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Artes cênicas No Mundo Contemporâneo

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Por:   •  18/3/2015  •  1.285 Palavras (6 Páginas)  •  314 Visualizações

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Os fundamentos estéticos vivenciados no século XIX, entre público e artistas, no âmbito do teatro, foram desafiados e ampliados no século XX, expandindo-se em experiências e inovações teatrais. Naquele momento o “Naturalismo” cênico dominava as convenções teatrais, e em seguida, no início do século XX, novos movimentos e experimentações artísticos começaram a surgir em oposição as regras dominantes. Desses experimentos se destacam o Expressionismo alemão, o Teatro Épico, o Teatro da Crueldade e o Teatro do absurdo.

O melodrama burguês, no final século XIX, passa a privilegiar temas do cotidiano social e personagens comuns, rompendo com o idealismo romântico e fazendo surgir o Realismo. Anton Tchekhov (1860-1904), foi um dos representantes do Realismo, mostrando o dia-a-dia do povo russo, inovando no diálogo dramático e retratando o declínio da burguesia russa. Em suas obras destacam-se “A gaivota” e “O jardim das cerejeiras”. O Naturalismo Realista propõe um novo espaço para o diretor e o encenador. O russo Constantin Stanislavski (1863-1938), é o maior representante do “Naturalismo”, e chegou a criar um método específico de encenação/interpretação. O espaço cênico naturalista também precisou passar por mudanças, para dar condições visuais e acústicas ao público, já que a idéia central desta estética seria a identificação de cada pessoa na platéia com os personagens, de forma que a atmosfera da cena lhes causasse uma espécie de simulacro, uma segunda realidade.

Na Alemanha, por volta de 1910, teve início o Expressionismo, um movimento de rejeição ao Naturalismo e a encenação que pretendia criar uma ilusão da realidade. O expressionismo inovou radicalmente o cenário, apresentando uma leitura não realista, estilizando e distorcendo os elementos da cena. Pretendia chamar a tenção do público para a arte em si mesma e não para a imitação da vida. Georg Kaiser (1878-1945) e Ernst Toller (1893-1939) foram os primeiros expressionistas no teatro, e em seus trabalhos buscavam mostrar a expressão do sentimento humano, ao invés de apenas retratar a sua realidade externa. Exibindo ainda temáticas sociais, mostrando o homem em luta contra a mecanização desumanizadora da sociedade industrial.

Com a ascenção do nazismo na década de vinte, muitos artistas estavam preocupados em trabalhar temas coletivos, desta forma reforçando a abordagem anti-naturalista, que passa a ser conhecida como “Teatro Épico”, cujo pioneiro desta estética foi Erwin Piscator (1893-1966), que teve como discípulo e militante do Teatro Épico, o alemão dramaturgo e poeta lírico Bertolt Brecht (1898-1956). Brecht propunha um teatro politizado, cujo objetivo era/é modificar a sociedade. A “Ópera dos Três Vinténs” (1928) é o trabalho de maior destaque na carreira de Brecht, cuja parceria é com o compositor Kurt Weill (1900-1950). Esta obra apresentou uma nova forma de teatro musical, misturando a estética de cabaré com a sátira de cunho social. Brecht criou o “Efeito de Distanciamento” (Verfremdungseffekt), que permitia ao público distanciar-se dos personagens e da ação dramática, utilizando recursos de diálogos estilizados, no uso da canção-narrativa, elementos cênicos informativos, etc. Sua pretensão era não hipnotizar o espectador, mas despertá-lo para uma reflexão crítica, rompendo com a ilusão através do estranhamento, e deixando claro a todos que teatro não é vida real.

Neste mesmo período, acontece o “Futurismo”, em que a proposta teatral, na antiga União Soviética, era agitar e fazer propaganda, com o intuito de demolir todos os valores antigos daquela sociedade. Já na Itália pretendia-se glorificar a violência, a força e a industrialização. Os italianos, liderados por Filippo Tommaso Marinetti, evoluem para o fascismo, enquanto os russos, tendo à frente Vladimir Maiakovski, usam o teatro para difundir o comunismo.

O Russo Vsevolod Emilievich Meyerhold (1874-1940), trabalhou com Stanislavski e em 1905 passa de ator a diretor teatral, encenando várias peças de Maiakovski, utilizando o cinema como recurso teatral. Meyerhold abre espaço para o teatro interativo, por acreditar que o ator não deve ficar escravo do texto, propondo em algumas montagens, a circulação de atores na platéia e do público em cena.

No final do século XIX, Alfred Jarry (1873-1907) criou a peça “Ubu-rei”, onde o personagem Pai Ubu causou impacto, pois a peça apresentava facetas de sátira grotesca, paródia violenta, linguagem de baixo calão, e até mesmo fragmentação exagerada dos diálogos. Mas foi Jarry o precursor do movimento “Surrealista” no teatro, abrindo as portas para o “Teatro do Absurdo”. O termo “Teatro do Absurdo” só foi cunhado, em 1961, pelo crítico teatral Martin Esslin, ao se referir às peças que possuem um olhar de uma humanidade perdida num mundo sem sentido.

O “Teatro da Crueldade”, é uma proposta teatral desenvolvida na França, por Antonin Artaud (1896-1948). Artaud, apresenta em seu livro “O Teatro e seu Duplo” (1938), a pretensão tal como no Expressionismo, de regeitar as regras do teatro Naturalista de Stanislavski, dizendo ser uma forma de ação dramática limitada. Ele acreditava na comunicação teatral passando pelos

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