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Inspirado na Obra de Machado de Assis

Por:   •  4/4/2024  •  Dissertação  •  1.422 Palavras (6 Páginas)  •  28 Visualizações

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Inspirado na Obra de Machado de Assis

“O alienista”

Por Mayana Louise Coelho - ANO 2003

Personagens

Bacamarte médico; Evarista esposa; Tia de Bacamarte; Padre (pode intercalar com o m o personagem “homem”); Garota 1; Garota 2; Prefeita; Crispim; Homem

BACAMARTE: Minha senhora case-se comigo e assim seremos felizes para sempre...

EVARISTA: Você encantou-me com essas palavras doces. Mas como posso aceitar? O que as pessoas vão dizer?

BACAMARTE: Se é medo o que sentes, serás feliz ao meu lado... (E a roda com alegria)

EVARISTA: Quando marcamos o casamento?

BACAMARTE:

Amores derretidos,

Pessoas tão amadas,

Esquecem suas vidas

Para então viver casadas.

O amor ilumina

A terra gira,

O corpo treme,

E tudo rima.

O que fazer se não tentarmos ser felizes?

Penso em você,

Penso no amor,

Penso em nossa vida.

Eu penso!

EVARISTA: Você conseguiu mexer com o meu coração!

BACAMARTE: Daqui a dois dias nós nos casamos. O que você acha?

EVARISTA: Está bem...

BACAMARTE: (Ele abre a porta e diz): Adeus minha futura esposa... (Sua tia está na porta bem na hora em que Evarista e Bacamarte se despedem).

TIA: Simão Bacamarte, Dona Evarista reúne condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem. Dorme regularmente, tem bom pulso e excelente vista. Está apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes, mas...

BACAMARTE: (interrompe) Não diga nada minha tia. Estou certo que ela será a melhor esposa...

TIA: Mas ela é muito feia!

BACAMARTE: Também estou certo de que os homens não olharão para ela.

TIA: Não diga mais nada, estou indo embora! (Ela sai muito irritada, porém mantém a compostura).

Bacamarte e Evarista se encontram no cartório para esperar o padre celebrar a missa.

PADRE: Estamos aqui para celebrar a união entre duas pessoas que se amam, a fim de curtir a vida, juntar os trapos, botar algema (apontando para o dedo). Sacou?

Dona Evarista Soares Filho, aceita a mão de Simão Bacamarte Poldina em casamento? Prometendo amá-lo, respeitá-lo, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, na traição e no perdão... Até que a morte vos separe?

EVARISTA: Sim, aceito.

PADRE: Doutor Simão Bacamarte Poldina, aceita a mão de Evarista Soares filho em casamento? Prometendo tudo aquilo que já disse?

BACAMARTE: Sim, eu aceito.

PADRE: Pode beijar a noiva.

Depois desta celebração eles vão para casa. Mas logo que chega e olha pela janela, vê duas garotas no banco da praça. Uma delas está interpretando o texto em voz alta...

GAROTA 1: (O povo no poder - de Castro Alves):

“A praça! A praça é do povo

Como o céu é do condor,

É o antro onde a liberdade

Cria águias em seu calor.

Senhor!... Pois quereis a praça?

Desgraçada a populaça

Só tem a rua de seu...

Ninguém vos rouba os castelos,

Tende palácios tão belos...

Deixes a terra ao Anteu.”

BACAMARTE: (Chama as garotas e pedem para entrar na sua casa) Entrem! (pausa) O que faz você ler uma poesia em voz alta?

GAROTA 1: Ah, é a alegria de viver, é a vida, é o cantar, é a felicidade, é tudo! Amor talvez.

BACAMARTE: Amor?

GAROTA 1: Sim, amor. Àquilo que faz você ser feliz, que faz você cantar, amar...

BACAMARTE: Esta felicidade traz algum benefício para sua vida?

GAROTA 1: Traz o prazer da felicidade.

BACAMARTE: Como você explica essa felicidade?

GAROTA 1: Não tem explicação!

BACAMARTE: Mas tudo tem explicação.

GAROTA 1: (Muda a expressão de rosto e diz): Não sei explicar.

BACAMARTE: Então você ficará aqui.

GAROTA 1: Como assim, ficarei aqui?

GAROTA 2: Ei, e eu?

BACAMARTE: Ficarão as duas aqui!

GAROTA 1: Você está brincando, não é?

BACAMARTE: Você não sabe explicar o que está causando sua felicidade, isso é loucura. Você sofre de demência.

GAROTA 1: Demência? Como você explica que minha felicidade é demência?

BACAMARTE: Você não tem direito de ficar na sociedade

GAROTA 2: Direito você não tem é de trancar nós duas aqui.

BACAMARTE: Tenho sim.

GAROTA 1: Como?

BACAMARTE: Você verá! (Tranca-as num lugar onde a platéia não pode ver e vai à prefeitura. Bate na porta da prefeitura e fala do lado de fora): Gostaria de falar com o prefeito!

PREFEITA: Espera um minutinho! (a porta se abre)

BACAMARTE: Seu prefeito, espera aí, prefeita?

PREFEITA: As pessoas se surpreendem quando vêem uma prefeita e não um prefeito.

BACAMARTE: Quero dizer que sou Simão Bacamarte, um alienista que estuda as anormalidades alheias. Ando fazendo estudos muito críticos das pessoas.

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