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Cartografia Humana

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Por:   •  6/11/2013  •  430 Palavras (2 Páginas)  •  486 Visualizações

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31989). O mapa não “sangra”. Sob essa perspectiva hegemônica, a cartografia seria uma formainquestionavelmente científica e objetiva de criar conhecimento e o registro da História (com Hmaiúsculo) de instrumentos e medições cada vez mais precisos. A ênfase na geometria e na precisãogera um medo dos mapas (e da matemática): as pessoas comuns bem podem usar mapas, mas elas nãoos produzem. Os mapas pertencem aos profissionais. Chegamos a acreditar mais no mapa do que narealidade.Operando atrás de uma máscara de ciência aparentemente neutra, a Cartografia se torna umametanarrativa ou um discurso hegemônico que ofusca a autoria e as intenções, “naturaliza” a realidadesocial e usa os avanços na informática e computação como “tecnologia persuasiva”. Harley (1990)observa que a “Cartografia (...) nunca é meramente o desenho de mapas: ela é a fabricação de mundos”(p.16). O mapa nunca é a realidade, mas ele ajuda a criar “realidades”. Mapas devem ser analisadosdentro do contexto da sociedade que os produziu, levando-se em consideração fatores sociais, culturais,políticos e econômicos. Sob essa perspectiva, o conceito de mapa, no seu sentido mais amplo, incluirianão apenas as representações cartográficas oficiais, mas também manifestações culturais, artísticas eoutros conhecimentos “não científicos”. Neste contexto, pode-se definir mapa como “representaçãográfica que facilita a compreensão espacial de coisas, conceitos, condições, processos ouacontecimentos no mundo humano” (Harley e Woodward, 1987).Sob essa premissa, está sendo lançado o livro

“A aventura cartográfica. Perspectivas, pesquisas e reflexões sobre a Cartografia Humana”

(Seemann, 2006) que tem o intuito de apresentaralgumas visões alternativas (e também complementares) da Cartografia que se situam nas zonasfronteiriças e terras desconhecidas da imaginação humana, sendo uma tentativa de retratar a Cartografiacomo uma forma de saber, um produto cultural dos povos, e não um mero resultado de uma difusãotecnológica a partir de um foco europeu (Duarte, 1994).O livro contém onze textos (divididos em três seções temáticas: A Cartografia da Cartografia,Cartografias da Mente e da Imaginação e Cartografia e Ensino) que foram escritos por diversos autoresdas áreas de geografia, educação e psicologia que atuam em universidades brasileiras.Na primeira parte os textos discursam sobre a “anatomia da Catografia”. Rosely SampaioArchela e Edison Archela (UEL) apresentam a evolução histórica da Cartografia nos ambientesgovernamentais no Brasil, lembrando que os mais do que 500 anos do Brasil têm testemunhado os maisvariados esforços de mapear o país. Ângela Massumi Katuta (UEL), por sua vez, tenta mostrar que opensamento e a imaginação das pessoas se realizam por meio de imagens do espaço. A cartografia évista como atividade humana que cria a sua versão própria e peculiar em cada época e lugar. GiseleGirardi (UFES) enfatiza a importância social dos mapas que são um discurso sobre o território,

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