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Ditadura Militar

Por:   •  24/5/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.833 Palavras (12 Páginas)  •  197 Visualizações

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PEÇA TEATRAL

REPRESSÃO

Uma assepsia social

[pic 1]

PERSONAGENS

Enfermeiro/Cuidador –  

Seu Antônio Tavares – Cadeirante, militar, preso no regimento ficou louco por ter sofrido nas torturas.

Sargento Rodrigues -

Tenente Coimbra -

Aninha – Estudante presa em passeata

Soldado Peixoto -

Soldado Tavares -

João - Terrorista

Fernando - Terrorista

Bárbara - Terrorista

Raquel - Terrorista

Dona Maria – Mãe de Aninha

Seu João – Pai de Aninha

Manifestante preso – Manifestante preso no dia da passeata

Estudantes – Grupo de estudantes que participam das passeatas

Operários – Operários que participam das passeatas

Intelectuais – Grupos de intelectuais formados por jornalistas, estudantes, doutores, que participavam das passeatas.

CENA 1

Enfermeiro – Aqui está bom seu Antônio.

Seu Antônio – Sim, pode para aqui...

Enfermeiro – Quer ler o jornal do dia? Peguei esse aqui hoje... (entrega o jornal)

Seu Antônio – (Lê o jornal) Eu não acredito... Depois de tudo o que aconteceu... Estamos perdidos... (desesperado)

Enfermeiro – O que aconteceu homem... Por que esse terror todo...

Seu Antônio – Olha isso aqui... O povo pedindo uma intervenção militar... Impeachment do presidente...

Enfermeiro – É seu Antônio, as coisas não estão boas para nós... Inflação alta, os preços subindo... Só escândalos aparecendo no cenário político, sem contar a roubalheira... Uma sacanagem atrás da outra...

Seu Antônio – Mas as consequências podem ser duras se não tomarem cuidado... O preço pode ser alto... Toda Liberdade tem seu preço... Toda Liberdade tem seu preço... (nervoso)

Enfermeiro – Calma seu Menezes, calma... Vai acabar passando mal de novo... Respira... Respira...

Seu Antônio – Escute, o que eu vou contar agora não é ficção, é algo que aconteceu realmente e sou uma vítima desses acontecimentos, e é por isso que eu estou aqui nessa cadeira de rodas... Muitos outros que também sofreram barbáries... Talvez seu pai, sua mãe, seus avós, alguns deles passaram por isso, talvez até um amigo tenha testemunhado, mas se calou na dura repreensão da época. Poderia contar a você diversos fatos ocorridos, mas vou contar apenas a minha historia. A história de um sobrevivente de nossa própria gente. Tudo começou por volta do ano de 1964... João Goulart era o presidente e o povo também estava dividido, pedindo uma intervenção militar... E ela veio...

 (toque de recolher) Cadeirante sai de cena em desespero, entra um grupo de estudantes onde ficam encurralados na lateral do palco.

Estudante - Ai! Para! Sou só estudante! (gritos de desespero)

Sargento Peixoto- Você é vagabundo! Seu comunista! Filha da puta!

Tenente Coimbra - Tragam aquela ali pra mim! Levem todos para o DOI/CODI. (aponta para Aninha que está caída no canto é retirada do meio do grupo e levada pelos militares, os demais são levados pela PE).

Aninha – (com capuz na cabeça) Onde estou... O que está acontecendo...

Tenente Coimbra – Meu nome é Tenente Coimbra e a partir de agora você é minha prisioneira...

Aninha - Mas por que eu estou aqui, por que fui presa... Eu não fiz nada...

Tenente Coimbra - Você é comunista?! Sua subversiva!

Aninha - Não! Eu estava vindo da faculdade, sou apenas estudante!

Tenente Coimbra– Estudante o cacete... Você é terrorista! Com quem você estava? Quero nomes de todos que estavam no grupo!

Aninha – Eu estava sozinha! Estava indo embora da aula quando me deparei com aquela gente ali na rua...

Tenente Coimbra- Comunista filha da puta! Está querendo defender seus amigos? Diga os nomes de todos que estava no grupo sua revolucionária!

Aninha – Eu estava sozinha, era o horário de saída da faculdade, muitos estudantes saíam no mesmo horário, era o final da aula, não tinha ninguém me acompanhando, ia apenas ao ponto de ônibus pra poder ir embora.

Tenente Coimbra– Mentira! Pegamos você na passeata contra nosso governo. (pausa) Vamos ver até onde vai sua coragem (risada). Peguem a máquina de choque, vamos ver se ela não fala...

(Nesse momento rasgam o vestido dela e colocam eletrodos nos seus mamilos, iniciam as torturas. Todos os policiais ficam gritando no ouvido dela fazendo perguntas sobre o grupo. Aninha resiste fortemente).

Tenente Coimbra– Traga ela aqui nessa mesa, vou mostrar para ela o que nós fazemos com esses comunistas. (Aninha é colocada debruçada sobre uma mesa que esta localizada no fundo do palco, nesse momento ocorre à violência sexual. Os militares voltam arrumando as calças e vai se acendendo uma luz. Aninha esta caída no chão com sua roupa ensanguentada e rasgada).

Tenente Coimbra- Filha da puta de comunista, nós vamos acabar com esses baderneiros! “Estamos aqui para manter a ordem”.

Sargento Rodrigues - É isso aí tenente! Vamos reprimir esses vagabundos, vamos espremê-los até esmagá-los!

Tenente Coimbra- Meu expediente acabou, tenho que ir embora, minha esposa está me esperando para podermos comemorar o aniversário de 15 anos da minha princesinha!

Soldado Peixoto - Ô tenente mande felicitações do batalhão pra sua filha e sua esposa.

Tenente Coimbra – Obrigado soldado.

...

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