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Unitermos: Trabalhadores da Saúde. Biossegurança

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Por:   •  1/5/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.548 Palavras (7 Páginas)  •  168 Visualizações

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RESUMO – Após o caso do dentista americano

que contaminou seis de seus pacientes com HIV,

surgiu grande preocupação acerca de trabalhadores

da saúde HIV-positivos. Essa preocupação,

embora razoável quando conduzida de forma a

incluir também normas de proteção contra outros

patógenos mais contagiosos que o HIV, tende a ser

segregante e confusa, obscurecida pela representação

social estigmatizante da doença. O artigo

traz argumentos demonstrando a inexistência de

motivos para impedimento compulsório do trabalho

dos trabalhadores da saúde portadores, mas

enfatiza a necessidade de comportamento res-

INTRODUÇÃO

Dentre as facetas de impacto trazidas pela epidemia

de infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana

(HIV) aos trabalhadores da saúde (TS), sobressaem-

se questões sobre biossegurança. Apesar do

maior temor ser quanto à exposição ocupacional dos

TS a vírus dos pacientes, a infecção de pacientes com

vírus dos profissionais que os atendem também é

uma possibilidade, sendo fonte de problemas para

TS portadores (TS+) e de ansiedade para dirigentes

de instituições de saúde: uns segregados e outros

temerosos de virem suas instituições acusadas de

negligência com a segurança dos pacientes.

O objetivo desse artigo, baseado em capítulo de

monografia1, é fornecer aos TS portadores de agentes

veiculáveis por sangue, informações que os

orientem quanto às suas atividades de maneira

segura, e também intrumentalizar tanto TS+

quanto os responsáveis por controle de infecções

hospitalares para lidar com essa situação de maneira

não só segura para os pacientes (do ponto de

vista biológico e legal) quanto ética, preservando

os TS+ de constrangimentos desnecessários.

O precedente sempre citado de infecção de pacientes

com vírus de TS é o caso de David Acer,

dentista da Flórida falecido de SIDA em 1990, após

contaminar seis de seus pacientes. Uma das infectadas,

Kimberly Bergalis, adoeceu e desencadeou

campanha exigindo a criação de leis que impedisponsável

por parte dos infectados, que devem se

abster de participar de procedimentos propensos

à exposição. Essa responsabilidade, por sua vez,

só funcionará em contexto de não segregação. Se

ocorrer acidente, profilaxia com anti-retrovirais

e imunização (ativa e passiva) contra hepatite “B”

deve ser considerada para o paciente exposto. São

oferecidas bases para construção de postura melhor

informada e mais aberta aos desafios trazidos

pela epidemia de HIV/AIDS.

UNITERMOS: Trabalhadores da Saúde. Biossegurança.

Ética. HIV.

sem o exercício da profissão por profissionais

infectados. O Centers for Diseases Control and

Prevention CDC2 demonstrou que o vírus dos pacientes

realmente era o mesmo do dentista ao comparar

seqüência de nucleotídeos dos vírus dos

pacientes, de Acer e de controles, mas não se sabe

como as infecções aconteceram.

O risco de um profissional infectar seus pacientes

acidentalmente é calculado entre 1:40.000 e

1:400.0003, considerando cirurgias extensas, o que

nem foi o caso de alguns dos pacientes contaminados.

Parece irreal que pudessem ocorrer seis

transmissões acidentais em tão pouco tempo. Em

visita ao CDC, em 1992, Paiva (JVM Paiva, comunicação

pessoal) teve oportunidade de discutir estes

“acidentes” e a equipe do CDC relatou ter

dúvidas sobre as circunstâncias reais em que as

transmissões ocorreram: há a hipótese, não confirmada,

de terem sido propositais.

Longfield, Brundage, Badger et al.4 investigaram

retrospectivamente 1631 pacientes de TS+,

abrangendo um total de 12.164 procedimentos

(20,5% dos procedimentos foram considerados altamente

invasivos), sem encontrar seroconversão

em nenhum paciente. Bartlett (1996)5 cita outro

trabalho6 onde foram revistos 19.036 pacientes de 57

TS+, sem nenhum caso de transmissão TS/paciente.

Resultados semelhantes foram descritos pelo Comitê

de AIDS da Sociedade

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