiçoamento organizacional, que imprima um ritmo mais rápido no desempenho do negócio.

As discussões sobre qualidade e produtividade no transporte ferroviário de cargas envolvem medidas de produtividade, que podem ser classificadas em:

Medidas de produtividade parcial: que consideram, separadamente, a relação entre o produto final e os seus insumos. Como exemplo, podemos citar a medida do fator capital, que se refere à relação entre o produto e o capital.

Medidas de produtividade global: que consideram a relação entre o produto final e a combinação de fatores. Por exemplo, temos a produtividade total dos fatores de produção, que relaciona o produto final com a mão-de-obra e o capital.

No transporte ferroviário de cargas, a produtividade pode ser conceituada como a diferença entre a receita total obtida e os custos intervenientes a essa atividade, isto é, sua rentabilidade, que também é, de maneira geral, uma medida do grau de utilização de recursos em um processo produtivo.

Uma importante estratégia para o contínuo aumento da produtividade inclui uma correta avaliação do ambiente externo à organização e a permanente organização interna da empresa.

Nesse sentido, um transporte ferroviário que alie qualidade e produtividade deve tratar, de forma simultânea, de vários fatores, mas, sobretudo, deve assegurar a lucratividade do negócio.

Para assegurar a qualidade, com produtividade, na empresa de transporte de cargas, é preciso atuar na gestão de três pontos básicos:

Características internas e organizacionais da empresa.

Conhecimento do mercado e desenvolvimento econômico.

Conhecimento a respeito da atuação dos concorrentes.

Especificamente para o transporte ferroviário de cargas, é possível tratar simultaneamente anseios importantes dos clientes, como disponibilidade, confiabilidade e segurança, maximizando a rentabilidade ou produtividade da empresa.

Para tanto, é fundamental conhecer indicadores básicos para o transporte de cargas. Destaca-se o índice de consumo de combustível, que avalia o consumo de combustível do veículo por quilômetro percorrido e se expressa pela fórmula:

Existem vários outros indicadores, tais como índice de custos e receita, resultado obtido na pesquisa com cliente externo, índice de avaria nas mercadorias, índice de aproveitamento, meio ambiente etc. Entretanto, gerenciar a produtividade e qualidade no transporte ferroviário requer um cuidado especial na escolha de indicadores mais significativos que causam impacto no resultado final do serviço prestado.

A produtividade total dos fatores de produção deve ser utilizada para medir a produtividade de um sistema de transportes, no entanto, devido a dificuldades específicas, as ferrovias, em geral, utilizam medidas de produtividade parciais, buscando relacionar os insumos com alguns de seus produtos.

Entre os principais indicadores dos fatores de produção, estão o capital, o trabalho e a energia. No caso do transporte ferroviário, a alta agregação dessas medidas dificulta consideravelmente essa tarefa.

Por outro lado, entre os parâmetros indicadores de qualidade de um sistema de transporte ferroviário de cargas, se destacam a disponibilidade, a confiabilidade e a segurança, como itens de maior interesse dos clientes de um sistema ferroviário de cargas. Evidentemente, esses itens estão associados a um custo competitivo para a ferrovia e ao fato de serem acessíveis para o cliente.

A disponibilidade representa a oferta do serviço durante a maior parte do tempo possível. Para contribuir com esse requisito, devem ser atendidos parâmetros como frequência, horário disponível para operação, tempo decorrido entre o instante em que a carga é entregue ao transportador, e o efetivo começo do transporte e informações disponíveis para o usuário.

A confiabilidade representa a segurança do usuário no que diz respeito aos prazos estipulados ou prováveis de duração do serviço. Nesse sentido, interessa avaliar a variabilidade da duração da viagem; a porcentagem de viagens não completadas ou canceladas; a porcentagem de viagens realizadas com estrito cumprimento do prazo previsto ou acordado; bem como a porcentagem de viagens realizadas com atraso, superior ou igual ao máximo tolerado pelo usuário.

Por fim, a segurança diz respeito à integridade da carga a ser transportada, tanto durante a viagem como nos terminais de origem e destino. Esse atributo pode ser analisado pelos indicadores que revelam a porcentagem de viagens com acidentes e a porcentagem de carga extraviada, perdida, danificada ou roubada.

Considerando os indicadores apresentados, um procedimento para obter dados necessários ao gerenciamento do transporte de cargas em uma ferrovia implica ter claras respostas às seguintes questões: “o que transportar?”, “com o que transportar?” e “como transportar?”.

No que se refere ao processo de produção do transporte ferroviário de cargas, é importante dizer que estão envolvidas uma série de etapas. Além disso, todos os elementos presentes nesse processo, sejam materiais, equipamentos, pessoal, ambientes, métodos de trabalho, modelos administrativos, fluxo de informações, podem afetar a qualidade do serviço de transporte.

