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A Utilidade da Força A Arte da Guerra no Mundo Moderno

Por:   •  7/11/2019  •  Resenha  •  1.624 Palavras (7 Páginas)  •  253 Visualizações

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A Utilidade da Força: A Arte da Guerra no Mundo Moderno

1 INTRODUÇÃO

O livro em  questão foi publicado  em  2008, tendo  como  autor Rupert Smith, um oficial aposentado do Exército Britânico que, dentre outras funções, foi comandante da 1ª Divisão Blindada na Guerra do Golfo, em 1990, e subcomandante Supremo Aliado da Europa, entre 1998 e 2001, na Operação Allied Force da OTAN, durante a Guerra da Bósnia.

A obra está  dividida em  três partes,  além de  uma  introdução e  uma conclusão. A Parte I, com três capítulos, denomina-se “A Guerra Industrial entre Estados”, onde o autor define os fundamentos do combate moderno, começando com as Guerras Napoleônicas e chegando até as grandes guerras mundiais. Na Parte II, com três capítulos, chamada de “A Guerra Fria”, faz uma avaliação histórica da antítese do paradigma da guerra industrial. E a Parte III, também com três capítulos, “A Guerra entre o Povo”, onde o autor destaca que o combate é entre o povo, não mais no campo de batalha (SMITH, 2008).

O autor, logo na introdução, afirma que já não existem guerras. Porém, destaca que existem vários confrontos e conflitos por todo o mundo e que os Estados ainda possuem forças armadas que utilizam como símbolo de poder. A última verdadeira batalha ocorreu na guerra árabe-israelense em 1973 (SMITH,

2008).

2 DISCUSSÃO E ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O ASSUNTO

O livro fornece uma análise histórica incisiva e abrangente de como foi aplicada a força e como foi entendida a guerra desde a Era Napoleônica até o final do século XX. O autor ressaltou, ao longo da obra, que a utilidade da força foi mudando com o tempo, na mesma medida em que o conceito de guerra.

Nesse ponto, o livro se apresenta bem atual e serviu como um das fontes de referência para Alessandro Visacro escrever seu livro “A Guerra na Era da Informação”, que propõem como grande desafio, nos dias de hoje, de entender o tipo de guerra que iremos ou que estamos lutando e que o emprego da força deve ser usado com muita cautela, além de que a guerra pode ser ganha no terreno físico, mas perdida no terreno informacional (VISACRO, 2018).

Voltando para o livro Utilidade da Força, na Parte I, o autor analisa o paradigma da guerra industrial entre os Estados e compara o exército Napoleônico com o Prussiano, levantando as causas da derrota da Prússia. Mesmo derrotado, o inimigo acabou reformando seu exército, baseado nos parâmetros  estabelecidos   por  Napoleão.   As   combinações   da   visão   de Napoleão, da reforma militar prussiana e da visão teórica de Clausewitz estabeleceram indubitavelmente a estrutura para as novas formas de utilizar a força. Estas foram as bases da guerra industrial, tendo como estruturas: o aparecimento de exércitos de cidadãos conscritos; a destruição das principais forças inimigas como objetivo estratégico; a manutenção de grandes números de reservas em tempos de paz; a divisão hierárquica dos exércitos; o profissionalismo e meritocracia; e a instrução profissional no âmbito de uma doutrina de guerra.

Em   seguida   o   autor   destaca   que,   no   século   XIX,   as   nações industrializadas tinham a sua disposição toda a gama de armamentos: navios de guerra movidos a vapor, com canhões de longo alcance; portos e fronteiras fortificados, fazendo uso dos avanços na artilharia naval; espingardas capazes de manter um fogo constante a distâncias superiores a 800m, gerando uma relação simbiótica entre a guerra industrial e a indústria.

Nesse contexto, a Guerra de Secessão foi o primeiro grande conflito a incorporar as novas tecnologias nos desenvolvimentos dos transportes, das comunicações  e  dos  armamentos,  sinalizando  a  futura  direção  da  guerra

industrial, ao considerar como alvo a infraestrutura industrial e econômica do inimigo.

Porém, as duas Grandes Guerras do século XX foram maiores e mais poderosas do que se podia imaginar, já não era entre Estados, era mundial. A Segunda Guerra Mundial foi a guerra do paradigma da guerra industrial e no seu último ato colocou um fim ao paradigma. A bomba atômica foi o produto final  do  ciclo  da  guerra  industrial,  e  da  indústria  a  serviço  da  guerra.  Os exércitos industriais de massas já não podiam ser eficazes diante de uma arma de destruição em massa. A guerra industrial era impossível nessas circunstâncias.

Na Parte II, o autor considera que, em que pese o desaparecimento da guerra industrial, ela não foi ignorada porque toda a base da Guerra Fria foi a necessidade de cada lado convencer o outro da sua capacidade de ir à guerra. A utilidade da força residia na sua dissuasão, não na sua aplicação.

Ainda nessa parte o autor resgata os cenários de descolonização levados a cabo nos países dominados pela França, Grã-Bretanha e outros países europeus, a partir da metade  do  século XX. Esses conflitos apresentaram diferentes tipos de inimigos: não estatais, com armamentos leve e ideologicamente motivados. Esses outros inimigos recorreram a antítese da guerra industrial.

Nesse interim, os conflitos, ainda hoje, têm sido cada vez mais assimétricos e desequilibrados, forças estatais “industriais” tecnologicamente bem armadas contra atores não estatais muitas vezes mal equipados. O autor ainda destaca que o poder de uma força militar compõe-se de três fatores relacionados: os meios, o modo como são utilizados e a vontade que os mantêm.

Na  última  parte  do  livro,  o  autor  afirma  que  não  existe  uma  data específica na qual a guerra entre o povo tenha começado. Um mundo de confrontos e conflitos prosseguiu, ainda que, a guerra industrial tivesse deixado de constituir uma opção com a invenção da bomba atômica. São citadas seis tendências básicas que constituem o paradigma da guerra entre os povos: os objetivos pelos quais combatemos estão mudando; combatemos entre o povo, não no campo de batalha; os nossos conflitos tendem a ser intemporais ou mesmo infindáveis; combatemos para preservar a força (pessoal e material),

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