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Vinicius De Moraes

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Por:   •  5/10/2013  •  848 Palavras (4 Páginas)  •  461 Visualizações

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As primeiras braçadas pelo mundo das crianças começam nos anos 1950, momento em que sua carreira diplomática e literário-jornalística estão a todo vapor. Alguns dos poemas de Vinicius criados para os filhos Susana (1940), Pedro (1942), Georgiana (1953) e Luciana (1956) são musicados pelo paranaense Paulo Soledade (1919-1999). Duas composições são gravadas em 1954 por Silvio Caldas (1908-1998): “O Relógio” e “São Francisco”, mas passam despercebidas do público. Nessa leva de poeminhas com melodia estão “O Peru”, “A Formiga” e “A Cachorrinha”, como confirmou Soledade ao produtor Fernando Faro, no programa MPB Especial, da TV Cultura, em 1975.

Na década do otimismo propagado por Juscelino Kubitschek e de seu ”50 anos em 5″, em que o disco de 78 rotações convive com o nascente long-play de 33 rotações por minuto, em que a TV revoluciona a comunicação e o samba-canção anuncia a chegada da bossa nova, a música autoral para crianças ainda está restrita às adaptações de clássicos da literatura infantil por Braguinha (1907-2006) – que nos anos 1960 originam a Coleção Disquinho, da gravadora Continental – e aos ecos de “Canção da Criança”, último hit do cantor Francisco Alves (1898-1952).

Ilustração de Marie Louise Nery para o poema “O Relógio”. Foto: reprodução

Para além de suas obrigações junto ao Itamaraty, as décadas de 1950 e 1960 também embalam a vida de Vinicius: divide a paternidade da bossa nova (1958); é lançado o filme Orfeu Negro (baseado na sua peça Orfeu da Conceição); ganha a Palme d’Or do Festival de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro; torna-se avô (1960); compõe com Pixinguinha, Carlinhos Lyra, Baden Powell e Edu Lobo; sobe pela primeira vez num palco; ouve sua voz em discos que divide com Odete Lara, Dorival Caymmi e Baden; e troca alianças pela quarta vez.

Mas, durante esse tempo, sua produção infantil não está à mostra. Em 1970, ano em que nasce o seu quarto filho (Maria) e em que firma parceria com o instrumentista paulistano Toquinho, tem esse quintal de escritos infantis aberto ao público: é lançado o livro A Arca de Noé – Poemas Infantis de Vinicius de Moraes (Ed. Sabiá). A publicação reúne poeminhas já editados, como aqueles que Paulo Soledade musicou nos anos 1950, e outros inéditos. São 20 temas no total: “A Arca de Noé”, “São Francisco”, “Natal”, “O Girassol”, “O Relógio”, “O Pinguim”, “O Elefantinho”, “A Porta”, “O Leão”, “O Pato”, “A Cachorrinha”, “A Galinha d’Angola”, “O Peru”, “O Gato”, “As Borboletas”, “O Marimbondo”, “As Abelhas”, “A Foca”, “O Mosquito” e “A Casa”.

Com ilustrações da artista plástica, figurinista e cenógrafa suíça Marie Louise Nery (1924), o livro de 76 páginas é uma homenagem do poeta ateu e materialista ao velhinho barbudo que salvou as espécies animais do maior dilúvio de que se tem notícia. Na verdade, mais do que um tributo ao personagem bíblico, a arca é a solução editorial para compilar seus poemas sobre bichos e insetos.

A incursão pela literatura infantil é bem-sucedida. O livro A Arca de Noé tem várias reedições. Em novas impressões, como a da Cia. das Letras, de 1998, apresenta 32 poemas em suas 76 páginas: inclui as letras das canções dos

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