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A Música na Renascença

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Por:   •  24/7/2014  •  Artigo  •  1.271 Palavras (6 Páginas)  •  228 Visualizações

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A Música na Renascença

No século XV, a Itália experimentou uma fase de redescoberta da sua antiga cultura greco-latina. Indícios da velha arquitetura passaram a ser observados com um maior interesse, assim como quase todos os exemplos de manifestações artísticas.

Na música isto foi mais complicado, pois os poucos fragmentos musicais, deixados como herança pelos antigos, mostravam um tipo de notação impossível de decifrar por aqueles estudiosos, ou seja, ficava muito difícil saber que espécie de melodia seus ancestrais ouviam na então chamada antiguidade clássica. Porém, não se podia negar a influência dos antigos teóricos da música, poetas, filósofos e intelectuais desse período, pois estes haviam deixado como legado, inúmeros tratados, dissertações filosóficas e matemáticas. Por estes documentos seria possível ao menos, entender a importância da música no cotidiano dessas pessoas.

Os primeiros anos da Renascença foram marcados pela indiferença a qual a música da época causava naqueles que tinham curiosidade pela cultura de seus antepassados. Isto despertaria uma significativa mudança no cotidiano cultural/musical dos que enxergaram os séculos anteriores (Idade Média) como uma era de atraso intelectual, pois o novo ideal da época era focar sua criatividade na maneira dos pensadores da Antiguidade Clássica, dando origem ao movimento conhecido como humanismo. Este novo movimento rejeitava o teocentrismo imposto pela igreja durante a Idade média e recolocava o homem como senhor das suas escolhas.

Durante o século XV diversos tratados musicais gregos foram traduzidos para o latim. Por meio dessas obras chegou-se à conclusão de que a escolha do modo era o caráter fundamental para evocar diversas emoções a quem escutasse a música e que os modos gregos eram idênticos aos modos eclesiásticos, podendo assim, utilizá-los com o mesmo objetivo a qual os gregos atribuíam.

Em alguns séculos anteriores à Renascença, a prática musical do descanto servira como uma grande influência na música que viria a ser praticada durante os séculos XV e XVI. A união das duas formas de descanto, o cordal na Inglaterra e o colorístico na França deram origem ao faux-bourdon, sendo este a última fase de desenvolvimento da prática do descanto, a qual intercala a utilização do contraponto com a escrita paralela. Segundo o compositor Johannes Tinctoris, uma nova forma de compor estava vindo da Inglaterra, onde o mais virtuoso compositor foi Dunstable. Este trazia em sua música as maiores inovações, uma delas a mudança do cantus firmus no tenor para o soprano. Os intervalos de terça e sexta foram incluídos tanto na prática quanto na teoria, o que resultou em um melhor esclarecimento nas relações de dissonâncias e consonâncias.

O compositor Johannes Tinctoris, por sua vez, foi um importante teórico que estabeleceu regras para o uso das dissonâncias. Ele as submeteu apenas aos tempos fracos e a passagens sincopadas. No final da primeira metade do século XVI o compositor Gioseffo Zarlino foi o responsável por resumir e atualizar as diversas regras de composição em uma grande obra chamada Le istitutioni harmoniche.

Na Renascença os compositores franco-flamengos ocuparam todo território da Europa Ocidental, onde, segundo Grout e Palisca, o idioma franco-flamengo representava uma linguagem musical internacional.

Assim, um dos grandes compositores da renascença foi Guillaume Dufay. Suas composições sofreram uma grande influência das obras de Dunstable. De acordo com Fonterrada (2001, p. 93), compositores contemporâneos a Dufay foram bastante atraídos pelo Ordinário da Missa. Durante este período eles passam a tratar a música das diversas partes da liturgia em blocos e cada seção era parte de uma obra inteira, por isso era normal encontrar motivos parecidos em cada parte do Ordinário. Conforme Fonterrada (2001, p. 95), Dufay é responsável por iniciar o estilo coral com o baixo dando apoio ao tenor, onde ainda não se utilizava a imitação a quatro vozes, apenas a repetição de fragmentos no decorrer da obra. Na pintura esta técnica corresponde às pinceladas de Rafael Sanzio e Leonardo da Vinci, em que pequenos fragmentos iam sendo feitos em diversas partes do quadro.

Durante os primeiros anos do século XV a afinação pitagórica era a mais utilizada pelos musicistas e compositores da época. Segundo Grout e Palisca (2007, p. 187) a afinação pitagórica fazia com que os intervalos de terças e sextas soassem de forma áspera, essa afinação de acordo com esses mesmos autores «resultava do modo como o monocórdio era dividido segundo as instruções de Boécio, Guido e outros autores da Idade Média.» (2007, p. 187). No final do século XV surge a afinação proposta pelo teórico espanhol Bartolomé Ramos de Pareja, que refletiu-se no início do século XVI, onde os instrumentos seriam afinados de maneira que as consonâncias imperfeitas soassem aceitáveis ao ouvido.

Uma das grandes descobertas ocorridas durante o período renascentista foi a invenção da imprensa, a qual foi aperfeiçoada por Johann Guttenberg nos anos 50 do século XV, esta invenção proporcionou

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