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Barroco Gregorio de Matos

Artigo: Barroco Gregorio de Matos. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  11/4/2014  •  Artigo  •  1.371 Palavras (6 Páginas)  •  463 Visualizações

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BARROCO

“porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?”

Gregório de Matos

Ano de 1517: a Reforma divide a Igreja entre católicos e protestantes; 1540: é fundada a Companhia de Jesus, ordem religiosa que envia missionários a vários continentes; 1563: a Igreja dá início ao movimento de Contra-Reforma, tentando expandir a expansão protestante.

Como se nota por esses eventos do século XVI, o Renascimento europeu desenvolve-se em meio a crises religiosas e movimentos de restauração da fé cristã. A presença religiosa na vida cotidiana e na vida cultural europeia, contudo, é sentida de modo mais contundente na passagem do século XVI para o século XVII, momento em que surge o Barroco.

Assim, a arte barroca, que vigora durante todo o século XVII e chega ás primeiras décadas do século XVIII, registra o espírito contraditório de uma época que se divide entre as influências do Renascimento – o materialismo, o paganismo e o sensualismo – e da onda de religiosidade trazida sobretudo pela Contra-Reforma.

Como resultado dessas influências, a arte barroca é a expressão das contradições e do conflito espiritual do homem da época. Certos princípios artísticos do Renascimento, como equilíbrio, harmonia e racionalismo, foram então abandonados, o que levou o Barroco a ser visto, durante longo tempo, como uma arte indisciplinada.

Outros nomes do Barroco

• Marinismo: na Itália, por influência do poeta Giambattista Marini.

• Gongorismo: na Espanha, por influência do poeta Luís de Gôngora y Argote. Nesse país, Barroco e Gongorismo são palavras sinônimas.

• Preciosismo: na França, em razão do requinte formal dos poemas.

• Eufuísmo: na Inglaterra, termo criado a partir do título do romance Euphues, or tha anatomy of wit, do escritor John Lyly.

A linguagem barroca é a expressão das ideias e dos sentimentos do artista do século XVII. Seus temas e sua construção combinam-se para expressar a concepção barroca do mundo.

Gregório de Matos

Gregório de Matos (1633?–1696) é o maior poeta barroco brasileiro e um dos fundadores da poesia lírica e satírica em nosso país. Nasceu em Salvador, estudou no Colégio dos Jesuítas e depois em Coimbra, Portugal, onde cursou Direito, tornou-se juiz e ensaiou seus primeiros poemas satíricos. Retornando ao Brasil, em 1681, exerceu os cargos de tesoureiro-mor e de vigário geral, porém sempre se recusou a vestir-se como clérigo. Devido ás suas sátiras, foi perseguido pelo governador baiano Antônio de Souza Menezes, o Braço de Prata. Depois de se casar com Maria dos Povos e exercer a função de advogado, saiu pelo Recôncavo baiano como cantador itinerante, dedicando-se ás sátiras e aos poemas erótico-irônicos, o que lehe custou alguns anos de exílio em Angola. Voltou doente ao Brasil e, impedido de entrar na, Bahia, morreu em Recife.

Abaixo segue duas obras do autor no gênero lírico religioso, já que o autor cultivou três vertentes nesse segmento: lírica amorosa, religiosa e filosófica.

Buscando a Cristo

A vós correndo vou, braços sagrados

Nessa cruz sacrossanta descobertos,

Que, para receber-me, estais abertos,

E, por não me castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados

De tanto sangue e lágrimas abertos,

Pois para perdoar-me, estais despertos,

E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,

A vós, sangue vertido, para ungir-me,

A vós, cabeça baixa, pra chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,

A vós, cravos preciosos, quero atar-me,

Para ficar unido, atado e firme.

GLOSSÁRIO

Sacrossanto: sagrado e santo.

Eclipsados: semi abertos.

Ungir: untar com óleo.

Patente: aberto, franqueado.

A Jesus Cristo Nosso Senhor

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,

Da vossa alta clemência me despido;

Porque quanto mais tenho delinquido,

Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,

A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa, que vos há ofendido,

Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobrada

Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como

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