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Variação Linguistica

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Por:   •  7/5/2014  •  1.869 Palavras (8 Páginas)  •  307 Visualizações

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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

variação de uma língua é o modo pelo qual ela se diferencia, sistemática e coerentemente, de acordo com o contexto histórico, geográfico e sócio-cultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente. É o conjunto das diferenças de realização linguística - falada ou escrita - pelos locutores de uma mesma língua. Tais diferenças decorrem do fato de o sistema lingüístico não ser unitário, mas comportar vários eixos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e a mudança podem ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas constitutivos de uma língua (fonético, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui a evolução dessa língua. A variação é também descrita como um fenômeno pelo qual, na prática corrente de um dado grupo social, em dada época e em dado lugar, uma língua nunca é idêntica ao que ela é em outra época e outro lugar, na prática de outro grupo social. O termo variação pode também ser usado como sinônimo de variante. Existem diversos fatores de variação possíveis - associados a aspectos geográficos e sociolinguísticos, à evolução linguística e ao registro linguístico.

Variedade ou variante linguística se define pela forma pela qual determinada comunidade de falantes, vinculados por relações sociais ou geográficas, usa as formas linguísticas de uma língua natural. É um conceito mais forte do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Refere-se a cada uma das modalidades em que uma língua se diversifica, em virtude das possibilidades de variação dos elementos do seu sistema (vocabulário, pronúncia, sintaxe) ligadas a fatores sociais ou culturais (escolaridade, profissão, sexo, idade, grupo social etc.) e geográficos (tais como o português do Brasil, o português de Portugal, os falares regionais etc.). A língua padrão e a linguagem popular também são variedades sociais ou culturais. Um dialeto é uma variedade geográfica. Variações de léxico, como ocorre na gíria e no calão, podem ser consideradas como variedades mas também como registros ou, ainda, como estilos - a depender da definição adotada em cada caso. Os idiotismos são às vezes considerados como formas de estilo, por se limitarem a variações de léxico.

Utiliza-se o termo 'variedade' como uma forma neutra de se referir a diferenças linguísticas entre os falantes de um mesmo idioma. Evita-se assim ambiguidade de termos como língua (geralmente associado à norma padrão) ou dialeto (associado a variedades não padronizadas, consideradas de menor prestígio ou menos corretas do que a norma padrão). O termo "leto" também é usado quando há dificuldade em decidir se duas variedades devem ser consideradas como uma mesma língua ou como línguas ou dialetos diferentes. Alguns sociolinguistas usam o termo leto no sentido de variedade linguística - sem especificar o tipo de variedade. As variedades apresentam não apenas diferenças de vocabulário mas também diferenças de gramática, fonologia e prosódia.

Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-número de diferenciações. [...] Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção.

A sociolinguística procura estabelecer as fronteiras entre os diferentes falares de uma língua. O pesquisador verifica se os falantes apresentam diferenças nos seus modos de falar de acordo com o lugar em que estão (variação diatópica), com a situação de fala ou registro (variação diafásica) ou de acordo com o nível socioeconômico do falante (variação diastrática).

Variedades geográficas: dizem respeito à variação diatópica e são variantes devidas à distância geográfica que separa os falantes. Assim, por exemplo, a mistura de cimento, água e areia, se chama betão em Portugal; no Brasil, se chama concreto. As mudanças de tipo geográfico se chamam dialetos (ou mais propriamente geoletos), e o seu estudo é a dialetologia. Embora o termo 'dialeto' não tenha nenhum sentido negativo, acontece que, erroneamente, tem sido comum chamar dialeto a línguas que supostamente são "simples" ou "primitivas". Dialeto é uma forma particular, adotada por uma comunidade, na fala de uma língua. Nesse sentido, pode-se falar de inglês britânico, inglês australiano, etc. É preciso também ter presente que os dialetos não apresentam limites geográficos precisos - ao contrário, são borrados e graduais - daí se considerar que os dialetos que constituem uma língua formam um continuum sem limites precisos. Diz-se que uma língua é um conjunto de dialetos cujos falantes podem se entender. Embora isto possa ser aproximadamente válido para o português, não parece valer para o alemão, pois há dialetos desta língua que são ininteligíveis entre si. Por outro lado, fala-se de línguas escandinavas, quando, na realidade, um falante sueco e um dinamarquês podem se entender usando cada um a sua própria língua.

No que diz respeito ao português, além de vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, há dois padrões reconhecidos internacionalmente: o português de Portugal e o português do Brasil.

Variedades diacrônicas: relacionadas com a mudança linguística, essas variedades aparecem quando se comparam textos em uma mesma língua escritos em diferentes épocas e se verificam diferenças sistemáticas na gramática, no léxico e às vezes na ortografia (frequentemente como reflexo de mudanças fonéticas). Tais diferenças serão maiores quanto maior for o tempo que separa os textos. Cada um dos estágios da língua, mais ou menos homogêneos circunscritos a uma certa época é chamado variedade diacrônica. Por exemplo, na língua portuguesa pode-se distinguir claramente o português moderno (que, por sua vez, apresenta diversidades geográficas e sociais) e o português arcaico.

Variedades sociais ou diastráticas: compreendem todas as modificações da linguagem produzidas pelo ambiente em que se desenvolve o falante. Neste âmbito, interessa sobretudo o estudo dos socioletos, os quais se devem a fatores como classe social, educação, profissão, idade, procedência étnica, etc. Em certos países onde existe uma hierarquia social muito clara, o socioleto da pessoa define a qual classe social ela pertence. Isso pode significar uma barreira para a inclusão social.

Variedades

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