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TRABALHO DE DRAMATURGIA

Por:   •  27/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.031 Palavras (5 Páginas)  •  252 Visualizações

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TRABALHO DE DRAMATURGIA

1) A definição, ao meu ver, que mais esclarece a questão da tragédia é a de John Orr, ele diz que a experiência trágica essencial é aquela da perda humana irreparável. Por que as histórias trágicas sempre tem a morte acompanhando, no início, no meio ou no fim. Como nas tragédia clássicas shakespearianas Hamlet, Otelo e Macbeth ou nas tragédias cariocas de Nelson rodrigues A Falecida, Os Sete gatinhos e O Beijo no asfalto, todas encenadas no teatro e no cinema. No cinema temos outros exemplos como “As Torres Gêmeas” (2006), um filme norte-americano baseado nos ataques de 11 de Setembro de 2001 nas torres gêmeas do World Trade Center de Nova Iorque, ou “O Impossível” (2012), um filme espanhol sobre o tsunami na Tailândia, de 2004.

2) No início do século XX, uma nova posição sobre o texto começa a surgir. Bertold Brecht faz uma interação à função do texto dentro do teatro; o problema do texto tem novo termo, o de ser interrogado dentro de um conjunto de realizações cênicas. Brecht trata das várias possibilidades e interpretações do texto, além, de intervir no mesmo, com inserções de novos elementos cênicos ou gráficos que formam a teoria do distanciamento, que consiste em deixar claro para os espectadores que o espetáculo não é uma imitação do real mas uma simulação de um objeto fictício. O espaço cênico de Brecht é povoado de elementos significantes, a cenografia, os objetos, o figurino e tudo mais que está em cena demonstra algo enganador, simulador, contrapondo texto e espectador, na tentativa de criar o debate sobre o tema exposto na representação e chegar a um significado. Para Grotowski, o autor, e não mais só ele e o encenador, mas sim toda a coletividade é que forma e revela o espetáculo, todos são agentes criadores. Grotowski concentra-se na problemática da representação, em questões voltadas para o ator. Ele torna-se seu próprio personagem. O personagem tradicional não tem mais razão de ser. Ele servirá de molde, permitindo uma formalização do trabalho do ator. O Théâtre du Soleil desenvolve um trabalho com improvisações baseadas em personagens como os da Commedia Dell’ Arte, a partir daí é criado o texto da performance do comediante.  Tem um enredo a ser seguido, um texto guia, onde os atores se orientam para criar seus diálogos, o texto é criado juntamente com o espetáculo.  Dá-se aqui o processo de criação coletiva, onde o encenador se vê livre da figura do autor, já que o texto é criado coletivamente e no processo de construção do espetáculo. Não há mais uma obra formata, publicada e rubricada a ser encenada, todo o texto será construído junto com a encenação. O Téâtre du Soleil desenvolve o teatro da improvisação, da criação coletiva, orientados por um representação sem autor.

Em “Questão do Texto”, Roubine deixa claro que em nenhum momento da história do teatro, de Antoine passando por Craig, Artaud, Brecht e até mesmo as experiências do Théâtre du Soleil, não se aboliu ou se quis fazer um teatro sem texto realmente. E que mesmo hoje com outras fórmulas de tratamento e criação do texto o que se vê é a evolução constante da representação teatral. E sobre o tema ele encerra concluindo que “a evolução que assistimos assemelha-se a uma mutação. O lugar e a função do autor teatral estão sendo fundamentalmente redefinidos. “

3) A dramaturgia que se faz durante a própria encenação, como no exemplo do filme citado, é o puro exercício da improvisação. É sempre uma experiência única, como o texto de Sandra Chacra diz: “Sempre há algo novo em cada espetáculo”. Nunca um ator repetirá a mesma performance, por mais que ele tente. Sempre haverá outra atmosfera, física ou mental. E o interessante do filme realizado assim é que o seu resultado só é possível com a improvisação. Se fosse ensaiado, com marcações de texto, não teria a naturalidade, as reações reais dos atores. Pra captar essa atmosfera real, a diretora Christiane Jatahy ousou em gravar o filme em treze horas seguidas, onde os atores realmente comem e ingerem bebidas alcólicas e sentem os efeitos das mesmas. Ela colocou também os personagens com os mesmos nomes dos atores, que reforça o confronto dinâmico do “eu real” e o “eu representativo” citado no texto de Sandra Chacra. Fica muito difícil ou até impossível dizer se as reações são dos personagens ou dos atores, envolvidos nesse esquema de “reality show” com regras pré-determinadas onde o único contato dos atores com a diretora se dava por meio de mensagens nos seus celulares. Realmente é uma experiência de dramaturgia que extrapola o convencional.

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