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Ética empresarial, cultura corporativa, responsabilidade social e cidadania

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Por:   •  11/5/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.728 Palavras (11 Páginas)  •  449 Visualizações

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Ética empresarial, cultura corporativa, responsabilidade social e cidadania

Por: Francisco Gomes de Matos

É certo ligar o sucesso ou fracasso de uma organização ao seu comportamento ético? Tenho convicção de que sim! Ser ético, hoje, não é mais uma opção. Para pessoas e organizações, é questão de sobrevivência. Com a velocidade com que se processam as transformações, há necessidade de valores internalizados para que haja alinhamento no momento das decisões, que exigem rapidez. Hoje não se pode avaliar uma empresa com os padrões tangíveis de ontem, pois referenciais intangíveis, como marca, imagem, prestígio e confiabilidade, decidem a preferência e garantem a continuidade.

A ética ganha respeitabilidade como forte diferencial de qualidade e conceito público, mas será que já se formou a consciência ética no comando das organizações?

Algumas questões básicas precisam ser devidamente equacionadas para um melhor entendimento sobre a eficácia da ética nos negócios. A ética é determinada pela cultura ?

Numa tribo de canibais, é ético comer o semelhante. Por ser lei, é ético? Por ser costume, é ético? Justifica-se uma "ética de conveniência"?

O discurso ético e a prática das organizações fazem lembrar o axioma popular: de boas intenções o inferno está cheio.

No entanto, julgo estarmos vivendo um momento importante de renascimento moral, no esboçar de uma nova conscientização. Nesse sentido, as boas intenções são válidas como início de processo.

A conscientização tem esse mérito: provoca desconforto com relação às situações negativas vigentes. É imprescindível, todavia, que existam alternativas concretas, atitudes e comportamentos que denotem mudanças significativas. Surge daí o compromisso das lideranças.

Como caracterizar a consciência ética?

- Impossível a vida em sociedade e a continuidade de um grupo sem um mínimo de estrutura ética, ou seja, de valores, princípios, limites, respeito à pessoa, sentido de bem comum.

- Para tanto, é preciso distinguir:

. a Predisposição Ética que se refere a sensibilidade social, a percepção de valor, a relevância do bem moral e a

. a Consciência Ética que corresponde a capacidade de avaliar e julgar.

A falta de predisposição ética está na indiferença e no fastio quanto ao comprometimento dos preceitos morais e as restrições que afrontam os bons costumes.

Hoje, as empresas em ritmo crescente introduzem programas de responsabilidade social. Houve acréscimo real na predisposição ética?

E quanto a conscientização ética, que é o passo além, referente à compreensão e decisão em Ser Ético?

Exemplo de insensibilidade ética está no descomprometimento e desconscientização da mídia televisiva promovendo habitualmente programas totalmente deseducativos, verdadeiros lixos morais, como:

- exploração patológica do grotesco e do monstruoso

- exploração da criança em entrevistas e exibições maliciosas

- vocabulário chulo e pornográfico

- exibição de anormalidades sexuais e licenciosidades de todo tipo.

Tudo é permitido e bem patrocinado por empresas, cujo critério é o nível de audiência. Será que o poder econômico está isento da ética?

Traços Culturais

Há traços culturais em nossa realidade organizacional que exigem substancial revisão:

• Autoritarismo - concentração do poder, a dominação, a tendência à fragmentação [ ilhas de poder nas organizações]

• Paternalismo - corrupção do poder, privilégios, assistencialismo opressor.

• Individualismo - competição predatória, egoismo, falta de visão social.

• Consumismo - possessividade, canibalismo social, a ânsia de possuir sempre mais.

Subjacente a essas manifestações egocêntricas está a desvalorização humana, justificando manipulações tecnocráticas, tipo senhor/escravo, casa grande e senzala, que hoje ganham colorações novas, mas que intrinsecamente revelam uma mesma realidade. Daí a mudança ética tem que ser organizacional, passando pela revisão dos valores culturais. O foco deve ser o homem, em dignidade e oportunidades. O homem em equipes inteligentes, integrado e interagindo.

A consciência ética resulta dessa sinergia. O homem não subsiste sozinho. Sem a equipe, sem o outro, torna-se uma abstração social, manipulável e excluído.

É a ética da solidariedade que dá sustentação a uma equipe e a torna indestrutível. Não há vida social autêntica sem fundamentação ética.

Todo trabalho de conversão pessoal precisa estar apoiado por uma estrutura cultural adequada, sem o que as "recaídas" serão fatais. Vale aqui, como ilustração, o fato histórico envolvendo o Padre Anchieta e o terrível chefe canibal Cunhambeibe, que se tornara o maior desafio ao santo evangelizador. Afinal, depois de várias tentativas, o extraordinário jesuíta imaginou ter conseguido seu intento: converter a tribo ao cristianismo. Mas só por algum tempo, pois, não tendo internalizado nos indígenas o valor da abstinência de carne humana, logo a antropofagia ressurgiu com toda a força.

Trabalhar a cultura das organizações é fundamental para que as pessoas possam se converter autenticamente. O treinamento convencional, ministrado nas empresas, sem que a cultura se transforme, significa "rios de dinheiro" jogados fora. Com a agravante de reforçarem o sentimento de frustração e negativismo. Criam a convicção: "é muito bonito, mas não funciona".

A ética pressupõe:

• Liberdade - numa "cultura de escravos", não há ética que resista.

• Dignidade/Responsabilidade

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