Por outro lado, podemos citar técnicas e estratégias para aumentar a qualidade e a produtividade do transporte ferroviário de cargas, dentre as quais é possível citar:

Utilização de equipamentos modernos.

Renovação constante da frota.

Planejamento e gerenciamento da operação de forma eficiente, com o uso de informática e técnicas modernas de administração.

Planejamento e controle da manutenção, a fim de que os equipamentos fiquem disponíveis o maior tempo possível.

Utilização de técnicas modernas de carga e descarga, a fim de otimizar o tempo e a qualidade da operação.

Acordos operacionais entre fornecedores, clientes, embarcadores e outros modais, de forma a otimizar a operação e reduzir os custos em escala.

Treinamento do pessoal envolvido.

Formas de minimizar a ociosidade dos equipamentos.

Utilização da logística de forma integrada, explorando ao máximo a multimodalidade.

Há, nesse sentido, um exemplo de sucesso nos Estados Unidos, onde o transporte ferroviário tem acompanhado o crescimento econômico, do século XIX ao XXI. Dentre outros fatores que colaboram para esse cenário tem-se o transporte intermodal, sobretudo quando se fala de caminhões e trens. Os dois modais formam uma rede de transportes altamente confiáveis, que asseguram ao país grande competitividade na economia global.

Além disso, ao longo do tempo, as ferrovias norte-americanas têm conseguido índices expressivos por meio da implantação de medidas racionalizadoras, dos investimentos em tecnologia, do aprimoramento gerencial e do treinamento para que as tecnologias pudessem ser aplicadas.

O fato é que, de maneira geral, a introdução de novas tecnologias incrementa a gestão da qualidade e produtividade, assim como a reavaliação e reorganização dos processos de produção. Além disso, melhorias significativas podem ser introduzidas com um gerenciamento eficaz das técnicas de gestão.

Nos últimos anos, houve um grande incremento ao transporte ferroviário de cargas no Brasil, já que este transporte possui como principal característica a capacidade de transportar grandes volumes; o que é fundamental para o transporte de minérios, produtos agrícolas e outros itens que possuem baixo valor agregado, mas um volume muito grande a ser transportado. Não por acaso, são itens primordiais em nossa balança comercial, sendo levados por ferrovia até os portos para serem exportados e gerar divisas ao Brasil.

A ampliação e melhor utilização de nossa malha ferroviária é um assunto de destaque. O uso deste importante modal tem crescido a cada ano e um de seus desafios envolve maneiras de reduzir os custos em suas operações.

Segundo Eunice Passaglia (2011, p. 153), no Brasil, por muitos anos, continuará crescendo a necessidade de transportar minério, carvão, cimento e outros insumos básicos. Entretanto, a carga geral é outro mercado que deve ser conquistado. Para que isso ocorra são necessárias mudanças organizacionais, a criação de um novo modelo de gerenciamento e claras diretrizes comerciais.

Conceitos Fundamentais

Loco - abreviação de locomotiva.

Intermodal - quando as mercadorias são transportadas por mais de um modos de transporte, por diferentes operadores, que são responsáveis cada qual por seu trecho.

Locomotiva - veículo impulsionado por qualquer tipo de energia ou uma combinação de tais veículos, operados por um único dispositivo de controle, utilizado para tração de trens no trecho e em manobras de pátios.

Multimodal - quando as mercadorias são transportadas, por um ou mais modos de transporte, desde a origem até o destino, sob responsabilidade de um único operador, legal e contratual.

Transporte ferroviário - transporte que ocorre em ferrovias, por meio do sistema de transporte sobre trilhos, constituído por via férrea.

Trem - veículo automotriz ferroviário, uma locomotiva ou várias locomotivas acopladas, com ou sem vagões e/ ou carros de passageiros, em condições normais de circulação e com indicação de "trem completo".

TU - tonelada útil.

Vagão - veículo destinado ao transporte de cargas.

Referências

Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários. Disponível em: <http://www.antf.org.br>. Acesso em: 02 Jul. 2012.

Glossário dos Termos Ferroviários. Disponível em: <http://www.antf.org.br/pdfs/glossario.pdf>. Acesso em: 02 Jul. 2012.

HARA, Celso Minoru. Logística: armazenagem, distribuição e trade marketing. Campinas, SP: Ed. Alínea, 2009.

KEEDI, Samir. Transporte, Unitização e Seguros Internacionais de Carga. São Paulo: Aduaneiras, 2003.

PASSAGLIA, Eunice. Transporte ferroviário de cargas. In: VALENTE, A. M. et al. Qualidade e Produtividade nos transportes. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

RODRIGUES, Paulo R. A. Introdução aos Sistemas de Transporte no Brasil e à Logística Internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2011.

Última atualização: terça, 5 novembro 2013, 16:09

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