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A Gravura E Suas Origens

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Por:   •  7/11/2014  •  3.287 Palavras (14 Páginas)  •  838 Visualizações

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A Gravura e suas origens

Priscila Mainguê Cavichiolo Cabral

Priscila Anversa

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Artes Visuais (ART0110)

20/07/2013

RESUMO

Conhecer a gravura, suas técnicas e compreender sua trajetória na cultura e na arte, vem de muito tempo e é muito importante até os dias de hoje. É uma técnica de reprodução de imagens, que nasceu no Oriente, no século V, e se mantém viva até hoje. Permitiu ampla difusão do conhecimento científico, cultural, histórico e religioso. A gravura se apresenta renascida da revolução tecnológica dos processos digitais, que atualmente transformam as artes gráficas, e, consequentemente, a gravura tradicional.

Palavras-chave: Origens. Gravura. Técnicas.

1 INTRODUÇÃO

Chamamos de “gravura” o múltiplo de uma imagem, reproduzida a partir de uma matriz, ou seja, uma reprodução numerada e assinada uma a uma, compondo desta forma uma edição restrita. Gravura vem do verbo “gravar”, que chegou à língua portuguesa a partir do francês graver. Gravar é entalhar com formão em madeira, é esculpir com cinzel em pedra, é abrir cunhos com buril, é incisar, abrir, fixar, fazer corroer para posterior impressão, é marcar com selo ou ferrete, por extensão é perpetuar, é reter na memória, etc.

Cada imagem reproduzida é única em si, independentemente de suas cópias, cada gravura é única, é uma obra original e assinada.

Este trabalho se refere aos tipos de gravura mais conhecidos e sua história: a monotipia, a xilogravura, a linoleografia, a calcografia, a litografia e a serigrafia que correspondem a impressão com matrizes em relevo, matrizes a entalhe, matrizes planas, e matrizes de permeação respectivamente.

2 AS ORIGENS DA GRAVURA

No período Paleolítico já se gravavam ossos com sílex para ser usado como decoração. Uma das técnicas que o homem da pré-história utilizava era a do carimbo. O homem entintava a mão usando sangue de animais ou tintas extraídas de elementos da natureza e pressionava contra a parede de cavernas, deixando assim as primeiras cópias de gravuras impressas. Logo após começou a gravar formas sobre superfícies como pedras, ossos, barros, cascas de árvores, pele de animais e metal.

No período Neolítico, a cerâmica foi decorada desde muito cedo com conchas de moluscos impressas com marcas de dedos. Porém a evolução da gravura somente aconteceu posteriormente, no Oriente. O primeiro precedente da gravura moderna foram os chamados “cilindros-selos”, pedras cilíndricas de pequenas dimensões, sobre a qual se gravava em negativo uma imagem pensada para ser reproduzida sobre argila, exercendo pressão e, ao mesmo tempo, um movimento circular. Consegue-se, assim, reproduzir em positivo a imagem previamente incisa, sobretudo, para ser reproduzida muitas vezes.

Dispõe-se assim de quase todos os elementos definidores da gravura moderna, com exceção da tinta e do papel. Usava-se o barro como suporte, que continuou a ser usado durante toda a antiguidade, no Oriente e no Mediterrâneo.

Creta e Egito, desenvolveram selos com o mesmo princípio dos “cilindros-selos”, mas com apenas uma imagem, que se reproduz ao pressionar o selo contra uma superfície de barro ou de cera.

Posteriormente, na China, desenvolveram-se variadas técnicas de impressão. Era condicionada por 4 características da cultura chinesa: a existência do papel, a escrita, a tinta e os textos chineses e budistas. Com a invenção do papel, surgiram várias possibilidades de gravura. Segundo Costella (1984) “Gravar é fazer permanecer para o futuro um significado. Seu sinônimo mais abrangente talvez seja marcar. Gravar é deixar uma marca, marca para transmitir uma informação, comunicar algo”.

O Sutra de Dinamite, datado de 868 a.C., é o mais antigo "livro" gravado em madeira e impresso em papel que se conhece e foi dedicado à imperatriz da China, Wang Chieh, para que sua memória fosse perpetuada.

A impressão xilográfica na Idade Média terá importância tanto para a igreja, quanto para a população. Na igreja, antes da invenção da imprensa, a xilogravura é utilizada na produção de pequenos livros de caráter religioso e nos próprios manuscritos.

Considera-se que as primeiras xilografias conhecidas são as repetidas impressões de imagens de Buda. Tudo isso culminou no desenvolvimento de uma técnica sofisticada no século XV: consistia em cinzelar uma imagem em negativo em placas de madeira, sobre as quais se passava uma camada de tinta, que depois era pressionada contra um papel para obter uma impressão em tinta e em positivo. O resultado era uma gravura com as mesmas características essenciais que a gravura ocidental.

As primeiras estampas japonesas consistiam em simples gravuras que se

difundiram por todo o Oriente. À partir do século XVI desenvolveram-se uma série de estampas inspiradas na pintura popular da época chamada ukio-e.

A evolução deste tipo de estampa converteu a gravura numa arte com personalidade própria. No Japão a estampa e a gravura xilográfica desenvolveram-se de modo independente da pintura e obedecendo às suas próprias necessidades. Esta estética atingiu a sua expressão máxima durante os séculos XVIII e XIX.

Ao longo desses 500 anos, a gravura permitiu ampla difusão do conhecimento científico, cultural, histórico e religioso, ganhando por isso, o status de “a arte generosa”. Lygia Arcuri Eluf do Instituto de Artes da Unicamp diz: “Gosto de lembrar que a gravura teve papel importante na construção do conhecimento da nossa civilização, pois fez com que a informação visual começasse a circular pelo mundo”.

Toda gravura é numerada, sempre é feito apenas uma tiragem de 10, 50, 100 gravuras no máximo. A gravura tem um charme próprio, primeiramente pela linguagem visual que é extraído da matriz e depois pela exclusividade da obra, pois as tiragens são limitadas e feitas artesanalmente como a 1000 anos atrás. Uma gravura é considerada original quando é assinada e numerada pelo artista dentro de conceitos estabelecidos internacionalmente, segundo os quais, o artista trabalha a matriz de metal, pedra, madeira, borracha ou seda com o propósito de imprimir a imagem criada em tiragem de exemplares idênticos,

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