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UMA ANÁLISE DO AMOR ADOLESCENTE NA SAGA CREPÚSCULO NO CINEMA

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Por:   •  3/12/2013  •  10.472 Palavras (42 Páginas)  •  401 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Nunca tinha me interessado por filmes de horror, e muito menos de vampiros, até 2003, quando cursava minha segunda graduação, em Publicidade e Propagada. Na disciplina de Metodologia Científica fizemos uma análise comparativa entre os filmes Nosferatu (1922), de F. W. Murnau, e Drácula (1992) de Francis Ford Coppola, e percebi que os autores tinham o objetivo de mostrar algo além do terror e do monstro, vendo suas obras como expressões artísticas e como possibilidades de tratar de assuntos importantes de suas respectivas épocas, como as doenças que assolavam as populações (no caso, doenças como a sífilis e a AIDS, respectivamente) através da figura de um monstro vampiresco e erotizado que sugava o sangue e a vida das pessoas.

Então, no momento de escolher o objeto de pesquisa para o meu projeto de mestrado, lembrei-me desse estudo e do vampiro mais famoso no momento, Edward Cullen, da saga literária e cinematográfica Crepúsculo. Então, meu questionamento foi o porquê de tanto sucesso entre os jovens, que trazia a figura de um vampiro de 17 anos apaixonante.

Mas, quando comecei a pesquisar sobre os vampiros da ficção, não imaginava a vasta bibliografia (e também a vasta filmografia) que encontraria o que acabou se revelando um grande desafio para um projeto a ser desenvolvido em apenas dois anos. Por isso, limitei meu estudo a algumas obras de maior sucesso de público e de crítica para compará-las ao fenômeno Crepúsculo.

Quando o primeiro filme da série Crepúsculo estreou no Brasil, em 2008, aproveitando, a brecha de fantasia aberta pela série Harry Potter, viu-se a retomada da moda dos vampiros na literatura, no cinema e na TV. Foi o retorno de obras clássicas como as de Anne Rice, (Entrevista com o Vampiro,1976 ) e a criação da série de TV True Blood, em 2008, baseada no livro de Charlaine Harris escrito em 2001 , ou O diário de um vampiro, escrito por Lisa Jane Smith em 1991 e transformado em série televisiva em 2009. Tais obras, voltadas para diversos públicos diferentes (adultos e adolescentes ), mostravam à consistência de nova onda de livros, filmes e séries de TV voltadas a figura do vampiro.

Tendo como horizonte o fenômeno da série cinematográfica Crepúsculo, o objetivo desta dissertação é mostrar algumas mudanças do personagem do vampiro no cinema, com foco maior no amor do personagem Edward Cullen (Robert Pattinson) – vampiro protagonista – pela mortal Isabella Swan (Kristen Stewart), e sua fidelidade a ela. Diferentemente de Edward, os vampiros, na maioria das histórias, não são fieis a uma única mulher, são instintivos e impulsivos, muitas vezes cultivando “noivas” que os seguem e protegem sua existência, como em Drácula (1992, EUA, Francis Ford Coppola), protagonizado pelo ator inglês Gary Oldman, ou Drácula: Príncipe das Trevas (Dracula: Prince of Darkness, 1966, Inglaterra Terence Fisher), estrelado pelo também inglês Christopher Lee.

O vampiro do sexo masculino, em geral, é apresentado nas histórias de ficção como sedutor, sensual, sua figura é frequentemente irresistível às mulheres, então seria impossível para ele ter um amor somente – o que, aliás, para sua natureza, de fato, não existe. Já com o personagem Edward percebe-se quase uma espécie de castração, pois ele não é capaz de satisfazer seu desejo.

Adaptado para o público adolescente, baseado na visão da escritora americana Stephenie Meyer, autora da obra literária original, a série parece carregar bastante na sua filosofia religiosa, segundo Bardola (2009, p.16), através do suposto “puritanismo” do vampiro Edward.

Para fazer a análise do primeiro filme da saga que proponho nesta dissertação, a pesquisa foi dividida em dois grandes capítulos. O primeiro busca um breve relato sobre os vampiros no cinema e na literatura, suas possíveis origens e a evolução que cada personagem. Procurei selecionar as principais obras cinematográficas e buscar essas características que foram sendo acrescentadas ao vampiro e também a influencia dos atores que interpretaram o personagem e que ajudaram nessa caracterização. No segundo capítulo são analisadas as origens da saga Crepúsculo, e também o modo como a diretora Catherine Hardwicke conseguiu adaptar o livro para o cinema usando alguns efeitos tecnológicos e dando ênfase à questão do amor do vampiro pela mortal, tema que nos parece relativamente inovador no contexto das histórias de vampiros.

2. OS VAMPIROS NO CINEMA: BREVE PANORAMA

2.1 O MITO DO VAMPIRO

“O mito do vampiro pode ter nascido da conjunção de dos componentes...”.”... Por um lado: A necessidade de explicar o alastramento de certas epidemias numa época onde não se conheciam os mecanismos de contágio...”.”... Por outro lado, o desconhecimento do processo de decomposição cadavérica...” (Argel, pg.20, 2008).

As reproduções em grande escala das histórias de vampiros tiveram sua possível origem na literatura em 1748 na Alemanha com o texto literário publicado foi Der Vampir, “O Vampiro”, de Heinvich August Ossenfekder, onde o vampiro era considerado “o outro” característico de uma criatura não cristã. O vampiro até então ganhou aspectos de sensualidade, na descrição do poema onde o vampiro seduziria a personagem Christiane, jovem cristã, à noite em seu quarto. Essas novas características sensuais passaram então a fazer parte do personagem que até então possuía descrições grotescas e repulsivas da tradição folclórica.

Os primeiros países a escreverem sobre o vampiro foram Inglaterra, França e Alemanha. Os ingleses destacavam a sofisticação e nobreza da criatura, os franceses a sedução e os alemães toques de violência e atos repulsivos. Já durante o século XIX, a Itália aparece muito mais como cenário exótico e selvagem para escritos ingleses e alemães do que como local de produção de obras vampirescas. Em língua portuguesa, durante o século XIX, o vampiro aparece apenas em breve menções. O brasileiro João Carlos Menezes e Souza falou de sanguessugas e morcegos hematófagos numa nota do romance versificado “Octávio e Branca” (1849), que constitui a primeira menção a vampiros na literatura brasileira. Cid Vale Ferreira afirmou que o vampirismo sempre se manteve a margem da história da poesia nacional pontuando aparições breves e incipientes. Ele aparece como metáfora ou sob a forma de mulheres fatais (ARGEL e NETO, 2008).

O poema “Lenore” de Gottfried August Burger influenciou com a frase que mais tarde seria usada por Bram Stoker, “Ligeiros viajam os mortos”.

“Os poetas

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