Arte - Análise de Imagem

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO[pic 1]

Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Departamento de História da Arte

Introdução à História da Arte – Yanet Aguilera Viruez Franklin de Matos

Débora Elise de Almeida – 93797

Análise da Obra: Hotel” - Dudi Maia Rosa (Rafael Maia Rosa)

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Produzida em 1971, a obra “Hotel”, de criação do pintor, desenhista e professor Dudi Maia Rosa, foi  elaborada com a técnica de acrílica sobre tela e se encontra no acervo do Museu de  Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Vivendo seu momento no auge do desenvolvimento industrial no mundo, sob os impactos do fim da Segunda Guerra e uma quase libertação da censura, a inserção do artista no campo da arte se dá por um estudo de gravura realizado em 1966 na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), o qual lhe desenvolveu um interesse em criações relacionadas à desenho. Em 1968, o artista inicia seus estudos em Engenharia mas não se desvincula ao seu interesse que é a arte, deste modo se torna frequentador do ateliê de arte de Duke Lee.

Durante o final  dos  anos 60  em início da próxima década, Dudi passa                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  a morar na Inglaterra onde adquire diversas experiências relacionadas ao desenvolvimento do período, no Brasil, nesta época, vive-se um grande contraste  politico com o  movimento de artistas que se negam  a expor seus trabalhos na Bienal, devido a   grande “limitação” em relação a produção das obras de arte do período  por muitas delas possuírem um teor erótico e de provocação também da conjuntura brasileira em relação ao momento de pós golpe militar no Estado.

A ruptura  da grande Liberdade de expressão é um dos motivos pelos quais muitos artistas resolvem sair do país em busca de uma nova concepção de arte e sua justa sobreposição em novos modelos de tecnicas do momento, como citado acima, vivia-se um grande cenário de pós acontecimentos e surgimento de novos olhares específicos do auge artístico.

O movimento da contracultura, torna-se um ápice do processo da década de 60 quando as transformações atingem a moda em seu conceito de renovação com novas expressões musicais e artisticas psicodélicas que englobam o desenvolvimento politico e estudantil fora do Brasil, além do manifesto de negros, imigrantes, homossexuais e estudantes que retratam outros movimentos sociais e de moralidade de fim a discriminação.

No Brasil, a proibição do termo “contracultura” pela ditadura militar, restringia o movimento juvenil de ações contra o desenvolvimento da ordem, trabalhar era uma questão de prioridade no Estado para formação de uma familia pacífica associada à ordem exclusiva da classe media trabalhadora apreciadora do silêncio civilizatório.

Dudi Maia Rosa inicia seu desenvolvimento artístico no meio deste processo fora do Brasil, sua ausência do país tem duração até 1972, um ano após a criação da obra “Hotel”, deste modo, podemos entender que sua produção é feita em contato com movimentos artísticos distintos e oriundos que se relacionam com a cultura pop e hippie. A inserção de cores chamativas no modo circular são um atrativo para o tempo em que percorre a época, podemos lembrar assim a própria forma como é expressado o movimento hippie contra o consumismo exarcebado, o psicodélico dado a este movimento junto à pop-art trazem-nos ideologias relacionais.

A imagem nos dá uma emoção rara e pessoal vinculada ao nosso inconsciente, um sentimento ocasional de liberdade de cores e atenção com seu círculo vermelho ao centro, dando ideia de uma pintura dentro de outra pintura como uma espécie de “moldura” em fecundidade, nos remete ao movimento pop-art com manchas e poucos traços lineares dando uso ao gráfico e causando a impressão de serem dedos ou um falo, trazendo referências dos quadrinhos dentro de uma pintura abstrata e expressionista como esta, o que gera mais uma assimilação de teor fecundo, ou nos leva a querer analisar etapa à etapa, das laterais ao fim e do centro até as extremidades, o uso de movimentos e apreciações dando sensualidade e psicodelia ao mesmo tempo.

O surgimento não ilusório se faz dentro da própria ilusão onírica ao observarmos o movimento e nos deixarmos levar pela ótica apenas deste. Em relação à noite e ao dia com tons escuros e tons que remetem a ideia de nuvens, o crepúsculo é notado pelo meio termo em sensação do entardecer ao olharmos para meios tons misturados, lilás,roxo e azul por exemplo, nos lembra a eterna e efêmera pergunta: por que o nome “Hotel” para esta pintura? Seria de fato, um ocorrido dentro de um ambiente como o próprio nome lhe diz, ou a sensação dada ao artista dentro deste, a relação ao nome se dá a um termo temporal específico ou mesmo atemporal pessoal translucido do tema em junção da vida do artista e o momento de vivência artística no exterior, Dudi Maia Rosa, em uma visita que realizei em seu ateliê há dois meses atrás, colocou suas obras como uma satisfação inexplicável e imprecisa sobre seus momentos, trouxe a tona diversos referenciais do movimento artistico em auge com seus princípios ideológicos e sociais, sempre procurando se fazer entender suas relações oníricas com posição pessoal cheia de significados expressivos.

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