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Tridimensionalidade: Arte Brasileira no século XX.

Por:   •  30/9/2020  •  Resenha  •  812 Palavras (4 Páginas)  •  214 Visualizações

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O texto da historiadora Annateresa Fabris lança já no início uma pergunta ao leitor: quais artista se enquadram no que se define como escultura moderna? Citando o escritor Herbert Read, o mesmo detectou duas vertentes distintas no século XX no tangente a escultura: aquela baseada nos entalhes e modelagens e as obras tridimensionais concebidas como verdadeiras construções. Para ilustrar ele cita Henry Moore cujo estilo prima pela profundidade e Naum Gabo, que busca “a forma pura e rejeita a tradição humanista.”

O mesmo autor vê Rodin como um artista moderno pelo realismo e técnicas utilizadas. Partilhando a mesma linha do escultor francês estão seus conterrâneos Maillol, Bourdelle e Despiau. Opondo-se a Rodin, ele cita o pintor Cezanne cuja linhagem na arte moderna traz Pablo Picasso, Brancusi, Archipenko(o Picasso da escultura) e Lipchitz. O autor não considera que Henry Moore e Arp sejam seguidores de Rodin mas afirma que estes artistas tem o mesmo interesse pelos volumes, massa, cheios e vazios, movimento rítmico.

Outra escritora, Rosalind Kraus, também escreve sobre a escultura moderna, afirmando que seus criadores as concebem conscientes da junção de movimento e quietude, tempo que permanece e tempo que passa. Esse conflito confere a essa obra um ‘enorme poder expressivo.” Desse modo, Rodin é considerado moderno (A porta do inferno).

Já o autor Reinhold Hohl considera Rodin como um escultor da transição para a modernidade. Mas assim como ele é exaltado por seu modo peculiar de trabalhar as peças, é criticado pela utilização de materiais tradicionais e sua ligação à criação com base na literatura.

Como exemplo do oposto vem as artes primitivas que inovam nas formas, proporções e materiais. Seus representantes são Derain, Picasso, Kirchner, Modigliani, Brancusi e Matisse, entre outros.

No Brasil, o precursor da escultura moderna é Vitor Brecheret e o nome de Rodin foi bastante lembrado pelos críticos ao analisar sua obra. O escultor francês fica entre o moderno e o tradicional. Além dele, outros artistas como Dazzi, Wildt e Mestrovic são citados na análise da arte escultórica brasileira.

A formação de Brecheret aconteceu em Roma numa época em que dominava o ecletismo de estilos. Nessa convivência estavam parcelas do neoclassicismo e romantismo, impressionismo e simbolismo e que afetaram os primeiros trabalhos do artista. Sua obra caracterizava-se então por “um naturalismo aberto a sugestões luminosas e pela busca de uma estilização linear”, e que mostram sua proximidade com Dazzi, Rodin, Mestrovic e Rosso. Pela evolução de suas obras, percebe-se o ecletismo mais enfático que a presença da tridimensionalidade moderna. Pelo tempo em que esteve na França, deixou-se contaminar por algumas propostas cubistas ( Brancusi ) e “não deixa de ser atraído por uma plástica arcaica e pelo idealismo clássico de Maillol.” Mas pode-se afirmar que a estilização lhe confere modernidade.

A forma humanista de trabalho de Rodin é seguida por escultores como José Alves, Bruno Giorgi e Ernesto Di Fiori mas ainda deixando a desejar em relação ao mestre francês.

Apesar de lhe ter sido atribuído o conceito modernista, Rodin ainda assim recebe criticas. Seus sucessores são considerados inexpressivos na escultura. Segundo o autor Read, o único mérito deles foi transmitir os ensinamentos de Rodin.

O autor Hohl reconhece

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